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Estado de Minas

BH recebe nesta semana Congresso de Dança de Salão Contemporânea

Evento, que será realizado de sexta a domingo no Palácio das Artes, terá oficinas, palestras e apresentações


23/04/2018 09:37 - atualizado 23/04/2018 10:59

(foto: Cássio Conde/divulgação)
(foto: Cássio Conde/divulgação)
“Vale o que vier/ Vale o que quiser/ Só não vale dançar homem com homem/ Nem mulher com mulher”, avisa Tim Maia em Vale tudo. Se estivesse vivo, o rei do soul, possivelmente, seria convidado a rever seus conceitos. Na dança, assim como na música, todos os arranjos vêm sendo saudados.

Pelo menos é o que o propõe o 1º Congresso de Dança de Salão Contemporânea, que será realizado em Belo Horizonte de 27 a 29 de abril. Os temas gênero e diversidade pautarão o evento, promovido pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado. Com workshops, oficinas, palestras e shows, o encontro reunirá especialistas e professores, além de dançarinos profissionais e amadores.

Fabrício Martins, curador do congresso e coordenador do programa de residência em pesquisas artísticas do Cefart, diz que nos bailes atuais a palavra-chave é liberdade. “Um dos princípios da dança de salão contemporânea é não se ater muito a um só ritmo – bolero, samba, forró ou qualquer outro. Os pares se movimentam de forma mais fluida e os passos executados podem mesclar vários estilos”, explica.

A abordagem contemporânea também abole a estereotipada classificação dos dançarinos em duplas formadas por cavalheiros que conduzem e damas que acompanham. “Discutir e problematizar essas questões é outro ponto importante do seminário. Queremos deslocar a dança da heteronormatividade que a limita. Se um homem quiser ser conduzido, tudo bem. Se uma mulher quer conduzir, OK também. E quem quiser seguir os costumes tradicionais, que siga. Não tem nada proibido”, esclarece Martins.

De acordo com a professora de dança Laura James, que fará palestras no congresso, a ideia é contribuir para transformar os salões, espaços ainda hostis ao público LGBT, em locais mais acolhedores e igualitários. “A gente quer abrir a roda. Só isso. Inclusive para as mulheres. Você já reparou que quando se fala em dançarinos de salão de destaque, os mais famosos e reconhecidos geralmente são homens? O diagnóstico que nós, professores de dança, fazemos é que a raiz disso talvez esteja no ensino da modalidade. Ao homem cabe o papel de condutor. A mulher, que só pode acompanhar, acaba ficando um pouco de auxiliar, portanto, brilha menos. Está todo mundo um pouco de saco cheio de dançar conforme a música heteronormativa. Então, o que nos resta é propor outro compasso”, avisa Laura James.

A programação do congresso inclui bailes e apresentações de dança em que os participantes terão a chance de praticar os conceitos abordados nos debates.

1° CONGRESSO DE DANÇA DE SALÃO CONTEMPORÂNEA
De 27 a 29 de abril, no Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Inscrições são gratuitas e podem ser feitas até dia 27 pela internet (https://bit.ly/2Jh9qlB) ou no Cefart. A agenda inclui bailes (R$ 20) e apresentações de dança (R$ 10). Informações: (31) 3236-7307.


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