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Estado de Minas

'Os olhos moles de Pagu' encena carta da artista ao segundo marido

Kalluh Araújo dirige a atriz Ana Gusmão no monólogo que estreia nesta sexta-feira (11), no Sesc Palladium


08/10/2019 06:00 - atualizado 16/10/2019 16:33

A atriz Ana Gusmão é dirigida por Kalluh Araújo, que assina também o texto, o cenário, o figurino e a iluminação(foto: Rodrigo Gemperle/Divulgação)
A atriz Ana Gusmão é dirigida por Kalluh Araújo, que assina também o texto, o cenário, o figurino e a iluminação (foto: Rodrigo Gemperle/Divulgação)
Publicada em 2005, Paixão Pagu é uma carta em forma de diário escrita em 1940 por Patrícia Galvão (1910-1962), a Pagu, ao seu segundo marido, Geraldo Ferraz. Descrito como uma “carta-confissão”, o texto serviu de base para o monólogo Os olhos moles de Pagu, em que Kalluh Araújo dirige a atriz Ana Gusmão – o diretor também assina texto, cenário, figurino e iluminação.

“Sempre tive curiosidade sobre ela. Mas sempre escutamos falar de Pagu no Modernismo, sua atividade política. Nunca havia me debruçado sobre ela de forma consistente”, comenta a atriz. Ao descobrir a escrita autobiográfica, diretor e atriz encontraram ali a personagem que lhes interessava.
“Na carta, ela desconstrói uma série de coisas. Mostra-se uma mulher sozinha, extremamente frágil, que tinha uma visão muito crítica sobre a vida e sobre ela mesma. A sensação que tive é de que ela foi um espírito que já nasceu velho”, afirma Ana.

De acordo com a atriz, a carta apresenta outras nuances sobre a sua relação com Oswald de Andrade, seu primeiro marido, e também com o Partido Comunista. “Várias questões vão sendo esclarecidas e há uma diferença grande entre a personagem que foi criada e o que ela viveu.”

Musa do Modernismo ainda na adolescência, Pagu foi ativa militante comunista – primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil, foi detida 23 vezes ao longo da vida. Escritora, desenhista, tradutora e diretora de teatro, é autora de Parque industrial (1933). A obra, publicada sob o pseudônimo de Mara Lobo, é considerada o primeiro romance proletário da literatura brasileira.

Os olhos moles de Pagu
Monólogo com Ana Gusmão. Direção: Kalluh Araújo. Teatro de Bolso do Sesc Palladium –Avenida Augusto de Lima, 420, Centro). Sexta (11) e sábado (12), às 20h; domingo (13), às 18h; dia 19 (20h); dia 20 (18h); dia 26 (20h) e dia 27 (18h). Ingressos: R$ 30, R$ 15 (meia) e R$ 12 (associados do Sesc).


Quatroloscinco estreia Tragédia, peça dirigida por Ricardo Alves Jr 

Grupo Quatroloscinco convidou o cineasta Ricardo Alves Jr. para fazer a direção de seu novo espetáculo(foto: Luiza Palhares/Divulgação)
Grupo Quatroloscinco convidou o cineasta Ricardo Alves Jr. para fazer a direção de seu novo espetáculo (foto: Luiza Palhares/Divulgação)

Poder e violência, assuntos que nunca deixam a ordem do dia, movem Tragédia, primeiro espetáculo do Grupo Quatroloscinco dirigido por um convidado. No caso, o diretor e cineasta Ricardo Alves Jr. “Nos nossos processos de criação, sempre levamos para a mesa de discussão algo que estamos vivendo hoje, tanto no sentido macropolítico quanto no de nossas próprias vidas”, afirma o ator Assis Benevenuto, que divide com Marcos Coletta a dramaturgia.

No início do processo, o grupo estudou bastante a obra do filósofo coreano Byung-Chul Han, em especial o livro Topologia da violência. Foi a partir dessas leituras que atores e diretor chegaram ao tema da tragédia. Na montagem, a base é Antígona, de Sófocles.

A ação se passa em torno de uma mesa de sinuca. “Antígona quer enterrar o irmão e, para tal, tem que enfrentar o poder”, comenta Alves Jr. Na situação, três pessoas estão num bar. “A partir desse jogo, a dramaturgia se abre para questionamentos, chegando até a tragédia grega”, continua o diretor. Um quarto personagem entra em cena ao longo da montagem.

Para os integrantes do Quatroloscinco, interessava a maneira cinematográfica com que Alves Jr. trata o teatro. Tanto que, durante o espetáculo, eles próprios se filmam e projetam em cena em tempo real. “O resultado dessa filmagem corresponde a outro tempo, que é o tempo da tragédia”, diz Benevenuto.

Tragédia cumprirá temporada até 25 deste mês na Funarte. Já em novembro (7 a 9, às 20h), o Quatroloscinco leva para o Francisco Nunes, com apresentações gratuitas, sua montagem de estreia, É só uma formalidade, que está completando uma década.

Tragédia
Montagem do Grupo Quatroloscinco, com direção de Ricardo Alves Jr. Na Funarte –Rua Januária, 68, Centro. Temporada desta sexta-feira (11) a 25 de outubro, às 20h30 (apresentações de quarta a domingo). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).


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