Aumenta mortalidade cardiovascular no Brasil por causa do coronavírus

Estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia relaciona o aumento de mortes por doenças cardíacas ao novo coronavírus

MAURO PIMENTEL / AFP
Brasileira idosa passa por teste de COVID-19 no interior do Rio de Janeiro (foto: MAURO PIMENTEL / AFP)

Um estudo realizado com a UFMG e os cartórios de registro civil do Brasil apontou um aumento do número de mortes por problemas do coração em todo país.

Como é do nosso conhecimento, o novo coronavírus afeta o coração, ataca diretamente o músculo cardíaco, promovendo a inflamação dele, as chamadas miocardites, podendo levar a falência cardíaca.

Pode levar também a alterações na coagulação dentro dos vasos, causando as tromboses e, por consequência, os infartos do miocárdio e  os derrames cerebrais. 

Como exemplo, o estado de Pernambuco teve o primeiro caso de morte por COVID-19 em 25 de março e até o dia 10 de junho de 2020, 2881 pessoas morreram de doenças cardiovasculares. O registro nos cartórios tem relações principalmente com infarto e derrame cerebral.

Nesse intervalo de tempo, houve 1.381 mortes do coração por causas inespecíficas, de acordo com os registros de cartórios civil. No mesmo período do ano passado foram 738 casos.O aumento é de 87%.
Também aumentaram as mortes cardiovasculares em casa; foram 1.250 de 25 de março até 10 de junho, contra 839 no mesmo período de 2019, aumento portanto de 48%.

Temos que estar atentos, porque além do próprio risco da COVID-19 existe um fator importante, responsável pela mortalidade, que é o medo de ir aos hospitais, mesmo que a pessoa esteja passando mal, necessitando de atendimento médico.
 
O medo decorre da aplicação do distanciamento social e também de ir aos pronto-atendimentos dos hospitais, sabidamente por onde passaram e passam os pacientes por COVID-19, antes de se internarem.

Importante esclarecer que as unidades de pronto-atendimento fazem uma triagem em que pacientes são alocados para a área de COVID-19 ou não, de acordo com seus sintomas clínicos. 

Vale ressaltar aqui o aumento do tabagismo e do sedentarismo como fator de risco, o que pode influir nas doenças cardíacas.
 
Outra questão é o receio dos pacientes portadores de doenças cardíacas serem acometidos pelo COVID -19, já que sabidamente são pacientes de risco aumentado de complicações, com risco de vida.

Por fim, não negligencie seus sintomas e, caso fique na dúvida em ir ao hospital, procure informar-se da importância ou não dos seus sintomas, fazendo um simples contato por telefone ou por mídia social com seu médico de confiança, pois essa atitude pode salvar a sua vida.
 
Se você quer comentar sobre a coluna ou mandar sugestão de tema, envie email para evandrocardiol@gmail.com