Com o aumento dos casos de dengue, zika e microcefalia ligado ao vírus, a preocupação com viagens aumentou, principalmente no caso de grávidas.
Grávida do segundo filho, Gabriella Lima suspendeu a viagem que faria a Porto de Galinhas, em Pernambuco, com o marido, a filha de 2 anos, os sogros, cunhada e cunhado. Mas o grupo não abriu mão das férias. Depois de desistir de ir ao Nordeste, optou pelo Sul do Brasil, onde os casos notificados de microcefalia somam apenas 23. O novo destino é Bombinhas, em Santa Catarina. Gabriella não ficou decepcionada por mudar a viagem.
Enquanto o dia de embarcar não chega, os cuidados em casa são muitos. Gabriella afirma que a paranoia já passou, mas reconhece que a gravidez é uma fase de vida cheia de preocupações. “Essa (o risco de contrair o vírus) é mais uma para a lista”, diz. Ela conversou com o obstetra que acompanha o pré-natal, esclareceu as dúvidas e segue as recomendações do Ministério da Saúde. “Tenho feito tudo o que posso. Uso repelente pela manhã, antes de sair de casa, e reaplico duas vezes ao longo do dia. Evito sair com frequência e fico com a casa fechada, principalmente as janelas.”
CLIMA FRIO
O inseto mais indesejado dos últimos tempos, Aedes aegypti, se reproduz na água. E nada como as chuvas de verão para atraí-lo. Ele não precisa de uma piscina inteira. Basta uma tampinha de refrigerante com um pouco de água para os ovos se desenvolverem. No verão, o ciclo reprodutivo se acelera, graças ao calor e às chuvas. Em lugares frios, como as temperaturas são mais baixas, a procriação fica comprometida.
Existem cidades em que o ar-condicionado é dispensável. Os atributos de locais frios não são apenas o casaco e o cachecol: tem fondue, pousadas charmosas, lareira e paisagens de montanha. A Serra Catarinense, região mais fria do Brasil, registra temperaturas abaixo de zero. Fora do país, há opções de destinos com neve e esqui para passar longe do mosquito com muita diversão.
Urubici (Santa Catarina)
O município concorre ao título de mais frio do Brasil. Chegou a registrar, em 1996, 17,8 graus negativos. As chances de nevar entre junho e agosto são altas. Na cachoeira Véu da Noiva, a queda d’água de 25 metros fica congelada no inverno. A Pedra Furada, rocha vazada com 30 metros de circunferência, é para os aventureiros: percurso, feito em meio a cânions, dura cerca de oito horas. Não deixe de percorrer os cinco quilômetros mais radicais da estrada que corta a Serra do Corvo Branco, com curvas fechadas e descidas íngremes, além de mirantes com vista para o litoral. Visite cavernas com inscrições rupestres e, para encerrar o dia, um café colonial ao pé da lareira cai bem.
Puerto Varas (Chile)
Na Região dos Lagos Chilenos, a cidade é cheia de surpresas.
Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)
Terra de imigrantes italianos, a cidade é famosa por produzir alguns dos melhores vinhos do país. E tem coisa melhor que um friozinho para degustar a bebida? O melhor período para visitar Bento Gonçalves é junho, quando a temperatura chega a 13 graus. A geada é costumeira. Prepare o cobertor, pois as noites são mais geladas que os dias. O Vale dos Vinhedos, emoldurado por colinas e estradas estreitas, é onde fica a maior parte das fábricas de vinho. Faça o roteiro Caminhos de Pedra. Ele inclui uma charmosa vila com casas de massas, teares e erva-mate. Queijos e salames também são produzidos na região, mas deixe espaço para apreciar o galeto, especialidade local.
El Calafate (Argentina)
A pequena vila às margens do Lago Argentino é considerada uma Campos do Jordão da Patagônia. Localizada na província de Santa Cruz, recebe os visitantes com bons hotéis, restaurantes e lojas de artesanato. Das iguarias locais, o destaque é para o cordeiro assado em fogo de chão. A cidade é pequena e pode ser explorada a pé. Prepare roupas e calçados confortáveis para se proteger do frio. A média de temperatura anual é de 7 graus e, a mínima, de 10 graus negativos. A principal atração regional são as geleiras do Parque Nacional Los Glaciares, a 80 quilômetros do Centro. A mais famosa delas é Perito Moreno, eleita Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
Previna-se
» Informe-se sobre a condição epidemiológica do destino
» O risco de ser picado em ambientes urbanos é maior, pois há mais lugares onde o mosquito pode se reproduzir
» O Aedes aegypti foge de lugares onde venta bastante. Com o vento, a fêmea perde um pouco da orientação durante o voo. Ligue o ventilador
» Cachoeiras e lagoas não são
os lugares favoritos do inseto. Ali, a possibilidade de sobrevivência das larvas é menor, por causa dos peixes.
O Aedes prefere água parada
» Para ser eficaz contra o mosquito, o repelente deve conter as substâncias DEET, icaridina ou IR3535
» Dependendo da substância contida no repelente, o efeito da proteção é mais ou menos duradouro (varia de quatro
a 10 horas)
» Não existe repelente à prova d’água. Reaplique após ter contato com água
» Caso esteja com febre acima
de 38 graus durante a viagem, procure imediatamente o serviço de saúde da cidade
» Mulheres grávidas devem
adiar idas a locais de risco
e consultar um médico para saber como se prevenir
no dia a dia
» Caso cancele sua viagem, o reembolso integral deve ser feito pelas empresas prestadoras de serviços,
de acordo com o Idec, pois
a desistência foi por motivo
de força maior
» Companhias aéreas costumam reembolsar apenas as gestantes. É comum a exigência de declaração
médica em que conste o estágio atual da gravidez