Por quê?
Essa é a principal pergunta a ser respondida em The sinner, série disponível na Netflix. Na primeira temporada, a questão era descobrir o que levou Cora Tanetti (Jessica Biel) a matar um desconhecido, na praia, com sete facadas. Por meio de flashbacks, o espectador conhece o passado da personagem. A partir do sétimo episódio, passa a compreender Cora.
A segunda rodada já revela, logo no primeiro capítulo, a identidade do assassino e de suas vítimas. Desta vez, é preciso descobrir o que motivou Julian (Elisha Henig), um garoto de 11 anos, a matar os próprios pais.
As temporadas de The sinner apresentam tramas independentes com elementos em comum. Resolvido o drama de Cora, o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) está de volta para solucionar o caso do menino assassino, desta vez acompanhado da policial Heather Novack (Natalie Paul). A trama fica mais complexa a cada episódio, especialmente a partir do momento em que surge Vera (Carrie Coon), alegando ser a verdadeira mãe de Julian. Os arcos pessoais dos investigadores se entrelaçam com as pistas, pois os dois nasceram na pequena cidade onde o crime ocorreu.
Para boa parte da crítica, a segunda temporada conseguiu superar a primeira – especialmente no que diz respeito ao ritmo.
A culpa é o elo entre as duas temporadas. Ao investigar o caso de Cora, Ambrose descobre que ela teve educação extremamente rígida, a mãe a responsabilizava pela doença da caçula Phoebe (Nadia Alexander). Cora introjetou esse sentimento, punindo-se em diferentes momentos.
O garoto Julian é dominado pelo remorso. Em determinada cena, chega a questionar: “Quando você para de se sentir culpado? Quando isso acaba?”.
A tensão é crescente. A partir do quinto episódio, é difícil desgrudar os olhos da tela. A resolução do caso Julian supreende, ao passo que a história é muito bem concluída, eficiente em abordar conflitos morais.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
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