Vilã no cinema e protagonista de novela, Fabiula Nascimento está em alta

A atriz comenta como se preparou para o papel no terror 'Morto não fala' e conta sobre a experiência de protagonizar pela primeira vez um folhetim, como a Nana, de Bom sucesso

Estado de Minas 17/10/2019 06:00
Globo/Divulgação
A atriz Fabiula Nascimento na pele de Nana, de Bom sucesso. Ela também está no ar na reprise de Avenida Brasil (foto: Globo/Divulgação)
A atriz Fabiula Nascimento, de 41 anos, está em todas – nos cinemas, como a esposa vingativa de Morto não fala, o terror de Dennison Ramalho; na TV, no Vale a pena ver de novo, com a reprise de Avenida Brasil, como a Olenka na novela de João Emanuel Carneiro que fez história; e também como a burguesa de outra novela, Bom sucesso, na faixa das 19h.

Ah, não – falta o teatro. "Me aguarde", ela brinca. Atualmente, seu nome significa muito trabalho e ela está feliz da vida. Diz que deu duro para chegar a esse momento. A crítica, o público, a emissora, todo mundo a elogia. Imagem viva de sensualidade, desde que coestrelou Estômago (2007), de Marcos Jorge, Fabiula tornou-se assídua em filmes e novelas, na maioria das vezes – quase sempre – interpretando mulheres suburbanas. Nada contra, por favor. Mas ela agradece a Rosane Svartman, coautora (com Paulo Halm) de Bom sucesso e sua diretora em Pluft, o Fantasminha, que ainda está em finalização, por haver confiado nela, oferecendo-lhe esse papel que não se compara a nada que tenha feito antes.
 

Vale destacar o perfil de sua personagem, Nana, tal como aparece no site da novela, na Globo. “Workaholic e perfeccionista, é a mente administrativa por trás dos negócios da editora Prado Monteiro. Filha de Alberto, irmã de Marcos, esposa de Diogo e mãe de Sofia, é uma empresária incansável que tenta salvar os negócios da família. Frequentemente é alvo da arrogância e crueldade do pai, que não aposta em suas ideias para salvar a editora. Nem desconfia de que seu marido e sua assistente pessoal, Gisele, têm um caso.” Fabiula vestiu o figurino de Nana como um desafio. A rica, a poderosa. “Como atriz, é o que me motiva. Não gosto de ficar me repetindo. Se você me propuser algo novo o meu o olho brilhará.”

Foi assim que, no próximo filme de Rosane, aceitou fazer a mãe de Pluft, representando debaixo d’água, porque era a melhor maneira de tornar fluidos os movimentos do fantasminha, claro que depois de muita pós-produção (que ainda não terminou). Foi assim também com o terror de Dennison Ramalho. “Nunca tinha feito nada do gênero, deu um trabalho louco. Aquelas sessões intermináveis de maquiagem. Os gritos. Pensa que é fácil?” (E ela ensaia um grito na entrevista, que está sendo realizada por telefone.)
Em Hollywood, Jamie Lee Curtis virou a scream queen, a rainha do grito, na série Halloween – A noite do terror, de John Carpenter. Jamie Lee se tornou até diretora, realizando a série, que já virou cult, Scream queens. Dennison Ramalho chamou Fabiula para fazer a mulher de Stênio (Daniel de Oliveira) em Morto não fala porque precisava de uma atriz com temperamento forte e sensual. Fabiula tem as duas características.

Na trama, Stênio vem da periferia e dá plantão no necrotério. A mulher não é flor que se cheire, mas Stênio é machista, um canalha. Quem é mais vilão – a mulher ou ele? “Nunca discutimos o assunto nesses termos. Cabe a você e ao público avaliarem. Mas acho interessante que você levante isso como uma questão ética. Tem a ver com o papel, e a posição da mulher na sociedade controlada pelos homens. Quem não se enquadra precisa de corretivo”, ela comenta.

E prossegue: “Desde que li o roteiro, por conta dessa espiral de violência, entrei no filme como uma comédia de erros, só que é um drama medonho de erros”, diz a atriz, que gostou da experiência.

Globo Filmes/Divulgação
Fabiula Nascimento interpreta a mulher de Stênio (Daniel de Oliveira) em 'Morto não fala' (foto: Globo Filmes/Divulgação)
E Nana? “Estou achando maravilhoso. Nas novelas, sempre tive papéis legais, mas era sempre a irmã, a amiga, a mulher de alguém mais importante na trama. A Olenka, de Avenida Brasil, se enquadra nessa linha. Na época, achei ótima, com aquele jeitão divertido. Desta vez, a Nana é protagonista. Não é só uma questão de tamanho do papel, é a exigência que ele traz. É preciso segurar. Nana representa para mim uma mudança de atitude em cena e também mais trabalho. Tenho de convencer que sou essa mulher gravando de segunda a sábado, todo dia, o dia todo. Mas tem sido compensador. A resposta do público, dos colegas, muita gente me fala da Nana.”

Só resta o domingo para a casa, a praia, que adora, e o maridão. Emílio Dantas entende. “A gente se admira e se respeita muito. E ele também está superentusiasmado com o trabalho na série Todas as mulheres do mundo, que faz uma homenagem à obra do dramaturgo e diretor Domingos Oliveira. Pelo que ele fala, acho que também vai repercutir muito.”

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