Mal do século: sabia que a doença de Gisele Bündchen é mais comum do que se imagina?

Nesta semana, a modelo fez desabafo em seu perfil nas redes sociais falando das dificuldades causadas pela síndrome do pânico. De acordo com dados da OMS, a doença atinge cerca de 4% da população mundial

por Bruna Curi* 05/10/2018 15:09
 
Nino Munoz/Divulgação
Na terça-feira, Gisele postou em seu perfil no Instagram um desabafo sobre a síndrome do pânico (foto: Nino Munoz/Divulgação)
Tremores, sudorese, hiperventilação, calafrios, ondas de calor, sensação de perigo iminente e até mesmo medo da morte. Esses são alguns dos sintomas mais comuns da síndrome do pânico, também conhecida como ataque de pânico. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados em 2017, essa doença atinge cerca de 4% da população mundial, ou seja, por volta de 280 milhões de pessoas. Até mesmo pessoas famosas como Gisele Bündchen, Padre Fábio de Mello, Cleo Pires, Lucas Lucco, Madonna e MC Gui sofreram com esse problema.
 
No caso de Gisele, a modelo fez recentemente um post em seu Instagram em que relatou que seus ataques de pânico foram momentos difíceis, e que para isso contou com a ajuda e apoio de familiares e amigos. Enquanto isso, o funkeiro chegou a ir ao hospital por causa de um ataque de pânico, na quinta-feira (27) do mês passado.
 
Segundo a psicóloga Miriam Pontes de Faria, a síndrome do pânico se configura em crises inesperadas em que a pessoa sente um medo intenso, a sensação de que algo ruim pode acontecer a qualquer momento. Durante essas crises, é normal que a pessoa sinta que vai enlouquecer ou que vai ter um ataque no coração. Além disso, o grau do ataque do pânico pode variar de leve para um muito forte. “Está classificado como transtorno de ansiedade, como o próprio nome já diz, causa um grande transtorno na vida da pessoa e é acompanhado de crises de pânico com muito sofrimento físico e emocional, a emoção mais frequente é um medo desesperador”, disse a profissional.
 
Junto do transtorno de pânico pode surgir também um quadro de agorafobia a pessoa tem todos os sinais do pânico e, ainda mais, só se sente segura e protegida dentro de casa, preferindo se isolar. Esses comportamentos, vão diminuindo as possibilidades de relacionamentos e de vida, há o risco de depressão devido ao isolamento que o transtorno acaba provocando. É também muito comum o indivíduo com pânico ficar com medo de ter novas crises.
 
Como os sintomas da síndrome do pânico são parecidos com de outras doenças como, por exemplo, o ataque cardíaco, Miriam recomenda que o paciente procure uma ajuda médica o mais rápido possível. Além disso, de acordo com os critérios definidos no DSM.4, o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, uma crise isolada não é o suficiente para o diagnóstico. Para que ele seja definido, é preciso que as crises sejam recorrentes e que provoquem modificações que possam interferir negativamente na vida do paciente.
 
Causas 
De acordo com a psicóloga, não há um motivo aparente, uma causa do que pode provocar uma crise de pânico. Porém, alguns estudiosos acreditam que fatores como genética, estresse, temperamento forte e suscetível ao estresse, e mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações, possam desencadear o desenvolvimento desse transtorno.
 
Tratamento 
Uma das formas de tratar a síndrome do pânico é através da hipnose, que é uma técnica de relaxamento que pode ser utilizada para acalmar a mente e os pensamentos. Contudo, Miriam adverte que, quando os ataques são mais intensos, é recomendável que o tratamento seja feito com o uso de medicamentos.
 
 *Estagiária sob a supervisão do subeditor Carlos Altman