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Estado de Minas

Musical homenageia os 90 anos de Ariano Suassuana

O musical Suassuna - O auto do reino do sol homenageia o dramaturgo e escritor paraibano, que faria 90 anos em junho. Espetáculo de circo-teatro terá duas sessões no Sesc Palladium


18/11/2017 11:30 - atualizado 18/11/2017 12:13

Marcelo Rodolfo/divulgação(foto: Marcelo Rodolfo/divulgação)
Marcelo Rodolfo/divulgação (foto: Marcelo Rodolfo/divulgação)

As culturas popular e erudita se encontram na obra do poeta, romancista e dramaturgo Ariano Suassuna (1927-2014). O musical Suassuna – O auto do reino do sol, com direção de Luiz Carlos Vasconcelos e texto de Braulio Tavares, apresenta o rico universo de um homem que dedicou a vida à defesa da cultura brasileira.

Com canções inéditas de Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho, o espetáculo terá duas apresentações no Sesc Palladium, no fim de semana.

A semente do musical germinou durante a comemoração de 80 anos de Ariano. Na época, ele confidenciou à produtora Andréa Alves que se sentia um palhaço frustrado. Ficou, então, a incumbência de criar um espetáculo reverenciando o palhaço Ariano. A empreitada se consolidou agora – em junho, ele completaria 90 anos.

Andréa convidou três conterrâneos do dramaturgo para a montagem: o diretor e ator Luiz Carlos Vasconcelos, o músico Chico César e o escritor Braulio Tavares.

Autor do livro ABC de Ariano Suassuna (Editora José Olympio), Braulio optou por não contar a vida do dramaturgo e nem remontar peças dele. “Não havia necessidade de repetir, no palco, a biografia que já havia escrito. Então, inventei uma história dentro do universo de Ariano”, explica.

O musical traz elementos recorrentes na obra do paraibano: circo, guerra de jagunços, famílias rivais e o amor fadado a não dar certo.

O título remete a três obras de Ariano: O auto da compadecida (1955), Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e Uma mulher vestida de sol (1964).

Luiz Carlos Vasconcelos destaca que o musical é fruto da criação coletiva. “Música, direção e texto dialogaram, uma coisa remexendo na outra”, pontua.

Os palhaços são mestres de cerimônia. Eles conduzem o espectador durante a saga de trupe que atravessa o sertão para homenagear Suassuna em Taperoá, na Paraíba. Eles se deparam com a guerra entre as famílias de Antônio Moraes – o vilão de Romance d’A Pedra do Reino – e Eufrásia Fortunato.

Em meio ao conflito floresce a paixão de Iracema Moraes por Lucas Fortunato. “É uma história de amor à la Romeu e Julieta, referência a Shakespeare, um grande inspirador de Ariano”, explica Luiz.

CIRCO-TEATRO

A história dos amantes fugitivos atravessa todo o espetáculo. “O riso forte, desbragado, e a dor profunda contemplam a obra de Ariano. É uma grande homenagem ao circo-teatro que ele tanto ajudou e amava”, diz. O diretor Luiz Carlos Vasconcelos trouxe a sua pesquisa teatral para os atores do grupo carioca A Barca dos Corações Partidos.

“Formalmente, a cena é muito forte. Não é revelada, o espectador tem que decifrá-la. Ele está vendo, está encantado com a cena, mas não entende. Daqui a pouco decifra”, diz.

Luiz discorda de Ariano, que se proclamava palhaço frustrado. “As aulas-espetáculo dele negam essa afirmação. Ele despertava muita risada na plateia. Foi um palhaço dos grandes. Não precisava de nariz nem de maquiagem. Com aquele cabelo e orelhas, já estava pronto”, brinca.

Em consonância com Ariano, Braulio Tavares reivindica a valorização da identidade cultural brasileira. Lembra que musicais brasileiros têm a mesma qualidade dos estrangeiros, como, por exemplo, aqueles apresentados na Broadway.

“Nas premiações, temos prêmios para melhor musical e melhor musical brasileiro, como se o brasileiro fosse um subgênero. Não se trata de ufanismo, pois a música brasileira é marcante no mundo inteiro”, defende Braulio, também compositor e parceiro de Lenine.

A Barca dos Corações Partidos se formou durante a montagem de Gonzagão – A lenda (2012), tributo a Luiz Gonzaga, outro ícone da cultura popular brasileira. Logo depois, o grupo carioca reencenou Ópera do malandro, de Chico Buarque.

SUASSUNA – O AUTO DO REINO DO SOL

Texto: Braulio Tavares. Direção: Luiz Carlos Vasconcelos. Com Grupo A Barca dos Corações Partidos. Sábado (18), às 21h, e domingo (19), às 19h30. Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada).


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