A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, e é uma fase na qual o corpo da mulher passa por diversas alterações hormonais. Normalmente, ocorre acima dos 45 anos e dá início ao climatério, fase de transição do período fértil para o não reprodutivo. Além da interrupção da menstruação, a partir desse momento, os ovários param de produzir o hormônio estrógeno e deixam de liberar os óvulos. Portanto, após a menopausa, nenhum sangramento vaginal é considerado normal e, caso ocorra, deve ser checado por um ginecologista. Para conscientizar a população a respeito, a acadêmica de medicina Mariana Nascimento Muzzi escreve na coluna dessa semana sobre o assunto.

Quais são as principais causas de sangramento pós-menopausa?

Em geral, o sangramento pós-menopausa ocorre devido a condições ginecológicas benignas, como atrofia do endométrio ou da mucosa vaginal, hiperplasia endometrial, pólipos uterinos e miomas. Vale ressaltar que o sangramento pós-menopausa também pode ser confundido com causas não ginecológicas (sangramento na uretra, bexiga ou trato gastrointestinal). No entanto, 1% a 14% dos casos de sangramento pós-menopausa é secundário a câncer endometrial (do corpo do útero) e acomete, geralmente, mulheres acima de 60 anos.

O sangramento pós-menopausa é o único sinal de câncer de endométrio?

Segundo a American Cancer Society, cerca de 90% das pacientes diagnosticadas com câncer de endométrio têm sangramento pós-menopausa ou entre as menstruações. Outros sinais e sintomas de câncer endometrial incluem corrimento vaginal sem sangue, dor na pelve, perda de peso e sentir uma massa na região pélvica (mais comuns em estágios avançados da doença).

Por que é importante buscar um ginecologista ao reportar qualquer sangramento vaginal, mancha ou corrimento vaginal se você já passou pela menopausa?

Apesar de não ser a principal causa de sangramento pós-menopausa, a incidência do câncer de endométrio está aumentando rapidamente em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. Ademais, com o aumento da expectativa de vida da população feminina, o grupo de risco para essa condição foi aumentado (mulheres na pós-menopausa). Além disso, a cirurgia é a base do tratamento e do estadiamento da doença, sendo realizada por ginecologista ou cirurgião oncológico habilitado.

É possível prevenir o câncer de endométrio?

Existem maneiras de reduzir os fatores de risco para essa doença:

- Seja fisicamente ativa. Estudos têm relacionado maiores níveis de atividade física com risco reduzido de câncer de endométrio, pois a atividade física reduz obesidade, diabetes e hipertensão, fatores de risco para essa doença Mantenha-se em um peso saudável.

- Mulheres com sobrepeso ou obesidade tem risco maior de desenvolver câncer endometrial

- Vá ao seu ginecologista regularmente