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Saiba mais sobre Fleabag, série que dominou a noite de gala do Emmy

Quando a inglesa Phoebe Waller-Bridge imaginou a divertida história de uma londrina de 30 anos vivendo dores e prazeres de sua geração em relação a amor, sexo e trabalho, a ideia era de que Fleabag (vira-lata ou saco de pulgas, em tradução mais literal) fosse apenas um monólogo teatral. No domingo (22), a criação de Phoebe conquistou quatro troféus na 71ª edição do Emmy, em Los Angeles. Foi a série televisiva mais premiada da noite. Além de melhor seriado entre as comédias, a atriz e roteirista venceu nas categorias dedicadas a estes trabalhos individuais – superando as favoritos –, e viu seu diretor, Harry Bradbeer, ganhar o próprio troféu. Uma vitória importante também para a Amazon, que, mesmo sem superar em números as gigantes do entretenimento HBO e Netflix, valorizou sua produção na celebração que se apresentava como “a festa de Game of thrones”.


“Isso já está ficando ridículo”, brincou Phoebe ao receber o último dos troféus, que consagraram a segunda temporada da série (saiba mais sobre ela aqui). A inicial, com seis episódios, foi lançada em 2016, mas os seis prêmios Emmy deste ano foram os primeiros – quatro recebidos na cerimônia principal e dois nas prévias dedicadas às categorias técnicas. Isso significa o reconhecimento da criatividade e performance da atriz, de 34 anos, que, além de criar a história e escrever os roteiros, é a estrela principal. Vitoriosa na categoria melhor atriz em série de comédia, ela desbancou as favoritas Julia Louis-Dreyfus, de Veep (HBO), que poderia se tornar a maior vencedora da história do Emmy caso levasse o oitavo troféu, e Rachel Brosnahan, de The marvelous Mrs.
Maisel
(Amazon), premiada em 2018.

AMAZON A grande noite de Fleabag pode ser comemorada pelos executivos da Amazon, responsável pela produção e exibição exclusiva da série no serviço de streaming Amazon Prime, recém-chegado ao mercado brasileiro com mensalidade a R$ 9,90. A empresa repete o sucesso de 2018, quando The marvelous Mrs. Maisel venceu como melhor comédia. Este ano, a série saiu com dois prêmios na noite principal, de melhor ator e atriz coadjuvantes, para Tony Shalhoub e Alex Borstein, além de seis premiações técnicas nas prévias. Depois de ampliar suas indicações de 22, no ano passado, para 47, a Amazon encerrou sua participação com 15 troféus.


Na disputa entre as exibidoras, a HBO confirmou a superioridade, totalizando 34 prêmios. Porém, Game of thrones, recordista histórica do Emmy, cuja última temporada já havia conquistado 10 troféus em categorias técnicas, saiu da cerimônia principal com apenas dois triunfos entre sete indicações.

Criticada pelo público, a sequência final de episódios, exibida em abril e maio, ganhou como melhor série dramática, proporcionando um belo momento com produtores, criadores e elenco no Microsoft Theater. No entanto, nas categorias individuais, apenas Peter Dinklage teve êxito, levando o Emmy de melhor ator coadjuvante em drama. Ao discursar, Dinklage falou da importância de seu trabalho para a representatividade das minorias vítimas de preconceito. “Nenhum outro lugar me receberia assim tão bem em um palco”, afirmou.


Sophie Turner, Lena Headay, Maisie Williams e até a queridíssima do público Gwendoline Christie – estrelas de GoT – foram desbancadas por Julia Garner, de Ozark, na disputa de coadjuvantes femininas. Emilia Clarke também perdeu. O Emmy de melhor atriz em drama ficou com Jodie Comer, de Killing Eve (BBC America). Na premiação individual de atuação masculina, GoT também não teve sucesso e ainda ficou sem os prêmios de melhor direção e melhor roteiro, cujos troféus foram para Ozark (Netflix) e Succession (HBO), respectivamente.

VERDADE A produção da HBO mais premiada na noite de gala do Emmy foi a aclamada Chernobyl. Além de confirmar as expectativas na categoria melhor minissérie, levou os troféus de melhor roteiro e direção no formato, dedicados a seriados de apenas uma temporada.Craig Mazin, criador da atração, disse esperar que Chernobyl “tenha ajudado a lembrar as pessoas do valor da verdade e do perigo da mentira”.

E completou: “Na televisão, a gente consegue eternizar memórias. É um poder e uma responsabilidade de todos nós". Mazin citou outra indicada a melhor minissérie como exemplo disso: Olhos que condenam, da Netflix.


