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Em cartaz no CCBB, Páginas tchekhovianas aborda questões ligadas à mulher


Desamparo, violência e questões ligadas à mulher são alguns dos temas abordados no espetáculo Que venha a primavera – Páginas tchekhovianas, que estreia hoje, no CCBB. Hélio Zolini adaptou para o palco fragmentos da obra de Anton Tchekhov, escritor e dramaturgo russo que viveu no século 19.


A peça é dividida em três tempos distintos, mas interligados para revelar a contemporaneidade de Tchekhov, explica Zolini, que também dirigiu a montagem. Os atores Juliana Martins, Mario César Camargo e Raquel Albergaria dão vida a três figuras solitárias que enfrentam a falência das relações humanas.

Zolini conta que a ideia surgiu depois que ele leu A corista e outras histórias, há quatro anos. “À medida que mergulhei nessa obra, o projeto se ampliou. Vi que não podia me deter só em um conto. Então, criei essa montagem”, explica.

Com ênfase em monólogos e na linguagem corporal, Zolini usou o mínimo de elementos na concepção cênica da dramaturgia tchekhoviana. “Quem fala são os silêncios, não os verbos. Isso é bem pertinente nestes tempos atuais”, diz.


O ator Mario César Camargo explica que a peça investe no “teatro mínimo”. Sem o palco italiano, o elenco tem contato direto com a plateia – novidade nos 40 anos de carreira de Camargo. “Não é simplesmente pegar um conto e dramatizá-lo. É traçar uma linguagem cênica, trazer o espectador pra dentro da cena”, resume.

Ator de novelas e seriados da Rede Globo – entre eles Supermax, Terra Nostra, América e Insensato coração –, Camargo diz que a interpretação só se completa quando o espectador está presente. “Em Que venha a primavera, o público tá dentro do palco e a gente na plateia”, garante.

* Estagiária sob supervisão da editora assistente Ângela Faria
QUE VENHA A PRIMAVERA:  PÁGINAS TCHEKHOVIANAS
Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil. Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. Sessões de sexta a segunda-feira, às 19h. Em cartaz até 16 de abril. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

”Em Que venha a primavera, o público tá dentro do palco e a gente na plateia”
Mario César Camargo,
ator

“Quem fala são os silêncios, não os verbos. Isso é bem pertinente nestes tempos atuais”
Hélio Zolini,
dramaturgo