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Com sotaque lusitano

Lisboa encanta pela vida agitada das noites e pelos bons restaurantes

Uma das cidades mais baratas da Europa, tanto em hospedagem quanto na alimentação


Porta de entrada para a Europa, Lisboa é multicultural, repleta de atrações e história para ser explorada por viajantes, principalmente os brasileiros. Uma vantagem da cidade é, assim como as demais desse roteiro, a possibilidade de chegar a qualquer ponto por meio do transporte público. Existem quatro opções: metrô, ônibus, tram (metrô de superfície), comboio (trem) e a mais charmosa de todas, que merece um passeio especial: o bondinho.

O Elétrico (bonde) é um dos símbolos lisboeta e permite um passeio mais que agradável em volta da capital. Sozinho ou acompanhado, com os vagões lotados ou vazios, vale a pena passear, ouvindo conversas e aprendendo novas palavras com o sotaque e vocabulário lusitano. Aliás, locomover-se por transporte público é bastante prático, uma vez que o bilhete para utilizar qualquer um dos meios é único e custa pouco mais de um euro por trecho.

Chegando de avião, logo no aeroporto da Portela é possível descer direto para a estação de metrô e seguir para qualquer bairro. Mas vamos com calma. Primeiro, encontre onde fica o seu hotel ou hostel. Em viagem de mochilão – e estamos falando de euros –, cada moeda já é uma economia. Vários albergues têm ótimas instalações, com diárias baratas que incluem café da manhã. Procure por aqueles localizados na região central, como Travellers House, próximo à Praça do Comércio, um dos principais pontos turísticos da cidade. A partir desse ponto, vale utilizar qualquer uma das opções de transporte.

 

 

 

Mas deixe lugares distantes para outro momento. Ande. Dê uma volta no local, nas ruas do Ouro e da Prata, os antigos restaurantes. Vá ao Martinho da Arcada, um dos mais antigos da Europa, onde o escritor Fernando Pessoa escrevia seus poemas e contos. Bem pertinho, seguindo a margem do Rio Tejo, é possível conhecer a Torre de Belém, local de partida dos descobridores para explorar os mares e de onde saiu o navegador Pedro Álvares Cabral, na viagem em que descobriu o Brasil. Logo à frente há o Mosteiro dos Jerónimos (assim, com acento agudo), um belo exemplo da arquitetura manuelina.

Também é possível conhecer o Padrão dos Descobrimentos, um monumento em homenagem aos descobridores. Ao fundo, dependendo do ângulo, dá para ver a ponte que imita a de São Francisco, nos Estados Unidos, chamada de Ponte 25 de Abril, em homenagem à data nacional da Revolução dos Cravos, que pôs fim ao regime salazarista em Portugal. É curioso observar como Lisboa parece ter feito uma seleção aleatória de monumentos de outros países para replicar na cidade. Por exemplo, do outro lado da ponte, em Almada, há uma réplica do Cristo Redentor.

igrejas Agora, prepare um pouquinho as pernas para subir algumas ladeiras. É reconfortante entrar na tradicional Igreja da Sé; ao lado dela há vários cafés onde você poderá dar uma volta e acalmar os ânimos. Falando em café, o povo português costuma tomar vários cafezinhos ao longo do dia, acostume-se e entre no clima dos gajos. Na mesma direção está a Igreja de Santo António, erguida, segundo conta a história, na casa onde viveu o santo. A construção foi a única que resistiu ao terremoto que destruiu Lisboa, em 1755. O quarto em que nasceu Santo António teria ficado intacto. A entrada é franca.

Ainda ali pela região, não muito distante, há um ponto agradável para se visitar: o Castelo de São Jorge. Ele chama bastante a atenção, pois se encontra em um dos pontos mais altos de Lisboa. Suba e dê uma paradinha no Urinol do Castelo, um cantinho escondido no trajeto de subida. Vá até lá, pague o ingresso – que não é dos mais baratos, custa 8,50 euros – e desfrute de uma linda visão panorâmica. De lá, é possível ver o rio, a ponte que liga Lisboa à península de Setúbal, o Cristo Redentor e muitos outros monumentos.

BARES Depois desse passeio, é hora de seguir em frente. Mas antes, pare em um bar e peça uma imperial. Assim é chamado o chope na parte Sul do país – ao Norte, chama-se fino. Não troque as bolas, há uma certa rivalidade entre as duas regiões e os moradores não gostarão muito de ouvir as palavras erradas.

Lisboa, como não poderia deixar de ser, tem opções para quem gosta da vida noturna. Uma quantidade enorme de bares aguarda o visitante no Chiado. Também é possível encontrar discotecas para quem gosta de dançar. Sim, discotecas. Não fale boates, a menos que queira perguntar onde fica um prostíbulo.

Vocabulário à parte, siga o passeio. Lisboa é a cidade onde é possível comer muito bem a preços baixos se comparada ao resto da Europa. Sardinhas, bacalhau à Brás, lulas grelhadas e afins. Não deixe de experimentar algum prato tradicional português.

Aliás, não se esqueça de pegar um tram para ir a Belém e comer o verdadeiro pastel de Belém, que só é feito no café A Brasileira, onde há uma estátua do poeta Fernando Pessoa sentado em um banco.

 

 

FUTEBOL Para os fãs de futebol, há dois grandes clubes na cidade, com dois belos estádios para visitar: o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal. O primeiro é o maior vencedor do Campeonato Português, dono do Estádio da Luz, que foi palco da final da última edição da Liga dos Campeões. Já no Estádio José Alvalade, você conhece a casa do Sporting, que está na terceira posição no campeonato de Portugal.

Aliás, o torcedor português é bastante fervoroso com futebol. Cuidado ao entrar no assunto, principalmente com os mais velhos, pois são capazes de dizer que Cristiano Ronaldo, a quem chamam apenas Ronaldo, é melhor que qualquer brasileiro na atualidade. Não é para menos: o jogador ganhou, por três vezes, a Bola de Ouro da Federação Internacional de Futebol (Fifa).

 

 

SERVIÇO

Onde ficar
• Yes! Lisbon Hostel
yeshostels.com/pt
Rua de São Julião, 148
Diária a partir de R$ 46 para acomodação em quarto com seis pessoas

Onde comer
• Cruzes Credo Café
facebook.com/cruzescredo
Cruzes da Sé, 29
Horário de funcionamento: diariamente, das 10h às 2h