"O que leva uma pessoa a ser arrogante e gostar de humilhar os outros? Tenho um chefe assim." - Semiramis, de Pedro Leopoldo (MG)
Nossos comportamentos, sobretudo no relacionamento com os outros, são frutos dos nossos sentimentos. Quando nosso coração está cheio de sentimentos negativos, temos, em geral, comportamentos destrutivos, violentos e inadequados. E, ao contrário, movidas pelos sentimentos positivos, nossas ações serão construtivas, amorosas e integrativas. O primeiro passo, portanto, para entender os procedimentos arrogantes, autoritários e opressores é tentar descobrir qual sentimento negativo está por trás disso. Todas as condutas orgulhosas, megalomaníacas e de desprezo aos outros escondem um SENTIMENTO DE INFERIORIDADE. Quanto mais inferiores nos sentimos, mais queremos mostrar superioridade. Na realidade, o complexo de superioridade é uma capa compensatória para a internalização de menos-valia. E como aparece na nossa vida essa sensação de menos valor, de se sentir por baixo?
Pessoas que sofreram processos de abandono na infância, que foram muito criticadas, que nunca aceitaram o próprio corpo, seja pela altura, pelo peso, por algum defeito físico, que sofreram abusos sexuais ou de violência física tendem ao sentimento de inferioridade.
O contrário do orgulho é o sentimento de humildade. E aqui também reside uma confusão. Humildade não é me humilhar, me submeter, aceitar tudo que fazem contra mim. Humildade é, como diria Santa Tereza D’Ávila, a verdade.
Por que o rico seria superior ao pobre? Por que o negro seria superior ao branco? Por que o homem é superior à mulher.? Todo preconceito é fruto do orgulho. Qualquer poder intelectual, financeiro, político e artístico me traz a obrigação de construir o mundo, de criar, de desenvolver e de ajudar. E nenhum poder me dá o direito de desqualificar, diminuir ou humilhar as pessoas. Todos nós, em maior ou menor grau, somos arrogantes e orgulhosos. E o nosso desafio é melhorar cada vez mais esse traço, à medida que ele é o principal responsável pelo fracasso nas relações, por meio da dominação, da posse, do controle e do autoritarismo que queremos exercer sobre os outros.
O medo de perder o poder, de perder a imagem de onipotentes que temos de nós mesmos nos leva a absurdos nos relacionamentos.