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Menopausa e fatores de risco cardiovascular na mulher


Doença cardíaca é a principal causa de morte em mulheres, ainda que somente a metade das mulheres reconheçam esse fato. O período de transição para menopausa, que inicia-se dois anos antes do último ciclo menstrual, é o estagio da vida da mulher quando o risco cardiovascular acelera e se eleva, e ocorrem mudanças substanciais nos tradicionais fatores de risco cardiovasculares.


O período de transição para a menopausa é o momento mais oportuno para se controlar os fatores de risco e, assim, reduzir o risco de doença cardiovascular na mulher. No climatério, quando os níveis de estrógenos estão substancialmente em queda e os níveis do hormônio folículo estimulante estão aumentados, aí aparecem os efeitos do envelhecimento ovariano, e este estaria relacionado com as mudanças nos fatores de risco, incluindo elevação nas concentrações do LDL - colesterol (chamado colesterol ruim), bem como na qualidade das partículas de HDL - colesterol (chamado de bom colesterol), que reduzem seus efeitos protetores.

Outras ligações relacionadas ao envelhecimento ovariano, incluindo composição corporal, com aumento da deposição de gordura abdominal e visceral, como já sabemos, são também fatores de risco cardiovascular, bem como a redução de massa magra e a maior prevalência de aumento do triglicérides, da tolerância à glicose e da pressão arterial, que são aspectos frequentemente observados em nossa prática diária.

Durante esse período, as mulheres, principalmente aquelas que apresentaram menopausa precoce (entre os 40 e 45 anos de idade), são as que apresentam mais elevado risco de doença cardiovascular.

Já é do nosso conhecimento que os estrógenos podem aliviar, em grande parte, os sintomas da menopausa, principalmente naquelas mulheres que têm grande perda na qualidade de vida.


O uso de estrógenos transdérmicos são preferíveis, ao passo que os de uso oral podem elevar a pressão arterial.

A melhora no estilo de vida, a atividade física e uma dieta saudável são fundamentais na redução de risco cardiovascular na mulher menopáusica, bem como o uso de medicações, quando indicadas, para reduzir os níveis de pressão arterial e controlar os níveis colesterol.

Referência: Khoudary SRE et al. Menopause Transition and Cardiovascular Disease Risk: Implications for Timing of Early Prevention: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2020 DOI: 10.1161 /CIR.0000000912