Você acaba de receber o convite para ser madrinha de casamento e é informada de que para exercer tal função é preciso pagar um valor para ajudar nos custos da cerimônia. Se antes o convite era feito por consideração ou afeto de um casal por alguém, a moda agora é pedir um valor simbólico para a honraria. Você não leu errado. No Twitter, a nova febre no mercado de casamentos está dando o que falar. Ajudar nos preparativos do enlace, dar suporte para os noivos no grande dia e, agora, pagar para atuar na função de madrinha ou padrinho.

Para a sócia da Fiancée Cerimonial e Eventos, Marina Fernandes Nunes, esse burburinho não deve ser consolidado em Minas. Segundo ela, os noivos ainda são muito tradicionais no quesito dinheiro e a maioria não se sentiria à vontade de colocar os padrinhos nessa situação. “Na verdade, vejo que há um entrosamento maior entre noivos e padrinhos. Tanto para o casamento quanto para a realização do chá de panela e a tendência do chá de lingerie feito exclusivamente pelas madrinhas. Ainda há uma tradicionalidade, apesar das inovações”, conta.

Imagina se a moda pega? A cerimonialista garante que os madrinhas e madrinhas sabem da honra e responsabilidade desse momento tão especial para os noivos. “O que é acontece, mas não é tão explícito, são os padrinhos capricharem no presente, como forma de agradecimento. Valores além disso não são vistos”, frisa Marina Fernandes.

A modernidade trouxe para os casamentos uma versatilidade e ousadia maior, mas a tradição permanece. A figura dos padrinhos é simbólica e, além dos presentes, o que conta é a forma de gratidão e partilha. A diretora da La Cita Eventos e Recepções, Luíza de Oliveira Abreu, destaca que os casamentos se tornaram uma verdadeira vivência para todos os convidados e cada vez mais os noivos querem que todos se sintam bem e acolhidos. “Os casamentos não são mais algo momentâneo e de algumas horas, eles se transformaram em uma real experiência, em que cada minuto conta. Cada vivência dentro do casamento tende a valer a pena”, comenta.

Nesta onda, os casamentos em lugares paradisíacos, como praias e castelos, ou em cidades históricas, como Ouro Preto e Tiradentes, ganham força no mercado de casamentos. A sensação de pé na areia, da brisa e maré do mar garantem um charme para o enlace. Seja no nascer ou no pôr dor sol, essa tendência ganha novos adeptos. “No interior há um crescimento, as cidades históricas têm tido uma demanda muito grande. Seja pela tradição religiosa desses lugares ou pela experiência”, diz a sócia do Fiancée.

A experiência completa é a palavra dos novos casamentos. “O mineiro, por exemplo, é um povo acolhedor, e apesar de conservador nesse costume, dão espaço para inovações. Querem agradar 100% os convidados, por isso, a experiência e um certo tradicionalismo garantem um casamento ideal”, explica Fernandes. Com uma maior abertura, os casamentos estão cada vez mais personalizados e o que conta é a excentricidade de cada um. “Essa versatilidade é o que traz o diferente para os novos casamentos”, conclui Luíza de Oliveira.

* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram