Animação adulta Final Space é tesouro escondido na Netflix

Seriado tem 10 episódios recheados de humor ácido, violência gráfica, reviravoltas e ficção científica

por Lilian Monteiro 06/09/2018 22:03
NETFLIX/DIVULGAÇÃO
(foto: NETFLIX/DIVULGAÇÃO)

Humor ácido, violência gráfica, reviravoltas e ficção científica. Com todos esses ingredientes, mas sem muito barulho no catálogo da Netflix, Final space é uma descoberta daquelas – surpreendente. Lançada em fevereiro deste ano, com 10 episódios de 22 minutos cada um na primeira temporada, poucos dão notícia de sua existência. Mas basta acionar o play para você ser capturado pela animação adulta que fica entre a aventura e a ficção científica ou o suspense e a comédia dramática, ou todos esses gêneros, alternados.

A trama da saga espacial é bastante sombria, o que só faz aumentar a torcida do espectador pela sorte dos personagens, cujo caráter cativante provoca imediata empatia. Com doses bem medidas de aventura, angústia, tensão e diversão, o roteiro ainda reserva lugar para o alívio cômico com piadas engraçadas e tiradas espertas. Você fatalmente será capturado nessa missão.

Criada e dirigida pelo cineasta Olan Rogers, a série foi criada para a TBS e conta o drama de um humano prisioneiro no espaço e um incrível alienígena destruidor de planetas que partem em uma aventura interestelar para salvar a Terra. O burburinho em torno da produção abriu lugar para ela no serviço de streaming, onde o sucesso aparentemente foi ainda maior. A Netflix não revela números de audiência, mas Final space já tem uma segunda temporada garantida, com três episódios a mais do que a primeira – agora serão 13. Mas Olan Rogers já avisou que tem material suficiente para produzir ao menos seis temporadas. Ao menos na ficção, a batalha para evitar o fim do mundo promete ser longa...

Gary não é um astronauta de primeira linha. Meio sem jeito, ele vive sozinho a bordo da nave Galaxy One, na verdade, uma prisão espacial. E sonha com o dia em que poderá comer um cookie. Gary se meteu nessa enrascada depois de uma trapalhada para impressionar Quinn, uma militar do planeta Terra. Agora, cercado apenas por robôs idiotas e pela inteligência artificial da nave, o hiperinteligente H.U.E. (uma homenagem ao H.A.L. de 2001: Uma odisseia no espaço), e sem humanos por perto há cinco anos, ele sobrevive sem saber direito o que se passou pelo mundo desde seu embarque.

CRIATURA VERDE

A reviravolta ocorre quando, a poucos dias do fim da pena de Gary, ele se encontra com Mooncake, uma criaturinha verde e fofa perseguida pelo Lorde Comandante, o grande vilão, que lembra o Imperador de Star wars. A partir desse encontro começa a etapa mais desvairada da aventura, que funciona como isca perfeita para o espectador, na remota possibilidade de ele não ter sido fisgado antes. Gary precisa salvar a Terra, ou melhor, o universo inteiro, mesmo depois de escutar: “Você não é um herói; seu pai era”. Ou principalmente por causa disso.

Agora Gary não está mais sozinho. Além de Mooncake e H.U.E, ele tem ao seu lado a empoderada capitã Quinn, Tribore, um alienígena de seis olhos, e outros seres. Os desafios que se apresentam são muitos, mas o herói desajeitadamente charmoso responde a eles com um: “Desistir, nem a pau, Juvenal! O bem sempre vence no final”. Será? O certo é que Final space é tão atraente que transmite a sensação de que seu criador se diverte o tempo inteiro, sem amarras e com a imaginação correndo solta. Os fãs agradecem, já que a produção é das mais cuidadosas.


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