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Efeito BBB

Reality da Globo oferece aos participantes a chance de ter fama, dinheiro e muitos problemas

- Foto: TV Globo/Reprodução
Rejeitado por muitos e acompanhado com afinco por tantos outros, o Big brother Brasil volta ao ar na próxima terça-feira (15), chegando à sua 19ª edição.

Sempre impulsionado por polêmicas e pela curiosidade de espectadores, ávidos pelas reviravoltas do jogo e pelo acesso à intimidade dos participantes, o reality show da Globo foi o segundo assunto mais procurado no Google em 2018, atrás apenas da Copa do Mundo e à frente até mesmo das eleições. O poder de fogo foi novamente comprovado na quarta passada, quando a apresentação dos novos participantes se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.



No ano passado, duas mineiras, ambas de Belo Horizonte, foram selecionadas para o confinamento na casa mais vigiada do país. A empresária Paula Amorim, de 30 anos, por pouco não chegou à final: foi eliminada na última berlinda, a apenas dois dias da conclusão da temporada. Já a cientista política e professora da UFMG Mara Telles, de 54, teve vida curta na disputa, deixando o programa no primeiro paredão.

Mesmo ficando pouco tempo no ar, a educadora viu sua popularidade aumentar no início do ano passado. “A conquista de tantos seguidores, no Twitter e no Instagram, foi a principal mudança. Ter alcançado 200 mil seguidores fez com que minhas posições políticas, ideias e minha filosofia atingissem um maior número de pessoas. Hoje, chego a um cidadão comum que antes eu não tinha acesso”, observa Mara.

HATERS “Mas, quando se alcança tanta visibilidade, também aumenta o número de haters”, pondera a cientista política. Além de ataques e duras críticas na internet, a professora é alvo de um processo administrativo e disciplinar na UFMG, devido à sua participação no BBB.
“São discursos totalmente moralistas e elitistas, que me acusam de ter entrado em um ‘programa de baixo calão’. Questionam se eu poderia participar de um programa de entretenimento, como se membros da comunidade universitária devessem se dedicar unicamente à pesquisa e não pudessem ir além disso”, afirma.

Mara avalia que sua estada na casa não trouxe nenhum prejuízo à sua imagem. Ao contrário, seu intuito foi usar a experiência para fazer a diferença. “Queria ampliar a visibilidade das mulheres com ideias próprias, autonomia e que não estão no padrão das mulheres jovens, geralmente selecionadas para o programa”, diz. Segundo ela, sua mais contundente resposta às críticas é seguir com alta produtividade, orientando alunos, organizando livros e publicando artigos em revistas científicas. “Nunca produzi e trabalhei tanto com a literatura acadêmica”, afirma.


Ainda em 2018, Mara Telles se candidatou a deputada estadual pelo PCdoB. “Não fui tão bem votada, até porque tive poucos recursos e uma campanha muito barata”, aponta.

“Quis usar minha visibilidade para contribuir com o partido, levantando uma mensagem progressista, em prol da representação das mulheres na política, da ciência e contra a homofobia.”

GLEICI No curto período em que esteve no confinamento, Mara estabeleceu uma amizade com a estudante de psicologia acreana Gleici Damasceno, que venceu a competição. “Após minha eliminação, fiquei próxima aos amigos e parentes dela, até por termos posições políticas muito próximas”, diz Mara. “Com a Gleici, foi um caso de empatia imediada. Acho que, se eu tivesse ficado mais tempo na casa, seríamos grandes amigas. Mas o contato com ela, após o programa, foi raro e escasso, restrito às redes sociais.”

Apesar das críticas que sua participação suscitou, a mineira diz não se arrepender de ter entrado na disputa. Para ela, sua ingenuidade e sinceridade não permitiram que a participação fosse duradoura. “Antes de o programa estrear, fiquei mais de uma semana isolada do mundo e das pessoas, confinada no hotel, e acabei entrando na casa com emoções que não dominava”, conta. “Não agi como se estivesse em um jogo.
Sabia o que poderia fazer para ficar mais tempo e não fiz. Falei muito. Era como uma metralhadora em cima das estratégias dos outros participantes”, avalia.

Para o BBB 19, Mara prevê uma competição pautada fortemente pelo tema que ela mais domina. “Nas redes, vejo a formação de grupos em que os membros tentarão combater os participantes com ideias políticas contrárias às suas. As eliminações serão determinadas não apenas pela conduta no jogo, mas também pelas posições que tiveram aqui fora.” Um sinal, segundo a professora, de que a polarização da política brasileira já chegou ao entretenimento.

Trio das gerais

A nova disputa pelo prêmio de R$ 1,5 milhão contará com a presença de dois mineiros e um paulista radicado em BH há décadas. Conheça:

- Foto: TV Globo/Reprodução
MAYCON
Piumhi – 27 anos

Barman e vendedor de queijos
Já trabalhou como ajudante de pedreiro, vendedor de grife internacional e modelo. Ele se declara competitivo e mulherengo e diz que se diverte recebendo cantadas no trabalho. Se vencer, pretende comprar uma casa para a mãe, que trabalha como empregada doméstica.

- Foto: TV Globo/Reprodução
PAULA
Lagoa Santa – 28 anos
Bacharel em Direito

Mora em um sítio, onde cria a porca Felipa – Pipa, como foi apelidada, pesa 150 quilos e é tratada como filha pela estudante. Mais próxima da natureza, Paula diz não ser assídua em baladas, mas, quando comparece, “é sem limites”. A jovem se considera meiga, calma e sincera, mas promete ser páreo duro nas provas de resistência.


VINICIUS
Belo Horizonte – 40 anos
Artista plástico

Nascido em São Paulo, mas radicado na capital mineira desde os 8 anos, Vinicius se considera hiperativo e impulsivo.
Baladeiro, sai para as festas ao lado da filha, que ele teve aos 17. Hoje, ela é DJ. Ele promete ser um dos participantes mais animados desta edição – sua arma principal para perseguir o prêmio..