Baseada em uma história real, essa produção deu o troféu de melhor ator em minissérie a Jharrel Jerome. O artista, de 21 anos, superou os vencedores do Oscar Benicio del Toro (Escape at Dannemora), Mahershala Ali (True detective) e Sam Rockwell (Fosse/Verdon), além de Hugh Grant (A very english scandal) e Jared Harris (Chernobyl). Ele interpreta Korey Wise, um dos cinco jovens negros injustamente condenados pelo estupro de uma mulher branca no Central Park, em 1989. Jerome dedicou a conquista a eles, presentes à cerimônia. Ao se referir aos “os cinco absolvidos”, fez o público aplaudi-los de pé.


Apesar de vários momentos de bom humor e gracejos de apresentadores, alguns discursos tocaram em questões urgentes para a sociedade, que não escapam à TV. A atriz Alex Borstein, que começou com uma piada sobre não estar usando calcinha, logo subiu o tom. Falou dos familiares vítimas do nazismo e mandou um recado às jovens de todo o mundo. “Minha avó é imigrante e sobrevivente do Holocausto.

Ela me contou ter perguntado a um guarda: 'O que acontece se eu sair da fila?'. Ele respondeu: 'Não vou conseguir te matar, mas alguém vai'. Ela saiu da fila e estou aqui hoje. Saiam da fila, meninas."

TRANS Patricia Arquette, premiada como melhor atriz coadjuvante em minissérie pelo papel em The act (Hulu), emocionou-se ao se lembrar da irmã, Alexis, atriz transexual falecida em 2016. “Pessoas trans ainda são perseguidas. Choro todos os dias da minha vida, Alexis, e vou chorar por você até que a gente mude o mundo e as pessoas trans não sejam mais perseguidas. Deem trabalho para eles, são seres humanos. Chega de preconceito", afirmou.


Michelle Williams, melhor atriz em minissérie por Fosse/Verdon (FX), defendeu a igualdade de direitos e salários entre homens e mulheres, especialmente em sua profissão. “Na próxima vez que uma mulher, especialmente uma mulher de cor, disser o que precisa para fazer seu trabalho, ouça-a.

Acredite nela. Um dia, ela pode aparecer na sua frente e dizer 'obrigada' por permitir que ela tenha sucesso com seu trabalho, e não apesar dele", declarou.


O Emmy premiou também programas de TV. RuPaul's drag race (VH1) levou o troféu de melhor reality show; Last week tonight with John Oliver (HBO) ganhou o Emmy de melhor programa de variedades; e Saturday night live (NBC) levou o troféu de melhor programa de esquetes. Na categoria melhor filme para TV, o prêmio ficou com o interativo Black Mirror: Bandersnatch, da Netflix.

Veja a lista completa de premiados em cada categoria principal:

 

SÉRIE DE COMÉDIA
Fleabag (Amazon)

MINISSÉRIE
Chernobyl (HBO)

FILME PARA TV
Black Mirror: Bandersnatch (Netflix)

ATRIZ/DRAMA
Jodie Comer. Killing Eve (BBC America)

ATOR/SÉRIE DE DRAMA
Billy Porter. Pose (FX)

ATOR/SÉRIE DE COMÉDIA
Bill Hader. Barry (HBO)

ATRIZ/SÉRIE DE COMÉDIA
Phoebe Waller-Bridge. Fleabag (Amazon)

ATRIZ COADJUVANTE/DRAMA
Julia Garner. Ozark (Netflix)

ATOR COADJUVANTE/DRAMA
Peter Dinklage. Game of thrones (HBO)

ATRIZ COADJUVANTE/COMÉDIA
Alex Borstein. The marvelous Mrs. Maisel (Amazon)

ATOR COADJUVANTE/COMÉDIA
Tony Shalhoub. The marvelous Mrs. Maisel (Amazon)

DIREÇÃO/DRAMA
Jason Bateman. Ozark

ROTEIRO/DRAMA
Jesse Armstrong. Succession

DIREÇÃO/SÉRIE DE COMÉDIA
Harry Bradbeer. Fleabag

ROTEIRO/SÉRIE DE COMÉDIA
Phoebe Waller-Bridge. Fleabag

ATOR/MINISSÉRIE/FILME TV
Jharrel Jerome. Olhos que condenam (Netflix)

ATOR/MINISSÉRIE/FILME TV
Michelle Williams. Fosse/Verdon (FX)

DIREÇÃO/MINISSÉRIE
Johan Renck. Chernobyl

ROTEIRO MINISSÉRIE/FILME TV
Craig Mazin. Chernobyl

ATOR COADJUVANTE MINISSÉRIE/TELEFILME
Ben Whishaw. A very english scandal (Amazon)

ATRIZ COADJUVANTE MINISSÉRIE/FILME PARA TV
Patricia Arquette. The act (Hulu)

 

Trailer da segunda temporada de Fleabag:

 

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