
Tropa, com duração de 40 minutos, não tem figurinos, cenários e a sonoplastia é feita ao vivo. E coloca três atores atuando em espaço mínimo: uma plataforma de um metro por 90 centímetros. Trabalha, como explica Joana Barbosa, com o teatro físico, defendido pelo francês Jacques Lecoq, que convida a ver o corpo como criador de espaços, sons, imagens, paisagens etc. A diretora conta que a sugestão de realizar teatro inspirado em filme é, inclusive, exercício proposto pelo teórico. “É um caminho que cobra do ator vigor, rapidez e maior expressividade. E faz o espectador trabalhar a imaginação”, acrescenta.
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“Estudo e reflexão são muito mportantes para o ator, inclusive como qualificação expressiva. Existem técnicas das artes cênicas que não se aprendem só com a prática”, argumenta Joana Barbosa. Ela avisa que, para ela, estudo não quer dizer só leitura de textos teóricos, mas também de poesia, ver outras peças, assistir a filmes etc. “Defendemos um ator poroso, isto é, aberto pra receber novos conhecimentos através do estudo e da observação da vida”, acrescenta.
A busca, continua a diretora, é de um ator mais expressivo, de corpo expandido, o que contribui para dar às artes cênicas um nível mais elaborado de comunicação artística. O que está nas aulas do grupo e no palco, como conta a diretora, é o convite para descobrir “a poesia do corpo”. O maior desafio posto a quem faz teatro, na opinião dela, é conquistar a sobrevivência trabalhando só com arte. “Como o Brasil dá pouco valor a seus artistas, eles se veem obrigados a ter outras atividades. E o desafio artístico é conquistar o público. Ter o público conectado com o que você está fazendo é difícil”, conta.
A tropa
Com o grupo Lage. Hoje, às 16h, embaixo do Viaduto Santa Tereza. Amanhã, às 16h, na Praça da Savassi (Rua Pernambuco, entre Av. Getúlio Vargas e Rua Tomé de Souza) e quarta-feira, às 15h, em frente ao Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal. Classificação 12 anos. Entrada franca.