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Estado de Minas TEATRO

Com irreverência, escritor Eduardo Bueno leva ao palco 'Não vai cair no Enem: Uma peça'

Obra recorre também ao deboche ao abordar passagens emblemáticas da construção do país


19/10/2019 10:01 - atualizado 19/10/2019 10:41

Em suas performances, Peninha explora o 'lado B' de episódios e personagens marcantes desde a Era da Descoberta, em 1500(foto: Denise Dambros/Divulgação)
Em suas performances, Peninha explora o 'lado B' de episódios e personagens marcantes desde a Era da Descoberta, em 1500 (foto: Denise Dambros/Divulgação)
O navegador e explorador português Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em abril de 1500. Esse acontecimento já foi contado e recontado várias vezes e está em todos os livros. Mas o que ninguém comenta é o que realmente motivou essa descoberta. “Ninguém fala em quanto o Cabral ganhou para fazer essa viagem. Ele não estava a passeio e já era um homem rico e levou 4kg de ouro. Isso a história oficial não conta”, observa o jornalista e escritor gaúcho Eduardo Bueno.
O episódio é apenas um dos temas abordados por Peninha – como é conhecido – na sua primeira incursão nos palcos, Não vai cair no Enem – Uma peça, que terá única apresentação neste sábado (19), às 21h, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube (CCMTC), em Lourdes.

O projeto nasceu na internet e foi sugerido pelo casseta Marcelo Madureira, que tem uma produtora no Rio. “Ele me dizia que, pelo fato de eu ter essa natureza “faladeira e falastrônica” e de contar de uma maneira interessante a história do nosso país, eu tinha de fazer um canal no YouTube seguindo essa linha. O canal bombou e o próprio Marcelo me recomendou fazer ao vivo, com plateia e tudo, porque certamente seria um sucesso”, afirma.

Há quase um ano Eduardo está em turnê com o espetáculo, que já percorreu 18 cidades brasileiras. Com oito temas da história do Brasil de ontem e de hoje, a montagem mescla irreverência e bom humor com muita informação e sempre com um viés crítico e até de deboche. O enredo começa com a descoberta do Brasil em 1500 e percorre momentos históricos importantes, como a expedição de Américo Vespúcio, o Brasil holandês e Maurício de Nassau, o Quilombo dos Palmares, a Inconfidência Mineira e Tiradentes, a Proclamação da República e se encerra fazendo uma ponte com os dias atuais.

O palco conta com uma arara com roupas de época, cubos com rostos de personagens da história do Brasil e outros objetos cênicos. Eduardo Bueno diz que está ansioso e empolgado por falar de Joaquim José da Silva Xavier em seu estado natal. “Nada me dá mais prazer do que criticar os heróis regionais em seus lugares de origem”, diverte-se. O jornalista acrescenta que, na verdade, suas ressalvas são com relação ao processo de fabricação e invenção de herói feito pela República. “Acho o Tiradentes ingênuo e tolo, mas, ao mesmo tempo, agiu com tamanha grandeza e morreu com dignidade. Eu pego no pé dele no começo, mas depois eu livro a cara dele. Ih... já estou dando spoiler”, brinca.

Quando encenou a peça em Porto Alegre, sua cidade, o jornalista confessa que temia ser hostilizado de tanto que pisoteou na Revolução Farroupilha (1835-1845) e nos seus representantes. Também conhecida como Guerra dos Farrapos, ela foi uma insurreição de caráter republicano contra o governo imperial do Brasil, e que resultou na declaração de independência da então província do Rio Grande do Sul como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. “E o resultado foi surpreendente. Não fui linchado (risos). A gente ridiculariza, mas tudo ali é verdadeiro”, pontua.

Apesar de seguir um roteiro, Não vai cair no Enem tem muito improviso, uma marca de Eduardo Bueno, o que, para ele, torna tudo mais espontâneo e, consequentemente, engraçado. “Tem amarrações, mas a gente faz variações no texto”, avisa. 

NEM FEBRE 

Por onde passa, a produção tem arrancado não só gargalhadas, como elogios do público, inclusive da dama do teatro, Fernanda Montenegro, que completou 90 anos nesta semana. No dia em que a atriz foi assistir à apresentação ao lado da filha, Fernanda Torres, e do genro, o diretor Andrucha Waddington, Eduardo acordou com uma febre altíssima e mal conseguiu se levantar da cama. “Foi com muito custo que eu fiz a peça. Quando entrei no palco, a primeira pessoa que eu vi foi a Fernandona. No primeiro segundo, a febre aumentou, mas três segundos depois, eu até melhorei (risos). A Fernandinha, que é muito minha amiga, me disse que a mãe adorou, que ficou dias comentando do espetáculo. Isso é maravilhoso”, celebra o jornalista, que está preparando um livro sobre 12 guerras em que o Brasil se envolveu e deve ser lançado no ano que vem.
 
Não vai cair no Enem – A peça,
Com Eduardo Bueno. Hoje (19), às 21h, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia 2.244, Lourdes. (31) 3516-1360.) Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Classificação: 14 anos. Vendas: bilheteria e pelo site eventim.com.br 





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