Uma cidade encravada em meio ao Vale da Aburrá, sobre as altas montanhas centrais da Cordilheira dos Andes, de onde se pode ver o Rio Medellín passar, acompanhando o curso da principal linha do metrô. A capital antioquenha encanta já na chegada. Do alto, a vista dos paredões de rocha chama a atenção, especialmente à noite, quando um mar de luzes se forma em meio ao vale. Em terra, há muito o que fazer e conhecer. Como a cidade conta com um sistema de transporte público bem estruturado e interligado, explorá-la de metrô, metrocable, ônibus ou a pé é um prato cheio para conhecer as atrações turísticas e também interagir com o amável povo colombiano.
Medellín tem uma vasta gama de parques, bibliotecas, museus e espaços públicos que respiram arte e onde são realizados diversos eventos culturais. Uma boa dica é começar pelo Centro Histórico da cidade. Seguindo pela linha A do metrô, a primeira parada deve ser na estação Parque Berrío, onde o turista tem uma aula de cultura local. A chegada à Praza Botero dá o tom do esplendor: é um verdadeiro museu a céu aberto.
Nessa parte da cidade, basta atravessar a rua para chegar a outro deslumbrante espaço cultural: o Museu de Antióquia, centro de artes que homenageia Fernando Botero e o artista Pedro Nel Gómez, também de Medellín. O museu tem diversas exposições permanentes e temporárias que retratam uma vida de trabalho das duas personalidades, consideradas lendas locais. Além das esculturas de Botero, estão expostos quadros, com as famosas pinturas de mulheres, homens e animais de formas obesas e dimensões alteradas famosas em todo o mundo. Há ainda espaço para workshops, salas interativas para adultos e crianças e uma loja de presentes.
O museu conta com 12 salas que incluem mais de 100 trabalhos artísticos do acervo pessoal de Botero. Explore ainda a área sobre Pedro Nel Gómez para conhecer a vida e as criações do artista famoso pelos murais gigantes, e observe os mais de 200 itens de povos indígenas na Sala das Três Culturas. É cobrada uma pequena taxa de entrada, de 10 mil pesos colombianos, o que equivale a cerca de R$ 12. O local abre às 9h e fecha no fim da tarde, durante todo o ano. Os dois espaços ficam dois quarteirões a norte da estação de metrô Parque Berrío. A região oferece vários restaurantes, cafés, hotéis e uma universidade. Alguns quarteirões a leste está localizado o Parque Bolívar, que abriga uma grande fonte e a Catedral Metropolitana, chamada oficialmente de Basílica da Imaculada Conceição de Maria. É o maior templo católico de Medellín, onde também há um museu.
De volta à linha A do metrô, o turista pode seguir para outro polo cultural. No sentido norte, na direção da estação Niquia, a parada é no terminal Universidad, que abriga em seus arredores o Parque Explora, o Parque de Los Deseos e o Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe.
O espaço, aberto em 2008, é um dos símbolos da transformação dramática que aconteceu em Medellín nas últimas décadas, após a cidade se livrar do passado criminoso marcado pela violência do Cartel de Medellín e da produção de cocaína, exportada para todo o mundo e principalmente para os Estados Unidos. Vinte anos após a morte de Pablo Escobar e a desestruturação do cartel, é impressionante o quanto a cidade mudou. Ainda há muitos problemas sociais e diferenças econômicas entre a população, mas dá pra ver que Medellín se reergueu desse passado.
Em 2012, ganhou o título de “cidade mais inovadora do mundo”, da ONG Urban Land Institute, e em 2013 foi considerada a “cidade do ano” pelo Wall Street Journal. A cidade é ainda um polo importante do setor têxtil, com diversas indústrias e estilistas que ditam moda especialmente para os latino-americanos. Prova disso é que Medellín sedia a Colombiatex, a mais importante feira de tendências e negócios do setor na América Latina. Neste ano, o evento reuniu 510 expositores, sendo 35 do Brasil, o que colocou o país em primeiro lugar em representatividade entre os vizinhos latinos.
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