A kombucha vem atraindo a atenção de várias pessoas que buscam um tratamento natural e alternativo para males do intestino e da saúde em geral. Tradicionalmente parte da medicina chinesa, a bebida é uma colônia de bactérias e leveduras com potencial probiótico - por isso mesmo benéficas ao intestino e, consequentemente, ao sistema imunológico. É obtida a partir da fermentação do chá preto, ou de qualquer uma das variações de chás da folha Cammelia sinesis, como chá verde e chá branco.
“A bebida tem efeito antioxidante, que é o combate aos radicais livres responsáveis pelos processos de envelhecimento, devido à presença de catequinas. Com o tipo de catequinas presentes no chá verde, a epigalocatequina galato (EGCG), há também o efeito termogênico, ou seja, o estímulo à quebra de moléculas de gordura. Há também o aumento da sensação de bem-estar, já que um dos compostos do chá, chamado L-teanina, atua junto ao cérebro estimulando a produção de dopamina e serotonina. Alguns estudos apontaram ainda propriedades capazes de proteger o cérebro, podendo prevenir alguns tipos de demência e também o Alzheimer”, avalia Guilherme Mattos, médico pós-graduado em nutrologia.
As empreendedoras e fundadoras da Soul Kombucha, Isabela Christo e sua sócia Isadora Darwich, estavam trabalhando nos Estados Unidos em 2015 quando conheceram a bebida por meio de uma amiga nutróloga. “Como os alimentos americanos são ainda mais industrializados e pasteurizados que os brasileiros, passamos a consumir kombucha assiduamente, que foi uma ótima forma de equilibrar a flora intestinal e nos sentirmos bem”, conta Isabela Christo.
Desde que conheceram a bebida, elas ficaram muito interessadas no processo de fermentação de alimentos, prática milenar de uma alimentação mais natural e saudável, e decidiram investir neste mercado. “Na época, começamos a pesquisar mais sobre o assunto e vimos o grande potencial que tinha o mercado brasileiro, pois a kombucha era praticamente desconhecida por aqui.” Elas fundaram a Soul Kombucha. “Para nós, faz muito sentido trabalhar em uma área em que podemos conhecer tantas pessoas que têm a missão de levar mais saúde e bem-estar para os outros. Todos relatam sentir um grande bem-estar logo após consumir a bebida.”
Isabela Christo conta que clientes com problemas crônicos de regulação intestinal relatam melhora surpreendente, e isso não vale apenas para quem tem queixas nessa área, uma vez que a kombucha equilibra de forma global a flora intestinal. “Temos clientes que apontaram um resultado incrível da kombucha na recuperação dos sintomas da ‘ressaca’. Esses são os resultados ‘visíveis’, na realidade constituem a exteriorização do intenso trabalho dos micro-organismos vivos interagindo no organismo”, diz.
Alguns dos compostos e características da bebida favorecem também o emagrecimento, segundo o médico Guilherme Mattos.
CONTRAINDICAÇÕES
A kombucha tem diversos benefícios naturais dada a própria composição, porém, o médico pondera: “A função probiótica da kombucha ainda é algo controverso, principalmente porque depende de concentrações e propriedades específicas durante seu processo produtivo, que são difíceis de ser controladas na bebida feita em casa, por exemplo”, argumenta.
Guilherme Mattos ressalta que, considerando o fato de uma kombucha produzida segundo os parâmetros que garantem sua propriedade probiótica, terá os benefícios da presença de leveduras e bactérias saudáveis, além daqueles próprios do consumo do chá de Cammelia sinesis. O médico é claro ao dizer que a ingestão de kombucha não pode ser considerada um tratamento em si. “Não estamos aqui falando de um remédio, ou medicamento, mas, sim, de uma bebida com propriedades interessantes para o organismo, assim como é o caso de outros alimentos.
Por ser uma bebida complexa, rica numa série de compostos, o mais seguro é que o consumo seja introduzido pelo nutrólogo ou nutricionista segundo o perfil e características individuais do paciente. “Algo que traz benefícios para um determinado perfil de paciente pode trazer malefícios para outro. O que posso assegurar é que o excesso sempre deve ser evitado”, afirma.
* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram .