Carisma de Omar Sy é o maior trunfo da série francesa 'Lupin'

Assane Diop (Sy) é faxineiro do Louvre e quer vingar a injustiça que seu pai sofreu ao ser acusado de um crime. Série estreia nesta sexta (8/1), na Netflix

Mariana Peixoto 08/01/2021 04:00
NETFLIX/DIVULGAÇÃO
Protagonista Assane Diop (Omar Sy) é faxineiro do Louvre e quer vingar a injustiça que seu pai sofreu ao ser acusado de um crime (foto: NETFLIX/DIVULGAÇÃO)
O ator francês Omar Sy ganhou o mundo a partir de Intocáveis (2012), a deliciosa comédia dramática que acompanhava um aristocrata tetraplégico e seu cuidador nada ortodoxo. Assane Diop, o novo personagem do ator, não é lá muito diferente do enfermeiro Driss do filme francês. É também um homem de bom coração, que vive à margem e com uma malandragem intrínseca. Mas as semelhanças param por aí.

É o carisma de Omar Sy a maior razão para acompanhar as aventuras de Lupin, que estreia na Netflix, nesta sexta (8/1). A produção francesa está sendo lançada por partes – nesta primeira, serão exibidos cinco episódios. O título vem da obra do escritor Maurice Leblanc (1864-1941), criador de Arsène Lupin, o ladrão de casaca, que na Paris da Belle Époque roubava dos ricos sem caráter.

Tal como Sherlock Holmes, o personagem francês se valeu da lógica em suas aventuras. E tinha um dom especial para os disfarces. Lupin, das páginas dos livros de Leblanc (estreou em 1905), foi levado para o cinema algumas vezes. A nova série só o tem como inspiração, já que é ambientada nos dias atuais.

Na Paris contemporânea, Assane Diop (Omar Sy) é filho de um imigrante senegalês que tenta se virar. Tem um filho adolescente, uma ex-mulher com um bom relacionamento e um passado trágico. Foi criado pelo pai, homem justo e trabalhador, motorista de uma família burguesa que lhe acusou de um crime. O homem sucumbiu na prisão, e Assane, 25 anos mais tarde, já adulto, quer vingar a injustiça que o pai sofreu.

Esse é o mote de uma série muito bem produzida pela Gaumont Télévision (Narcos: México, Hannibal), criada por George Kay (das ótimas Criminal e Killing Eve) e François Uzan (Family business). Mas como resultado é um requentado de produções do gênero (a franquia Onze homens e um segredo, o filme Thomas Crown e os próprios Sherlock Holmes, tanto os longas quanto a série), que mantém o interesse do espectador por causa do protagonista.

Assane só está iniciando seus planos de se vingar da família que acabou com a sua. Arruma emprego como faxineiro do Louvre. À noite, quando os turistas vão embora, só o time responsável pela limpeza do museu fica disponível. Em uma das primeiras cenas, o vimos como enamorado da Mona Lisa em uma sequência deliciosa.

INSPIRAÇÃO

Bem perto dali está exposto o objeto de seu desejo: um colar que pertenceu a Maria Antonieta e Josefina, a primeira mulher de Napoleão Bonaparte. Desaparecida há décadas, a joia histórica e milionária tem tudo a ver com o passado de Assane e seu pai. E está para ser leiloada no Louvre. Assane busca inspiração em Arsène Lupin, o ladrão cavalheiro, cujo livro foi a herança que seu pai lhe deixou para sua cruzada.

Ágil, com várias sequências de ação entremeadas com tiradas bem-humoradas – até os obrigatórios ladrões trapalhões a série tem –, a história de vingança vai sendo costurada. As tomadas de Paris enchem os olhos, ainda mais quando o Louvre vai sendo descortinado. Logicamente, haverá um detetive, também fã de Lupin, que vai sair no encalço de Assane. Mas isso faz parte do jogo da diversão descompromissada.

LUPIN
>> A primeira parte, com cinco episódios, estreia nesta sexta (8/1), na Netflix.

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