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ONCOLOGIA

Setembro Verde: vamos falar do câncer de cólon?


O ator Chadwick Boseman, estrela de Pantera Negra, morreu na última sexta-feira (28), aos 43 anos, por causa de um câncer de cólon. Ele foi diagnosticado em 2016, inicialmente com um câncer estádio III, mas que posteriormente evoluiu para estádio IV (metastático).



Coincidentemente, a fim de  conscientizar a população sobre o câncer de intestino, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) promove o Setembro Verde com a campanha “Não é sorte, é prevenção e cuidado” nas redes sociais.

De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer, o câncer colorretal é o segundo mais prevalente em homens (atrás apenas do câncer de próstata) e também o segundo em mulheres (atrás do câncer de mama). Por isso, deve-se dar grande atenção acerca da prevenção da doença.

Não são apenas fatores genéticos que contribuem para o desenvolvimento da doença, os hábitos de vida têm grande impacto para o surgimento desse câncer. Entre os fatores de risco, podemos citar: obesidade; sedentarismo; alimentação deficiente em fibras e rica em carne vermelha, processados e industrializados; tabagismo e etilismo.



Em relação aos sintomas, podem ocorrer alterações no hábito intestinal, cólicas, sangramento nas fezes, fraqueza, quadros de anemia e emagrecimento.

Entretanto, o ideal é que a doença seja diagnosticada antes mesmo de causar sintomas. As estratégias para a detecção precoce do câncer são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento (aplicação de exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e, encaminhamento dos pacientes com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento).

Recomenda-se que as pessoas com risco habitual para câncer colorretal iniciem o rastreamento regular aos 45 anos, sendo o exame preferido a colonoscopia, por permitir, além do diagnóstico, o tratamento de lesões precursoras de câncer (retirada de pólipos, por exemplo).

Entretanto, caso não seja possível a realização desse exame, o exame de sangue oculto nas fezes pode ser indicado. Pessoas com risco aumentado para esse câncer (por exemplo: história familiar fortemente positiva) podem ter que iniciar esse rastreamento em idade mais precoce.



No âmbito do tratamento, temos tido importantes avanços tanto no campo da cirurgia (incluindo o uso da robótica) quanto no tratamento medicamentoso, especialmente para os casos mais avançados (incluindo imunoterapia para casos selecionados). 

O ator infelizmente nos deixou muito cedo e não sabemos se tinha fatores de risco ou história familiar para esse câncer. Entretanto, é importante alertar que a doença vem aumentando em populações mais jovens, sendo importante reforçar o papel da prevenção.

Como estratégias, devemos adotar: alimentação rica em alimentos frescos e fibras, com restrição de ultraprocessados; prática de atividade física frequente e abandono de hábitos como tabagismo e etilismo.

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema para esta coluna? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com