Praias de mar azul-turquesa, resorts, vida noturna agitada e compras. É isso que a maioria dos brasileiros (e turistas do resto do mundo) procura quando vai a Cancún, no litoral sudeste do México. A partir da década de 1970, o que era uma pequena cidade, com pouco mais de 1 mil habitantes, se transformou em um grande centro de turismo de sol e praia, graças aos investimentos da indústria hoteleira. No entanto, a região litorânea do estado de Quintana Roo tem muito mais a oferecer. Apesar do tamanho, Cancún e sua vizinha mais tranquila, a região da Riviera Maia, podem oferecer um mergulho na história do México, que guarda uma cultura riquíssima. Nas ruas, no comércio, nos parques, é possível encontrar a influência da cultura maia e dos conquistadores espanhóis.
Banhada pelo Mar do Caribe (assim como Cancún), a Riviera Maia é uma região que se estende por cerca de 120 quilômetros entre as cidades de Puerto Morelos e Punta Allen, bem ao Sul. Segundo o Fideicomiso de Promoción Turística de Cozumel y Riviera Maya, a Riviera tem mais de 400 hotéis, ocupados por famílias e aquelas pessoas que querem um destino mais tranquilo. Quase metade dos turistas são norte-americanos, seguidos dos europeus.
Era um importante centro religioso e comercial da civilização maia no período chamado pelos historiadores de pós-clássico, de 1000 a 1550 d.C., que se comunicava com outras populações por meio do oceano. A Riviera abriga importantes sítios arqueológicos, com destaque para Tulum e Cobá – esta última com uma pirâmide de mais de 40 metros de altura.
A 60 quilômetros de Playa del Carmen, principal cidade da Riviera Maia, e 128 quilômetros de Cancún, Tulum era uma cidade maia cercada por três lados por uma muralha – que dá nome ao local – e de frente para o Mar do Caribe. O contraste rende belas fotos. Os destaques são as construções mais baixas e largas do que as vistas normalmente em outros sítios. Estima-se que, em seu apogeu, a população chegava a 10 mil pessoas que viviam basicamente da agricultura.
Além dos templos, com destaque para El Castillo, uma das maiores construções remanescentes no local, outras ainda guardam vestígios das cores originais (vermelho e azul). Os grandes espaços gramados vistos do lado de dentro da muralha eram ocupados pelas casas de palha do povo comum. As cidades tinham estruturas para evitar os perigos de um fenômeno comum na região do Caribe: os furacões.
Apesar da localização estratégica e da beleza do local, a cidade foi abandonada pelos maias por volta do século 16 por motivos que até hoje intrigam os historiadores. O local fica aberto das 8h às 16h30 e o ingresso custa 64 pesos. Os guias falam diferentes idiomas e vão dar detalhes importantes sobre cada construção, os hábitos da população e a relação deles com a religião e o universo. Água, protetor solar, chapéu, roupas leves e calçado confortável são essenciais para a visita, devido ao forte calor e terreno acidentado em alguns locais. Aproveite também e coloque a roupa de banho na lista, porque depois do passeio você pode dar um mergulho na Praia de Tulum e admirar, do mar, a vista do Templo del Viento. Imperdível.
Se depois de passar por Tulum ainda estiver com disposição para mais cultura maia e aventura, pode esticar o passeio até mais ao sul, onde fica a Reserva de La Biosfera de Sian Ka'an. São mais de 500 hectares de vegetação, com selva, pântanos e praias. O passeio é mantido por uma cooperativa formada por moradores da própria reserva, descendentes de maias. Assim, o valor arrecadado com os tours é revertido para a própria comunidade. Em Sian Ka'an, que significa “onde nasce o céu” também há sítios arqueológicos.
Um dos melhores passeios é a passagem pelos canais da Laguna Muyil. Eles foram abertos pelos maias, escavados em paredes de lodo facilmente confundidas com pedras, dando acesso ao mar. A travessia da lagoa é feita em barcos a motor. Entrando nos canais, a velocidade diminui e os guias dão uma verdadeira aula sobre a biodiversidade na região, que abriga diversas espécies de aves, répteis, peixes e felinos. Após cerca de 20 minutos, o barco alcança um píer, onde há um pequeno templo maia. Lá, usando um colete salva-vidas, você pode saltar e flutuar pelo canal, conduzido pela leve corrente. A profundidade chega a, no máximo, dois metros. O passeio relaxante dura meia hora.
Sian Ka'an também oferece um passeio curioso para conhecer como era feito o chiclete. Na época dos maias, a atual guloseima era usada para higiene: a goma era mascada para limpar os dentes. Anos depois, a extração da matéria-prima virou fonte de renda para milhares de pessoas, que se embrenhavam na selva por meses para extrair “el chicle” da Sapota zapotilla (conhecida no Brasil como sapotizeiro), que era vendido às distribuidoras até chegar à indústria. A seiva da planta é extraída por meio de cortes no tronco, assim como o látex. Depois de recolhida, é fervida em grandes panelas, resfriada e mexida até ganhar a consistência do chiclete.
Nesse passeio, além do cuidado com os calçados não se esqueça do repelente para insetos – indispensável para caminhar na floresta. Por último, o turista pode desfrutar de um almoço delicioso com comida típica mexicana. Destaque para o Tikin Xic, peixe assado ao estilo maia, com laranja, urucum e enrolado em folha de bananeira, e fajitas de frango temperadas com pimentão e servidas com arroz, nachos, frijoles (pasta de feijão) e as tradicionais tortillas.
Outros lugares para visitar em Cancún
Quer saber mais sobre a história da bebida símbolo do México? Esse é o lugar. Fica no segundo piso do shopping Plaza Kukulkan, na zona hoteleira. Misto de museu com loja de suvenires, na Hacienda Tequila um guia vai recepcioná-lo e mostrar as etapas da produção da bebida, desde a colheita do agave-azul (planta que é o ingrediente principal), até o envelhecimento da bebida. E ainda tem degustação. Vale passear pelas prateleiras da coleção, que conta com mais de 500 marcas da bebida. As garrafas são uma atração à parte, e quem não bebe fica tentado a ter uma nem que seja como objeto de decoração. Há garrafas feitas de cerâmica, lembrando os azulejos portugueses, em formatos de pirâmides maias, bolsas, sapatos. Até garrafas com prata e ouro comestíveis. Fica aberto de segunda a domingo, das 9h às 22h.
• Endereço: Plaza Kukulcan, Boulevard Kukulcan, Km 13. Zona Hotelera, 77500 Cancún
https://haciendatequila.sacom.mx
Também no Boulevard Kukulcan, é um restaurante argentino especializado em carne, peixes e frutos do mar. Com vista para a Laguna Nichupté, a decoração é linda e o cardápio excelente (na foto, atum com purê na manteiga e molho de soja).
• Endereço: Boulevard Kukulcán, Km. 14.1, Zona Hotelera, Cancún, Quintana Roo
https://www.puertomaderorestaurantes.com/
• Coco Bongo
• Endereço: Boulevard Kukulcan Km 9.5. Plaza Forum Be The Sea Zona Hotelera, 77500 Cancún
https://www.cocobongo.com.mx/
Como chegar
Partindo de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília, a Copa Airlines opera voos diários para Cancún (exceto no Recife, onde as partidas são domingo, segunda, terça e sexta-feira) com conexão no aeroporto de Tocumen, no Panamá, onde não é preciso passar pela imigração ou alfândega. As malas são despachadas diretamente para o destino final, o aeroporto internacional de Cancún.
www.copaair.com
Serviço
• Hard Rock Hotel Riviera Maya
https://es.hrhrivieramaya.com/
Carretera Cancun – Chetumal, Km 72, Puerto Aventuras, México 77710
• Sandos Caracol Eco Resort
https://pt.sandos.com/hotel-sandos-caracol-inplayadelcarmen.htm
Carretera Puerto Juarez – Chetumal Km 295, Solidaridad, 77710 Playa del Carmen
• México
Sandos Cancun Luxury Resort
https://pt.sandos.com/hotel-cancun-in-cancun.htm
Calle Retorno del Rey Km 14 Mz 53 Lote 37-1, Zona Hotelera, 77500 Cancun, México