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Estado de Minas

Festival BH in Solos reúne oito espetáculos circenses e cômicos em BH

Montagens de circo e teatrais de pegada cômica guiam a sexta edição do festival. Riso vira ponto de partida para a resistência


06/12/2019 06:00 - atualizado 06/12/2019 07:43

A peça A minha mãe é uma comédia é uma das atrações do evento, com performances individuais(foto: INLUZIO/divulgação)
A peça A minha mãe é uma comédia é uma das atrações do evento, com performances individuais (foto: INLUZIO/divulgação)

Segundo o ditado, rir é considerado o melhor remédio, mas pode ser também uma forma de resistir. “Assim como o choro, o riso é catártico; vem de um movimento pasmódico”, pontua o ator e diretor Robson Vieira. Ele é o idealizador e curador do BH in Solos – Mostra de espetáculos cênicos individuais, que busca fomentar a produção e a difusão de atrações de artes cênicas com um único intérprete em cena. O evento abriu sua sexta edição na quinta-feira (4) e segue até o dia 15 com uma programação que tem como lema justamente “Rir é resistir”. São várias montagens nas áreas de circo e teatro, que têm a comédia como ponto de partida para a criação. “Esse recorte tem muito a ver com a minha trajetória e com o meu desejo. Percebo como essa questão do riso mudou ao longo dos anos. Antes, o Brasil fazia graça pela graça. Agora, não. As pessoas entendem que o riso é, sim, uma ação política. Um exemplo disso é o Porta dos Fundos, premiado até mesmo internacionalmente”, analisa.
O próprio fato de a mostra quase não ter ocorrido por questões financeiras é uma prova de resistência, como ressalta Robson. O curador afirma que o BH in Solos nunca contou com recursos municipais e nem estaduais e que vem sobrevivendo por conta de parcerias, como as estabelecidas com o Sesi e o Sesc. “Eles nos acolheram mais uma vez com seus espaços e isso foi fundamental para a realização. A mostra vai acontecer também em função de uma vontade dos artistas. Várias pessoas me cobravam se ela ia ou não acontecer. E, aí, percebi como ela é necessária”, frisa.

Todos os espetáculos são realizados nos teatros de bolso do Sesiminas e do Sesc Palladium. Entre os destaques deste fim de semana estão A minha mãe é uma comédia, solo do ator e comediante Beto Sorolli, que será encenado nesta sexta (6). No sábado (7), é a vez de Patuscada, com o palhaço Rafael Protzner, que promete encantar e divertir com suas máscaras. Já no domingo (8), a atração é Othélio, com o ator Maikon Sipriano, uma releitura de Otelo, de William Shakespeare, mas trazendo a realidade dos personagens desse clássico para o morro e as favelas brasileiras.

Robson Vieira também está em cartaz e se apresenta na quinta (12), aniversário de Belo Horizonte, com a montagem Atendendo a pedidos. A peça é um convite para redimensionar o que realmente importa para o ser humano e questiona, por meio de fragmentos cômicos, irônicos e/ou trágicos, o percurso da humanidade sob o viés da crença e da responsabilidade de cada um. “Desde a primeira edição eu não me apresentava no festival. Achei que era interessante apresentar esse espetáculo, que é uma comédia da vida humana, mostra a história dos seres humanos que não deu certo”, explica.

A BH in Solos – como o próprio nome sugere – já a partir de sua origem, em 2014, sempre valorizou a cena local, que, para Vieira, é extremamente interessante e diversa. “Existe até um preconceito com quem faz comédia. Mas desde a Grécia antiga, passando por Shakespeare, temos textos que são referências e marcos na dramaturgia. Acho importante a gente investir nesse estilo, mas dialogando com o pessoal daqui. Temos desde atores com anos de estrada até gente que acabou de se formar. É um recorte bacana”, avalia.

O organizador também salienta como o riso pode se manifestar em várias nuances, como a ironia e o sarcasmo. “Não é porque é comédia que são produções menos importantes ou menores. Muito pelo contrário. Temos muitos espetáculos na mostra que são densos, profundos e que não só fazem rir, mas, sobretudo, refletir”, defende.

BH in solos
Até 15 de dezembro, no Teatro de Bolso do Sesiminas (Rua Álvares Maciel, 59, Santa Efigênia) e no Teatro de Bolso do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Venda nas bilheterias ou pelos sites tudus.com.br e ingressorapido.com. Programação completa em www.bhinsolos.com.br


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