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O episódio, contudo, transforma-se numa grande polêmica. A estética proposta por Dussaert na obra, afinal, é considerada excêntrica além da conta, a ponto de ele ter seu talento questionado: seria Philippe mesmo artista ou mais um picareta de boa lábia? Nascido na França em 1947, o pintor não iniciou mesmo a carreira com muita originalidade. Destacava-se, a princípio, como exímio copista de quadros famosos de Da Vinci, Manet, Cézanne, entre outros. Em perseguição obstinada do minimalismo, começou a reproduzir essas pinturas mantendo apenas o cenário de fundo, excluindo quaisquer personagens humanos ou animais, o que causou surpresa e inquietude no mundo artístico. Seu escandaloso trabalho, que inspirou Jacques Mougenot a escrever a peça, choca justamente por levar o conceito minimalista ao extremo.
DISCUSSÕES
Polissêmicas, as discussões e controvérsias propostas pelo espetáculo extrapolam a seara das tintas, quadros e museus. Sempre de forma leve e bem-humorada. “O espetáculo se utiliza de um escândalo na história da arte também para falar sobre os escândalos cotidianos que nos afetam. Então, a política e a economia, por exemplo, entram nesse contexto. Entre muitos outros tópicos. Acabamos criando um diálogo com tudo aquilo de surreal que está presente no nosso dia a dia, como o preço e o valor das coisas, itens e comportamentos impostos pela moda ou pela mídia, as mentiras diárias com que lidamos. As reflexões alcançam também a vaidade, o valor da palavra e por aí vai”, descreve Marcos Caruso.
O ator destaca ainda a interação com a plateia como característica marcante do espetáculo. “Eu o chamo de solo coletivo. Estou sozinho, mas o público está o tempo todo em diálogo comigo. Começo na entrada do teatro, recebendo as pessoas no momento em que elas entram. A iluminação permanece sempre à meia luz, não é totalmente apagada. Quando subo no palco, olho nos olhos das pessoas. Elas interagem comigo, são convidadas a dar a opinião delas, se quiserem. E a partir daí vamos desvendando juntos esse escândalo do Philippe Dussaert”, explica.
Em evidência na TV com o personagem Pedrinho, um dos protagonistas da nova novela global das 19h Pega pega, Caruso se prepara para levar a peça para fora do Brasil. Em janeiro, segue em turnê pelos Estados Unidos, onde se apresentará nas cidades de Orlando, Miami, Boston e Nova York. Em abril do ano que vem, faz temporada emara São Paulo.
O escândalo Philippe Dussaert
De: Jacques Mougenot. Direção: Fernando Philbert. Com Marcos Caruso. Neste sábado (24), às 21h, e domingo (25), às 18h. No teatro Sesiminas (R. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia entrada), à venda na bilheteria do teatro e pelo site www.tudus.com.br.
FESTIVAL DE BIOGRAFIAS
A programação do Sesiminas inclui ainda um festival de teatro gratuito, com oito peças integrantes da 42ª edição do Festival de Teatro Popular Permanente Ronaldo Boschi, que vai até 5 de julho. Promovido pelo Centro de Pesquisas Teatrais (CPT), o evento – que também ocorre no Teatro Nossa Senhora das Dores – este ano traz o tema biografias. O diretor Charles Chaplin, o dramaturgo Nelson Rodrigues, o cineasta Walt Disney, o escritor Monteiro Lobato e a compositora Chiquinha Gozaga estão entre as personalidades cujas histórias serão contadas nos palcos.
Os espetáculos são encenados pelos alunos que frequentam os cursos de teatro do CPT. “O mais legal do festival é que ele não é só a apresentação de trabalhos dos nossos alunos, mas também um esforço de contribuir para a formação de plateias. Levar as pessoas ao teatro, proporcionar e incentivar essa experiência é muito gratificante”, diz Jordana Luchini, uma das proprietárias da escola de teatro.
42º Festival de Teatro Popular Permanente Ronaldo Boschi
Até 5 de julho, no teatro de bolso do Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia) e no teatro Nossa Senhora das Dores (Av. Francisco Sales, 77, Floresta). Entrada: 1 kg de alimento não perecível. Mais informações: (31) 99934-1631.
Programação: www.cpteatrais.com.