Uai Entretenimento

Anos 1990 voltam à cena em novela da Globo; relembre cultura pop da década

'Uma linda mulher' renovou o gênero comédia romântica - Foto: Touchstone/Divulgação

Verão 90 (Globo), novela das sete que estreia na terça-feira (29), é uma aposta no “túnel no tempo”. Escrito por Izabel de Oliveira e Paula Amaral, o novo folhetim da Globo, com direção de Jorge Fernando, é um “revival” noventista, com roupas à la Madonna, hits do rock nacional, astros mirins e até Brasília amarela, homenagem à banda Mamonas Assassinas.

 

O triângulo amoroso formado pelos protagonistas João (Rafael Vitti), Manuzita (Isabelle Drummond) e Jerônimo (Jesuíta Barbosa) surgiu de uma banda infantil, a Patotinha Mágica, febre na década de 1990. Ex-minicelebridades, eles têm de encarar a vida depois da fama. O Estado de Minas relembra momentos icônicos da cena cultural daqueles tempos:

 

 

1990

A lambada se torna fenômeno musical, com hits de Sidney Magal (Me chama que eu vou), Beto Barbosa (Beijinho na boca) e banda Kaoma (Chorando se foi).

No cinema, o clima é de romance, com Ghost – Do outro lado da vida e Uma linda mulher.

Madonna segue firme nas paradas com Vogue, ícone da dance music. Nos anos seguintes, a estrela investirá na carreira de atriz.

Xuxa leva 4 milhões de pessoas ao cinema com Lua de cristal, filme de Tizuka Yamazaki. No final da década, o nascimento de sua filha Sasha foi assunto até do Jornal nacional.

A chegada da MTV ao Brasil tem forte impacto na cena musical.

Muito antes da era do streaming e do YouTube, o canal inaugura a era dos videoclipes. Em Verão 90, há a PopTV, emissora especializada em clipes.

Sharon Stone fez história em 1992 - Foto: Columbia/Divulgação

 

 

1991
O estouro da música sertaneja projeta Zezé di Camargo & Luciano (É o amor) e Leandro & Leonardo (Pensa em mim), entre outras duplas.

Teens se tornam estrelas: os irmãos Sandy e Júnior já estreiam com disco de ouro.

O rock Se renova com o lançamento dos discos Nevermind, do Nirvana, Use your illusion I e II, do Guns ‘n’ Roses, e The black album, do Metallica.

Michael Jackson estoura (de novo) com Black or white, canção contra o racismo. A década reservaria ao Rei do Pop acusações de pedofilia, entre outras controvérsias.

O thriller O silêncio dos inocentes, de Jonathan Demme, leva os principais prêmios do Oscar.

A TV aposta no público mirim, que se divide entre as novelas Carrossel (SBT/Alterosa) e Vamp (Globo).

 

 

1992
O axé conquista o Brasil, com Daniela Mercury.

Posteriormente, surgem Ivete Sangalo, Banda Eva, Netinho, Banda Beijo, Carlinhos Brown, Timbalada e É o Tchan!.

A cruzada de pernas de Sharon Stone, no filme Instinto selvagem, tem impacto comparável aos virais deste século 21.

Família Dinossauro chega à TV brasileira. Os Simpsons, Power Rangers e Teletubbies são outros sucessos noventistas.

- Foto:

 

 

1993
Desponta o pagode, com os grupos Raça Negra e Só Pra Contrariar.

Gabriel O Pensador, outra revelação, põe o rap na mídia com os hits Lôraburra e Tô feliz (Matei o presidente).

Os irlandeses da banda U2 lançam One, um dos clássicos da década.

A canção mais ouvida do ano é I will always love you, da cantora Whitney Houston, tema do filme O guarda-costas, protagonizado por ela. O cineasta Steven Spielberg bate recordes de bilheteria com Jurassic Park: Parque dos Dinossauros.

 

 

1994
Cássia Eller e Cidade Negra se consagram com os álbuns Cássia Eller e Sobre todas as coisas.

Estreiam dois filmes cult: Pulp fiction, de Quentin Tarantino, com Samuel L. Jackson e John Travolta, e Forrest Gump – O contador de histórias, de Robert Zemeckis, com Tom Hanks.

A icônica série Friends é lançada nos EUA. No Brasil, jovens protagonizam Confissões de adolescente (TV Cultura).

 

 

1995
Surge a divertida banda Mamonas Assassinas, com letras debochadas e visual escrachado.

No ano seguinte, a tragédia: os cinco jovens músicos morrem em acidente aéreo. Verão 90 presta homenagem ao grupo: a Brasília amarela dirigida pelo personagem João (Rafael Vitti) remete ao hit Pelados em Santos.

Começa a retomada do cinema brasileiro, depois da crise provocada pela política cultural do governo Collor. Carlota Joaquina, princesa do Brazil, de Carla Camurati, marca a virada.

O filme As patricinhas de Beverly Hills influencia a moda jovem, com seus looks xadrezes.

Estreia o seriado juvenil Malhação.

 

 

1996
Os mineiros do Skank estouram com Garota nacional. Nas pistas, viram mania a coreografia de Macarena, do grupo espanhol Los Del Rio, e o funk romântico de Claudinho & Buchecha. Na Globo, estreiam a novela “rural” O rei do gado e o humorístico Sai de baixo.

 

 

1997
Backstreet Boys, Spice Girls, Ricky Martin e Britney Spears se tornam fenômenos pop.

O Brasil inteiro canta Palpite, “one hit wonder” de Vanessa Rangel e tema da novela Por amor.

Na TV, esquenta a guerra pela audiência. Temas polêmicos e atrações de cunho sexual são apostas de Faustão, Gugu, Luciano Huck, Márcia Goldschmidt e Ratinho.

O SBT/Alterosa conquista audiência com as novelas mexicanas Maria do Bairro e A usurpadora, além da versão nacional de Chiquititas.

 

 

 

1998
Só se fala em Titanic, megaprodução de James Cameron. Tema do filme, My heart will go on, na voz de Celine Dion, embala o romance de Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio).

A banda mineira Jota Quest estoura com Fácil.

Estreia a minissérie Hilda Furacão, adaptação do livro do mineiro Roberto Drummond.

 

 

1999
Músicas para louvar o Senhor, do Padre Marcelo Rossi, torna-se o disco mais vendido da música brasileira, com 3 milhões de cópias.

A banda Los Hermanos (foto) estoura com Anna Júlia. Lançado em 1998, Central do Brasil concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor atriz (Fernanda Montenegro), mas as estatuetas vão para A vida é bela, de Roberto Benigni, e Gwyneth Paltrow (Shakespeare apaixonado).

Estreiam os filmes Clube da Luta, de avid Fincher, e O sexto sentido, de M. Night Shyamalan.

.