A montanha (tor, em celta) de 158m oferece uma vista privilegiada do condado de Somerset e, como tudo na cidade, guarda um segredo. Ninguém sabe ao certo a razão para seu formato, deliberadamente dividido em sete níveis. No topo, como se vigiando eternamente Glastonbury, fica a torre da Igreja de São Miguel, única parte do templo do século 15 que restou. Certeza de fotos incríveis, a atração exige fôlego – embora, com paciência, qualquer um consiga chegar ao alto – e roupas quentinhas para aguentar o sopro gelado do vento.
Arqueólogos como guias
A principal atração da cidade são as ruínas da Abadia de Glastonbury. Até o século 16, quando Henrique VIII – o rei que gostava de degolar mulheres – comprou briga com a Igreja Católica, esse era o maior e mais importante monastério da Inglaterra. A primeira abadia era mais simples e teria sido erguida pelo rei Ine de Wessex (688-726 d.C.) no terreno onde estava a chamada Vetusta Ecclesia. A época de ouro, porém, veio por volta de 1086 d.C., segundo registros escritos. Ainda se podem ver resquícios das cores e do ouro que cobriam as paredes do complexo. No centro de visitantes, uma maquete mostra a grandiosidade da abadia, onde foram enterrados três reis saxões e, de acordo com a lenda, o rei Arthur.
Circulando pelas ruínas, estão personagens de época – arqueólogos que, vestidos a caráter, oferecem tours guiados (incluídos no ingresso) pela abadia. Em meio aos resquícios da antiga construção, demolida a mando de Henrique VIII, eles mostram a cozinha do monastério, um prédio raríssimo na Europa, onde há poucos exemplares parecidos. Construído entre os séculos 13 e 14, o prédio em formato octogonal era onde se preparavam as delícias que serviam os nobres e ricos convidados dos monges, que, por sua vez, tinham de se contentar com a modesta cozinha do claustro.
LOJINHAS E HOSPEDARIAS No Centro de Glastonbury, a atração é a própria atmosfera mística e esotérica da cidade. As muitas lojinhas que dividem espaço com pubs e hospedarias medievais vendem artigos religiosos diversificados, como crucifixos, incensos, imagens de ciganos e divindades pagãs, além de ervas e óleos para a confecção de poções mágicas, no melhor estilo de Avalon.