Após polêmica, SBT tira do ar slogan 'Brasil, ame-o ou deixe-o'

Após exibir o slogan utilizado no regime militar, a assessoria de imprensa da emissora alegou ter sido um "equívoco"

por Estadão Conteúdo 08/11/2018 10:30

Divulgação/ SBT
(foto: Divulgação/ SBT)
"Brasil, ame-o ou deixe-o". Este foi o slogan divulgado pelo SBT na terça-feira (6). O bordão foi transmitido pela primeira vez durante o intervalo do programa Fofocalizando.

Ao som do hino nacional, a vinheta tinha 15 segundos. A frase "Brasil, ame-o ou deixe-o" era dirigida aos opositores da ditadura militar no país, no período de 1964 a 1985.

Após a reação negativa nas redes sociais, o SBT retirou o slogan do ar.

"A emissora cometeu um equívoco de não se atentar que este bordão foi forte na época do regime militar", segundo nota oficial da assessoria de imprensa do SBT enviada ao E+.

Ao mesmo tempo, apesar da repercussão negativa do bordão "Brasil, ame-o ou deixe-o", o dono do Baú preparou uma série de mensagens enaltecendo o patriotismo, com direito a músicas e slogans de campanhas nacionalistas promovidas durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici, um dos períodos mais repressivos da época.

De acordo com o documento enviado pelo SBT, a ideia das vinhetas é "passar uma mensagem de união, esperança e otimismo aos telespectadores brasileiros e aos que não são, porém vivem no país".

No ar desde os anos 1980, o canal foi parar nas mãos de Silvio Santos graças a concessão dada por um dos presidentes do regime militar, João Figueiredo. Arlindo Silva, que trabalhou durante 25 anos com o dono do SBT como assessor de imprensa, diretor de Jornalismo e porta-voz nas campanhas políticas, conta detalhes da concessão no livro A Fantástica História de Silvio Santos.

Logo após conquistar a então TVS, o empresário criou o quadro Semana do Presidente, em que eventos de agenda presidencial eram divulgados. O programa foi ao ar por mais de vinte anos.

Nas redes sociais, os internautas não perdoaram e satirizaram a palavra "equívoco" utilizada pelo canal de Sílvio Santos. Acompanhe a repercussão:

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