Em Hiatos, seu sétimo livro de poesias, Alexandre Marino se debruça sobre as interrupções impostas à vida. Neste sábado (16), o escritor participa de manhã de autógrafos na Livraria Ouvidor Savassi, a convite do projeto Sempre um Papo.
“Fiz os poemas pensando em situações de quebra, de rompimento, mas sempre considerando um fio de esperança que podemos encontrar nelas. Hiatos são choques que a gente leva, mas também experiências encantadoras, pois mexem com nossas emoções e podem mudar a nossa vida”, afirma.
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Movimento de artistas e pensadores negros se mostra como importante polo de criatividade em BHVencedor do Pulitzer, Colson Whitehead diz que se tornou escritor no BrasilExposição reúne 150 obras de Alex Flemming no Palácio das ArtesVivendo atualmente em Brasília, Alexandre Marino nasceu em Passos, no Sudoeste de Minas. Morou por oito anos em Belo Horizonte, onde escreveu os dois primeiros livros: Os operários da palavra, lançado em 1979, e Todas as tempestades, de 1982.
“Desde meu terceiro trabalho (O delírio de búzios, 1999), venho buscando uma linguagem poética que marque minhas buscas, questionamentos, angústias e alegrias”, diz Alexandre. Em Arqueolhar (2005), por exemplo, ele propôs uma releitura de elementos importantes da sua infância.
Questões pessoais também pautaram Exília (2013), que lhe rendeu o reconhecimento do crítico Antonio Olinto. “Em Exília, falei sobre a falta de lugar do poeta, sobre a dificuldade de entendimento entre ele e o mundo e também sobre a angústia na necessidade de expressar”, diz Marino.
O novo trabalho põe fim a um hiato na carreira do poeta, encerrando o ciclo de quatro anos sem lançamento nas livrarias. Ao lado de Arqueolhar e Exília, Hiatos se insere na tríade que marca a maturidade poética do autor.
“O livro é um prolongamento dos dois anteriores, em que trabalho com profundidade tanto na elaboração das poesias, na busca da melhor expressão, quanto na abordagem e escolha de temas. Construo minha poesia em cima de questões que me incomodam no momento, como a falta de diálogo e a violência”, conclui.
* Estagiário sob a supervisão da editora assistente Ângela Faria