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EX-AUTOR DA RECORD TV

Novelista Tiago Santiago denuncia censura: 'Não deixaram beijo gay'

Tiago Santiago, autor de Os Mutantes (2007-2009), denuncia que houve censura da Igreja Universal do Reino de Deus à história da trilogia.


Foram três novelas: Caminhos do coração (2007), Os Mutantes (2008) e Promessas de amor (2009).

 

De acordo com o escritor, a Record TV proibiu romance LGBTQIA na trama que contou com Bianca Rinaldi, Leonardo Vieira, Gabriel Braga Nunes, Tuca Andrada, Julianne Trevisol, Ângelo Paes Leme, Thaís Fersoza e Ittala Nandi nos papéis principais.

 

Em uma entrevista exclusiva ao Notícias da TV, o novelista revelou que o beijo em questão ocorreria entre os personagens Danilo (Cláudio Heinrich) e Bené (Deo Garcez) em Os Mutantes: Caminhos do coração, segunda parte da trilogia.

 

Tiago deixou claro que não possui descontentamentos com a emissora paulista, mas lamenta o fato de o canal do bispo Edir Macedo dá valor apenas a tramas com teor religioso.


 

"Em Os Mutantes, a maior interferência foi não deixarem fazer o beijo gay, uma bobagem, porque tem gente que até hoje não vê a homossexualidade como algo absolutamente natural", afirmou.

 

Santiago escreveu Amor e revolução (2011), novela do SBT que exibiu o primeiro beijo gay da teledramaturgia nacional.

 

"Ajudei a construir o núcleo de teledramaturgia da Record, trouxe muita gente boa que está lá até hoje e vejo com preocupação o movimento de substituição de profissionais de TV, em todas as áreas, por pessoal da IURD ", destacou.

 

Além do folhetim sobre o universo dos seres dotados de superpoderes. Tiago foi o responsável pelos sucessos Prova de amor (2005) e A escrava Isaura (2004), o novelista aconselha os donos da Record e detona o executivo Hiran Silveira e o bispo Honorilton Gonçalves.


 

"Se eu fosse a Cristiane Cardoso ou o Edir Macedo, ia querer me cercar dos melhores e realmente criar produtos para disputar a liderança . Tive problemas durante o tempo em que estive lá, por incompetência do Honorilton Gonçalves e do Hiran Silveira, como falta de pontualidade para entrar com o produto no ar, comerciais de seis a sete minutos", disparou.

 

"Falta de crossmedia profissional com valorização dos artistas e novelas nos programas de auditório e reportagens da emissora, a criação de um elenco gigante quando não havia necessidade, o endividamento da empresa com a construção de novos estúdios", desabafou.

 

Apesar de ser conhecido por seus trabalhos na emissora vice-líder de audiência, Santiago estreou como roteirista em Vamp (1991), na TV Globo.


Seguiram-se muitos outros sucessos em folhetins da emissora carioca, onde também auxiliou em outros produtos, como: Uga Uga (2000), Malhação (2001), O quinto dos infernos (2002) e Kubanacan (2003).