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Estado de Minas

Mostra Experiência-ação recebe a aula-espetáculo 'Corpo tambor'

Performance do ator e bailarino Benjamin Abras é marcada pela interação com o público


12/01/2018 08:26 - atualizado 12/01/2018 08:34

Pela primeira vez, Experimenta-ação oferece oficinas para seu público. (foto: Pablo Bernardo/Divulgação)
Pela primeira vez, Experimenta-ação oferece oficinas para seu público. (foto: Pablo Bernardo/Divulgação)

Em sua segunda edição, a mostra Experiência-ação apresenta espetáculos de dança, performance e teatro no Galpão de Ideias, em Belo Horizonte. Nove artistas participarão do projeto, que ficará em cartaz até domingo.

“Os trabalhos convidados têm em comum processos de experiência e ação. Solos e duos investigarão linguagens, experimentando em cena processos contínuos de construção”, afirma Anderson Vieira, produtor do evento.

Aliás, a dobradinha experiência e ação “já está virando um conceito”, diz Vieira. Exemplo disso é o espetáculo de dança Rastro, que ele desenvolveu com Fábio Dornas. “Proponho a linguagem do teatro físico e o Fábio a linguagem da dança contemporânea. Experimentamos, é um processo de construção constante”, destaca.

 

 

INTERAÇÃO O ator e bailarino Benjamin Abras, na performance Corpo tambor, convida o público a interagir com ele. “É uma aula-espetáculo sobre parte da minha pesquisa sobre a corporeidade afrobrasileira. Investigo como a força da cultura de tradição transforma o mundo contemporâneo”, diz.

Abras trabalha com elementos da dança afro, procurando entendê-la como pensamento filosófico. “O lugar da identidade é construído a partir da relação com os outros”, esclarece. Ele recorre à dramaturgia fractal, processo que coloca em diálogo a performatividade e o público. “O movimento se repete por meio da resposta de cada pessoa. É como a metáfora das ondas do mar: cada vez que batem na praia, elas se transformam, produzindo algo diferente. É essa a relação que estabeleço com o público”, diz o bailarino.

O espetáculo tem alto grau de interação. “A pessoa pode tanto dançar comigo ou só olhar, se preferir. Esse formato me permite estar próximo do público, no mesmo nível dele”, explica Abras.

BUTOH Pela primeira vez, Experiência-ação contará com oficinas. Afro-butoh e Adereçofolia estão entre elas. A técnica afro-butoh faz a conexão entre performance e dança. A concepção parte da ideia de “corpo político atravessado por situação de trauma que faz da dança mecanismo de transcendência”, observa o bailarino.

O butoh surgiu no Japão depois da Segunda Guerra e ganhou o mundo na década de 1970. “Um de seus criadores constrói, a partir da dança, a forma de entendimento de que a vida não se apaga num piscar de olhos. O corpo político se ressignifica como algo humano e poético, enquanto potência filosófica”, diz Benjamin Abras.

O bailarino vê pontos em comum entre a experiência dos japoneses depois das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki e a vivência dos africanos escravizados no Brasil. A dança, afirma ele, tem papel fundamental no resgate da corporeidade e da identidade desses povos.

EXPERIÊNCIA-AÇÃO

Sexta-feira (12) e sábado (13), às 20h; domingo (14), às 19h. Galpão de Ideias. Rua Uberlândia, 413, Carlos Prates. R$ 15 (inteira) R$ 7,50 (meia)

SEXTA-FEIRA
Peixes, com Ana Régis. Teatro
Caminho e caos, com Gabrielle Salomão. Dança
Viúvas, com Alisson Oliveira. Performance

SÁBADO E DOMINGO

Rastro, com Anderson Vieira e Fábio Dornas. Dança
Corpo tambor, com Benjamin Abras. Aula-espetáculo
Equilíbrio, com Samuel Carvalho. Performance


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