“Desses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo.” Assim escreveu Hilda Hilst (1930-2004) em um de seus livros mais aclamados, A obscena senhora D.
Ali, na Casa do Sol – refúgio criativo em Campinas (SP), onde viveu até morrer –, Hilda construiu seu alter ego Hillé, mulher de 60 anos que sofre com a perda do marido e discorre sobre o tempo, o abandono e a solidão.
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De acordo com Luciana Veloso, Hilda deixou um legado essencial para o mundo atual. “Vivemos um momento delicado, no qual a opinião não pode ser manifestada. Hilda representa um rompimento com tudo isso. Era cheia de personalidade, de presença, e pouco influenciada por rótulos sociais”, explica.
Para a atriz, a peça é uma oportunidade de aproximar o público da escritora paulista. “Se conseguir transmitir 10% do que a obra dela significa e o que ela foi, já fico satisfeita”, diz. Em julho, Hilda Hilst será a autora homenageada pela 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
A OBSCENA SENHORA H
Sexta-feira (29) e sábado (30), às 20h; domingo (1º), às 19h. Teatro de Bolso do Sesc Palladium. Av. Augusto de Lima, 420, Centro. Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia). Em cartaz até 8 de julho.