A saúde infantil é responsabilidade de todos. Os cuidados devem começar ainda na gestação, com um bom acompanhamento da futura mamãe e do bebê para que o parto possa transcorrer de forma tranquila. Do nascimento até a entrada na adolescência, a visita regular ao pediatra é fundamental para prevenir doenças, diagnosticar qualquer irregularidade na saúde física e mental, além de avaliar cada etapa do crescimento e o desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
Alguns exames devem ser feitos logo após o nascimento, como os testes do pezinho, da orelhinha, do coraçãozinho e do olhinho. Também é importante ficar atento à caderneta de vacinação do filho. É ela que acompanha a criança por toda a vida e deve ser mantida atualizada. É o que faz a empresária Viviane Lago, mãe de Matheus Augusto, de 5 anos. Ela conta que o cuidado com a saúde do filho começou ainda na gestação e, posteriormente, na maternidade. “Lá mesmo, ele tomou as primeiras doses das vacinas necessárias para que pudesse sair do hospital.
Além das vacinas, é importante ficar atento a qualquer sintoma de doença ou queixa da criança. A enfermeira e professora de enfermagem Eletheia Dias Ferreira, de 44 anos, procurou um médico após episódios de vômitos e agitação da filha Rebeca, de 3. Diagnosticada com um tumor na cabeça, a pequena Rebeca está em tratamento de quimioterapia e já apresenta melhora. A mãe viaja de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, para Belo Horizonte, de 24 em 24 dias para acompanhar o quadro clínico da filha.
Os especialistas ressaltam que o cuidado com a saúde infantojuvenil vai além de exames e vacinas. Criar na criança bons hábitos alimentares, uma rotina de sono adequada e estimular o desenvolvimento por meio de atividades físicas são fundamentais para um crescimento saudável.
Atenção começa na gestação
Também é crucial a presença de um pediatra no momento do parto. “É essencial para a assistência imediata ao bebê. Em cerca de 10% dos partos, mesmo em gestações de baixo risco e, portanto, de forma muitas vezes imprevisível, haverá necessidade de intervenção médica para que o recém-nascido estabeleça uma respiração adequada pós-nascimento.
O acompanhamento médico vai além da realização dos exames. Durante as consultas, os pais são orientados sobre quais vacinas o filho deve tomar em diferentes períodos da vida. “Muitas doenças, como a meningite, podem ser prevenidas por vacinas, e muitas delas estão disponíveis na rede pública”, ressalta Andrea Chaimowicz, pediatra neonatologista da Unimed BH. A médica também evidencia a importância do aleitamento materno. “O leite materno é responsável para estimular o desenvolvimento do cérebro, ajuda o organismo a criar anticorpos, além de ser um aliado para a nutrição. Ele deve ser o único alimento dado à criança até os seis meses de vida, e depois os pais devem introduzir outros alimentos para auxiliar na nutrição”, explica.
ACOMPANHAMENTO
Outro exemplo de cuidado desde a gestação vem de Hadrianne Aguiar Sander, de 33. Advogada, ela tem duas filhas: Beatriz, de 5, e Barbara, de 2. “Acredito que cuidar da saúde do filho desde o nascimento é fundamental para evitar males ou tratá-los precocemente, tanto é que hoje vários exames já são feitos no próprio hospital. Também vale dizer que, assim como bons hábitos são construídos na infância, assim é o cuidado com a saúde, pois se bem fortalecidos, permanecerão com nossos filhos ao longo da vida e serão transmitidos aos nossos netos”, explica.
Tanto para Viviane quanto para Hadrianne, a vacinação é a melhor maneira de cuidar da saúde dos filhos. “No decorrer dos primeiros dias de vida, Matheus tomou as vacinas, que são superimportantes e capazes de fazer grande diferença na vida dele”, afirma Viviane. Hadrianne emenda: “As vacinas são às que eu mais me dedico, mantenho tão em dia que quando tem campanhas das doenças já erradicadas no Brasil eu já vacinei as crianças faz tempo”.
E não é somente as vacinas que estão em dia. Os principais exames também são feitos regularmente. “Além dos exames de aspecto preventivo realizado em consultas de rotina ao pediatra, que são para acompanhamento do crescimento, como medir e pesar, o último exame realizado foi um raio-x para verificar se minha filha estava com bronquite”, cita Hadrianne.
Para as crianças, o acompanhamento pediátrico é o mesmo que o checape indicado para adultos. “O acompanhamento infantil, também chamado puericultura, avalia e acompanha a criança como um todo desde o nascimento até os 16 anos, que é a idade indicada pela Organização Mundial de saúde. É a medicina preventiva, devendo ser observados o bem-estar físico e psicológico da mãe e do filho, evitando doenças futuras”, esclarece Mônica Itabayana, professora da pós-graduação em medicina da Faculdade Ipemed e pediatra.
“Durante a primeira semana de vida são avaliados a amamentação, o ganho de peso e o desenvolvimento neuromotor, perímetro cefálico e sinais que possam indicar qualquer problema. Na faixa etária de 1 a 6 meses, o acompanhamento infantil é realizado mensalmente. Nessa fase, o pediatra avalia tanto o desenvolvimento neurológico como o crescimento da criança, além de orientar sobre vacinas, tirar dúvidas dos problemas que podem surgir com a amamentação etc.”, sintetiza a pediatra Andrea Chaimowicz.
Saiba mais
Exames mais frequentes
Os exames complementares mais frequentemente solicitados pelo pediatra são hemograma, glicemia, perfil lipídico (colesterol total e frações, triglicérides), urina rotina, ureia e creatinina (avaliação da função renal), parasitológico de fezes, avaliação da função da tireoide (T4 e TSH) e vitamina D. A caderneta de vacina é importante para acompanhar as doses aplicadas. Antes mesmo de deixar a maternidade, os bebês recebem doses de BCG e hepatite B. A ideia é prevenir doenças mais frequentes. O calendário de vacinação foi elaborado para que a prevenção seja mais eficiente, conforme o período do ano. Por isso, é importante vacinar as crianças conforme indicação do Ministério da Saúde.
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram .