Chegando ao Rio Grande do Sul, coloque o pé na estrada.
Com as malas desfeitas, Bento Gonçalves é o lugar para começar. Lá, existem charmosas vinícolas familiares abertas ao público, incluindo grifes maiores, como a Miolo e a Salton, além da propositalmente reduzida Dal Pizzol. Na sequência, se o itinerário permitir, vale experimentar rótulos borbulhantes em Garibaldi, onde funciona a tradicional produtora de vinhos Peterlongo, a única brasileira autorizada a dizer que faz champanhe no país. Em Pinto Bandeira, encontramos cave da família Geisse, especializada em espumantes — vendidos em restaurantes estrelados mundo afora —, a cooperativa Aurora e o restô-hotel Don Giovanni.
Além de descarregar os cachos de uva, as vinícolas desenvolveram maneiras inusitadas de encher as taças dos visitantes.
Tanto rebuliço para atrair turistas se deve, em parte, à tensão que produtores dizem enfrentar na tributação dos vinhos. “Pagamos muitas taxas para vender no Brasil. Por isso, a indústria se desenvolveu tanto”, informou o empresário Rinaldo Dal Pizzol, proprietário da Dal Pizzol. “Vinho não é apenas alimento ou produto de diversão. É, sim, um produto que fortalece nossa alma”, declarou.
Além de boa vontade, é possível experimentar cerca de 10 mercadorias, incluindo sucos, por empresa, fazendo os passeios mais exclusivos, como visitas às adegas, museus de vinho e trilhas enológicas. A conta pode ficar ainda maior se forem incluídos almoços e degustações guiadas. Muitos espaços têm sua própria sala de experimentação, e há vinícolas que, mediante combinação prévia, ensinam o visitante a criar seu próprio rótulo. Ele é produzido em escala reduzida e ganha vida a partir de assamblages (misturas) de vinhos-base.
Quatro estações
Por causa do clima imprevisível, algumas opções de lazer ocorrem dentro das próprias caves. Embora seja possível adiantar-se à chuva olhando a previsão do tempo na internet, São Pedro costuma pregar peças e desafiar a meteorologia. Eventualmente, em um único dia, a sensação é de ter presenciado as quatro estações. Embora seja incômodo para quem saiu do hotel sem o casaco em mãos, é exatamente por conta desse clima que as uvas ficam tão saborosas e têm tanta facilidade em sobreviver.
Curiosidade
Quase 90% das empresas vitivinícolas brasileiras estão localizadas na região.
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