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Estado de Minas

América Latina inspira 'Azúcar', o novo espetáculo do grupo Sala B

Montagem nasceu do desejo da companhia de apresentar a região


19/10/2018 11:20 - atualizado 19/10/2018 11:30

Azúcar remete à substância refinada da cana, bem doce. Nos países caribenhos, o termo também é empregado como palavra de motivação para dançarinos. Azúcar é o nome do novo espetáculo do grupo de dança contemporânea Sala B, que se apresenta até domingo (21), no Teatro do Corpo, em BH.

'Azúcar' se divide em 15 cenas(foto: Mariane Rettore/Divulgação)
'Azúcar' se divide em 15 cenas (foto: Mariane Rettore/Divulgação)

“É uma gíria muito usada no Caribe para incentivar as pessoas enquanto elas dançam e tocam. Expressa o desejo de força e energia”, diz Fernando de Castro, responsável pela concepção e direção do espetáculo.

A proposta nasceu do desejo da companhia de apresentar a América Latina. “O açúcar influenciou a história de vários países latino-americanos, inclusive do Brasil”, lembra Castro. O grupo busca refletir sobre a instabilidade política e social da área. Em diferentes momentos, países da região foram comandados por governos autoritários, diz ele. “Temos a cena que denominamos ambientes repressivos para falar sobre o autoritarismo. Essa é uma característica latino-americana.”

O espetáculo também aborda a crise dos imigrantes – recentemente, chama a atenção o drama dos venezuelanos que deixaram suas casas em direção a outros países, inclusive o Brasil.

Apesar da dureza dos temas abordados, Fernando destaca o aspecto poético do espetáculo. Azúcar se divide em 15 cenas – nove delas com temas criados por compositores cubanos. “Tem mambo, bolero, chá-chá-chá. A ideia inicial era construir um repertório que abordasse os vários países, mas a maior parte veio dos cubanos. A cultura musical de Cuba é muito forte”, explica.

SALÃO

O trabalho do grupo é voltado para a dança contemporânea, mas esse projeto transita pelo balé clássico e a dança de salão. “Convidamos a professora cubana Francis Ramos, doutora em danças populares”, diz Fernando. Sala B reúne nove bailarinos formados em técnicas distintas, multiplicidade que resulta na diversidade de linguagens.

“Somos um grupo heterogêneo. Estamos interessados na mistura de técnicas e de saberes”, diz Fernando. De acordo com ele, era necessário fazer uma reflexão sobre o contexto histórico da região. A imersão na cultura da América Latina não seria completa se apenas tangos e boleros fossem coreografados. “A ideia é não ser panfletário. As cenas são muito poéticas”, garante.

A construção do espetáculo se deu de maneira colaborativa, envolvendo toda a companhia. “Temos integrantes com experiências técnicas diferenciadas, que passaram por vários grupos. Pessoas do Mato Grosso, do Rio Grande do Sul e de São Paulo, por exemplo. Alguns se formaram no Bolshoi, outros são de formação mais contemporânea e outros do jazz. Essa mistura de conhecimentos é muito importante”, conclui.


AZÚCAR
Concepção e direção: Fernando de Castro. Com grupo de dança Sala B. Teatro do Corpo. Avenida Bandeirantes, 866, Mangabeiras. Sexta-feira (19) e sábado (20), às 20h; domingo (21), às 19h. R$ 20.
Ingressos à venda no local. Informações: (31) 3221-7701.


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