Em 'Cirkopolis', companhia canadense Cirque Éloize transforma uma cidade operária num universo de fantasia

Apresentação única acontece nesta quarta (20), no Palácio das artes

Pedro Antunes/Estadão Conteúdo Cecília Emiliana
O Grande Teatro do Palácio das Artes vai se transformar num mundo de sonhos.
A “mágica” caberá à companhia Cirque Éloize, que traz hoje a Belo Horizonte o espetáculo Cirkopolis. Décimo primeiro trabalho da trupe canadense, a megaprodução faz ao espectador um convite: romper com a estrutura cinzenta e burocrática da sociedade para embarcar num universo lúdico e colorido, cheio de possibilidades.
O Cirque Éloize é formado por 12 artistas multidisciplinares que dispensam a lona, mas têm na linguagem circense sua base - Foto: Patrick Lazic/Divulgação
Doze acrobatas e artistas multidisciplinares encenam a trama, iniciada numa cidade fabril. Mesclando dança, música, circo, teatro e artes plásticas, eles se rebelam contra a monotonia do cotidiano e constroem um novo ambiente, pautado pela fantasia. Projeções em vídeo, acrobacias, desenhos e um megacenário materializam essa dimensão distópica.

O coreógrafo Ashley Carr diz que a inspiração veio, sobretudo, de duas fontes: o expressionismo alemão (movimento artístico da década de 1920, caracterizado pela distorção da realidade) e a crítica ao totalitarismo,  presente na obra do escritor Franz Kafka (1883-1924).

“Muitas coisas nos influenciaram – do filme Metropolis (1927), de Fritz Lang, ao longa Brazil (1985), de Terry Gilliam. No fim das contas, Cirkopolis trabalha o tema espaço a partir dessas referências, mescladas ao que vivemos nos dias atuais. São tempos de muito controle, em que andamos com a cabeça baixa, olhando para o chão ou para o smartphone. O show propõe a libertação das pessoas dessas amarras para que possam seguir suas paixões e, finalmente, caminhar de cabeça erguida, olhando para o céu, buscando luz, cor e alegria para suas vidas”, explica.

Em cena desde 1993, o Cirque Éloize contabiliza cerca de 4 mil apresentações em 40 países.
A companhia dispensa lonas e picadeiros, embora se denomine “circo”. Ashley Carr esclarece: “Ele está em nossa alma. As habilidades acrobáticas das artes circenses são a marca do nosso trabalho. Embora os artistas também sejam dançarinos e atores, eles são, antes de tudo, malabaristas, acrobatas e contorcionistas”.

Carr ressalta que peculiaridades diferem sua trupe de outras do gênero, como o Cirque du Soleil, também canadense. “Somos diferentes em muitos aspectos. Para começar, temos menos pessoas no palco, o que faz com que o público consiga identificar os artistas. Apesar de nos apresentarmos para grandes públicos, trazemos um toque mais pessoal aos nossos shows. Há elementos feitos sob medida, a trilha sonora é sempre original”, afirma.

Belo Horizonte é a terceira cidade da turnê brasileira do Cirque Éloize, que se apresentou em Salvador e no Rio de Janeiro. São Paulo, Ribeirão Preto e Porto Alegre serão os próximos destinos do grupo canadense.

CIRKOPOLIS
Com Companhia Cirque Éloize. Hoje, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Plateias 1 e 2: R$ 160 e R$ 80 (meia). Plateia 3: R$ 50 e R$ 25 (meia).
Vendas on-line: www.ingressorapido.com.br.
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