Saúde Plena

A importância das estatinas no primeiro ano do infarto do miocárdio


Estudos clínicos já realizados conseguiram suportar a eficácia do tratamento com estatinas na prevenção do infarto do miocárdio recorrente e na melhora da sobrevida a longo prazo.


Nesse estudo, os autores investigaram se a baixa adesão ao tratamento com estatinas, durante o primeiro ano após o infarto, estaria associada ao aumento da mortalidade no segundo ano de evolução.

Essa análise incluiu 54.872 pacientes sobreviventes ao infarto agudo do miocárdio, admitidos entre 2010 e 2012, nos hospitais da Suécia. A baixa adesão ao tratamento foi definida como uso menor que 50% da medicação recebida ou não ter usado estatinas.

Aplicando dados estatísticos, as associações entre a baixa adesão às estatinas e a ocorrência de mortalidade cardiovascular, não-cardiovascular, ou por todas as causas, foram estimadas para o segundo ano de evolução.

No geral, 20% dos pacientes com baixa adesão às estatinas morreram durante o primeiro ano após o infarto do miocárdio e 8% morreram no segundo ano. A análise revelou que a baixa adesão às estatinas está associada com aumento no risco de morte por todas as causas, por doença cardiovascular, e por doença não cardiovascular.


Os autores concluíram que, em um mundo real (mundo dos consultórios médicos), baixa adesão às estatinas, durante o primeiro ano após o infarto do miocárdio, está associada com aumento na mortalidade no segundo ano do infarto do miocárdio, reforçando a importância de se alcançar uma alta taxa de adesão ao tratamento com estatinas, logo após a ocorrência do infarto do miocárdio.

Os estudos clínicos hoje reforçam, cada vez mais, que as estatinas realmente têm benefícios nos pacientes portadores de doenças vasculares, seja doença cardíaca ou cerebral, e que nunca devemos negligenciar o seu uso em pacientes portadores de infarto do miocárdio ad aeternum.

Referência:
Khalaf k AK et al. Low adherence to statin treatment during the 1 st year after an acute myocardial infarction is associated with increased 2 nd-year mortality risk –and inverse probability of treatment weighted study on 54.872 patients. Eur Heart Journal Cardiovascular Pharmacoterapy .2021 DOI :10.1093.