(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Em sua 6ª edição em BH, Janela da Dramaturgia inicia leitura de obras inéditas nesta quarta-feira

O projeto promoverá cinco encontros em dezembro para a leitura de 10 trabalhos


26/08/2018 10:28 - atualizado 11/09/2018 11:46

Anderson Feliciano, Renan Camilo, Janaina Leite, Romina de Paula, Jesus Lataliza e Vinicius Souza são alguns dos autores que participarão da edição 2018 do projeto Janela da Dramaturgia. A cada mês, dois textos inéditos terão leitura dramática no CCBB(foto: Túlio Santos/EM/D.A.Press)
Anderson Feliciano, Renan Camilo, Janaina Leite, Romina de Paula, Jesus Lataliza e Vinicius Souza são alguns dos autores que participarão da edição 2018 do projeto Janela da Dramaturgia. A cada mês, dois textos inéditos terão leitura dramática no CCBB (foto: Túlio Santos/EM/D.A.Press)

Projeto que objetiva fomentar a produção de novos autores teatrais, o Janela da Dramaturgia inicia na quarta (29) a leitura de obras inéditas em sua sexta edição em Belo Horizonte, com os textos O candidato, do mato-grossense Joelson Jogosi, e Sem dono: exílio-agência-existência, dos mineiros Daniel Toledo e Will Soares.

“Vejo o (projeto) Janela da Dramaturgia como vitrine de novas dramaturgias, que possibilita que esses autores possam ser conhecidos, ter visibilidade no cenário nacional”, diz Jogosi. Os dois textos têm em comum a polifonia. Embora o projeto parta da leitura do texto, os autores estão atentos a todos os elementos da cena, buscando subvertê-los.

O projeto promoverá cinco encontros em dezembro para a leitura de 10 trabalhos, compondo um cenário de linguagens diversas, do drama à performance. A cada encontro são lidos dois textos: um assinado por um autor mineiro e outro por um dramaturgo de outra região do país. Nesta edição, Daniel Toledo e Will Soares mostram parte do que tem sido produzido no estado. Nesta edição, também serão produzidos textos críticos feitos por artistas e pesquisadores a partir das leituras dramáticas.

Joelson diz que a ideia para O candidato surgiu num insight, mas se transformou a partir do desenrolar da escrita. O texto parte de quadros para composição do todo. As partes foram escritas isoladamente e, depois, encaixadas como num quebra-cabeça. “Quando começo a escrever, passo a ser marionete, conduzida pelas vozes que se apresentam dentro da narrativa. Acredito que essas vozes múltiplas presentes no texto guiam a dramaturgia”, afirma.

OPRESSÃO Navegando no universo da literatura fantástica, com influência do teatro do absurdo e da literatura contemporânea Joelson Jogosi define O candidato como “um texto dramático que apresenta um personagem em situação de extrema opressão. Um texto tenso, que se alterna entre momentos mais líricos e mais poéticos”.

A leitura dramática possibilita aos autores no contato direto com o público perceber os acertos de seus textos, assim como aspectos que precisam ser aperfeiçoados. “Quando você escreve para teatro, a coisa só funciona quando o texto se realiza. É o público que nos dá a resposta se funcionou ou não”, diz o dramaturgo. Ele ressalta que a leitura dramática funciona para o autor como um termômetro.

Em Sem dono, Daniel Toledo e Will Soares apresentam três pontos de vista de uma mesma história. O texto se constrói a partir da história de personagens da rua onde Will viveu na periferia de Belo Horizonte. “Trazemos essas vozes da periferia. São três personagens: uma pessoa que mora na rua, uma operadora de telemarketing e uma senhora mais velha que vive sozinha.”

Sem dono é a primeira incursão de Will Soares na escrita de texto teatral. Até então, ele se dedicava à dramaturgia como ator. O que o motivou a escrever foi a possibilidade de falar de situações vivenciadas por ele no dia a dia. Daniel Toledo destaca que, durante a criação, emergiram questões relacionadas a situações de opressão e subalternização. A dupla trata das relações dos personagens em diferentes âmbitos: na família, no trabalho, nas relações sociais. Ele conta que, durante a elaboração do texto, se deram conta de que a condição de estar “sem dono” remete tanto à sensação de abandono quanto à de liberdade. Sem dono procura ressaltar as existências sociais de vozes silenciadas. “É uma linguagem cotidiana, uma conversa com o público”, afirma. A dupla aposta em dar visibilidade à perspectiva da margem. “Da borda se vê melhor. No centro não se vê tão bem”, afirma.

JANELA DA DRAMATURGIA

Leitura de O candidato, de Joelson Jogosi, e Sem dono: exílio-agência-existência, de Will Soares e Daniel Toledo. Debatedora convidada: Nina Caetano. Mediação: Luciana Romagnoli. Quarta-feira (29), às 19h. Centro Cultural Banco do Brasil. Entrada franca. Informações: (31) 3431-9400


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)