Tipo de câncer da namorada da jogadora Marta tem aumentado no Brasil

Toni Pressley, do Orlando Pride, descobriu a doença há pouco tempo e já foi operada; oncologista fala a respeito do carcinoma precoce

Estado de Minas 09/08/2019 11:01
Instagram/reprodução
Toni Pressley, diagnosticada com câncer de mama (foto: Instagram/reprodução)
Zagueira e namorada da atacante brasileira Marta, Toni Pressley, do Orlando Pride, nos EUA, foi diagnosticada com câncer de mama aos 29 anos. O anúncio, feito pelo Clube na quarta-feira (7 de agosto), deixou em alerta a comunidade médica e mulheres em todo o mundo pela idade precoce da atleta. Trata-se de uma herança genética? É possível prever os riscos
 
 
Pressley ou o clube  norte-americano ainda não revelaram o tipo de tumor da atleta, o caráter hereditário ou adquirido da doença. No entanto, André Murad, oncogeneticista e diretor clínico da Personal Oncologia, lembra que a incidência de câncer, inclusive o de mama, tem aumentado no Brasil em pessoas jovens, com idade entre 20 e 49 anos.  Segundo ele, 15% dos casos de câncer no mundo são hereditários. Mas o tumor também ocorre devido aos hábitos de vida.

Fatores ambientais 

No caso do câncer de mama, Murad destaca os fatores ambientais que favorecem o aparecimento da doença. “Obesidade, principalmente após a menopausa; Sedentarismo (não fazer exercícios); Sobrepeso; Consumo de bebida alcóolica; Exposição frequente a radiações ionizantes.” 
 
O oncologista também aborda os fatores hormonais, como a primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos; Não ter filhos; Primeira gravidez após os 30 anos; Não ter amamentado; Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; Ter feito reposição hormonal pós menopausa, principalmente, por mais de 5 anos.
 

Diagnóstico precoce

No Brasil, estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta 59.700 casos novos de câncer de mama para 2019. O risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Somente em 2017, a doença ocasionou 16.724 óbitos no país.
 
Chris Delmas/divulgação
Angelina Jolie retirou as mamas e os ovários para evitar risco de câncer (foto: Chris Delmas/divulgação)
 
 
Neste cenário, o diagnóstico precoce é uma arma importante contra a doença. Conforme o oncologista, hoje é possível identificar os riscos para o desenvolvimento de tumor com exames genéticos, à base de sangue. “Já conseguimos detectar se uma mulher tem o gene causador da mutação, o que poderia aumentar sobremaneira a mortalidade, visto que 15% dos casos de câncer no mundo são hereditários. Foi com esse tipo de exame que a atriz Angelina Jolie descobriu a hereditariedade da doença e pôde fazer a retirada preventiva da mama e dos ovários. Além disso, é possível usar o mesmo tipo de exame para definir melhores tratamentos, que agem diretamente no DNA das mutações”, informa.