Animais são bons companheiros e ajudam até na melhora da saúde de quem convive com eles

Relação com animais de estimação favorece não só autoestima, felicidade e convívio social. Cada vez mais, eles auxiliam em terapias para tratamento de problemas físicos, cognitivos e sociais

Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas
André Júnio de Oliveira Rodrigues, de 7 anos, trata deficiência intelectual com a cinoterapia desde fevereiro do ano passado (foto: Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas)

O contato frequente com animais de estimação tem efeitos benéficos não só pela perspectiva afetiva. Os pets proporcionam a quem convive com eles melhoria da autoestima, ajuda contra a depressão, redução da solidão, senso de responsabilidade e maior interação social. E, mais que isso: também são facilitadores em tratamentos de crianças e adultos em patologias diversas, sejam elas físicas, psicológicas, cognitivas e sociais.

Uma experiência pioneira vendo sendo implementada na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sete Lagoas, na Grande BH. Desde 2007, o acompanhamento em saúde feito por cães, denominado cinoterapia, ao lado de procedimentos convencionais, tem surtido resultados positivos para os pacientes, como maior socialização e autonomia.

É o caso de André Júnio de Oliveira Rodrigues, de 7 anos, que desde 2017 participa do programa na Apae para vencer os limites impostos por uma deficiência intelectual, assim como Anna Teresa Antunes Silva, de 8, que sofre atraso neuropsicomotor, paralisia cerebral e microcefalia, e é tratada na instituição há dois anos.

De acordo com Fabiana Reis, médica-veterinária e especialista em cães e gatos, a partir do momento em que nos é ativado o “hormônio do amor” pelo contato com o bichano nós só temos a ganhar. “Ao fornecer companhia, carinho, conforto, entretenimento e, principalmente, amor incondicional, os animais domésticos trazem a seus donos, e a quem se relaciona com eles, diminuição da solidão, melhora da autoestima, ajuda contra a depressão, senso de responsabilidade, aumento da prática de atividades físicas e maior convívio social”, ressalta.

Cães de apoio emocional também vêm ganhando cada vez mais destaque entre as terapias alternativas para o combate a doenças como depressão, síndrome do pânico e câncer, entre outras.

Os apaixonados por animais defendem que o elo com eles tem inúmeros pontos a favor. “Trazem alegria para nossas casas. Meu namorado mora do meu lado, então sempre estou com eles. Quando viajo, sinto um aperto profundo no meu coração. Eles são meus amores”, destaca a professora de inglês Rafaele Barreto, que cuida, com o namorado, de três cachorros. Para ela, um deles, a pequena Laila, é o mesmo que sua filha.

Seguindo os latidos, miados e cantos, contamos histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelos bichos, seja como membros importantes da família ou cruciais para a própria saúde e bem-estar.

*Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram


Elo terapêutico
Tratamentos com o auxílio de animais são vistos como facilitadores em intervenções de problemas físicos, psicológicos, cognitivos e sociais, em diferentes tipos de patologias

Joana Gontijo

Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas
A golden retriever Aloha tem cinco anos e é aliada dos pacientes da Apae desde filhote (foto: Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas)

A relação de carinho e sinergia entre os seres humanos e os bichos é algo histórico e sabido. Atualmente, esse elo alcança benefícios que vão muito além da simples convivência. Os queridos amigos já atendem a demandas que perpassam a melhoria das condições de vida e do bem-estar do homem, auxiliando em trabalhos específicos que possuem eficiência comprovada cientificamente. Não se trata de tomar o lugar dos tratamentos convencionais, mas as terapias assistidas por animais (TAA) são encaradas como facilitadoras em intervenções acerca de problemas físicos, psicológicos, cognitivos e sociais, rompendo barreiras entre os profissionais de saúde e os pacientes. Ideal para atuar em diferentes tipos de patologias, principalmente para quem sofre de alguma forma de deficiência, essas práticas otimizam a expressão das emoções, a sensibilidade, o amor, o compartilhamento de experiências, o progresso nas interações entre pessoas, o controle do estresse e de traumas, diminuem a agressividade, mudam o comportamento e a coordenação motora.

Entre os espectros dessa modalidade de atividade terapêutica (TAA), estão a possibilidade de abordar e responder a doenças mentais (demências, Alzheimer, Parkinson, psicoses, esquizofrenia e depressão); deficiências intelectuais, motoras e multi deficiências (paralisia cerebral, síndrome de Down e autismo); obesidade (programa de combate); geriatria (estimulação cognitiva e enfrentamento da solidão e do isolamento); dificuldades de aprendizagem (apoio à leitura e/ou à escrita, dislexia, discalculia, disortografia, disgrafia e perturbação de hiperatividade). Conforme a situação e cada perfil de enfermidade, surgem as indicações de dinâmicas entre terapeutas e pacientes, com a assistência de animais.

No caso do acompanhamento com cães, a denominação é cinoterapia. Abrangendo inúmeras soluções de estímulo, eles são capazes, por exemplo, de ajudar a evitar o bullying, minimizar faltas escolares, promover novas habilidades, ensinar sobre responsabilidade, reforçar a autoestima, entre outros. Quando unidos a crianças, o mero fato do animal obedecer a comandos como "sentar, deitar e levantar" permite que o pequeno mude os papéis habituais e consiga exercer algum controle sobre o entorno.

Na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Sete Lagoas, na Grande BH, os resultados da aplicação da cinoterapia são expressivos, observados essencialmente na evolução clínica dos usuários. A iniciativa existe desde 2007 e é uma parceria com o 25º Batalhão da Polícia Militar de Sete Lagoas, responsável por conduzir, adestrar e pelos cuidados com o cão, hoje uma golden retriever chamada Aloha.

No momento são 70 pessoas atendidas, entre crianças, adolescentes e adultos. Há três meses, a instituição se tornou referência em Minas Gerais através do sistema SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Apaes), um instrumento de capacitação prático que visa promover o intercâmbio entre Apaes que desejam aperfeiçoar seus programas e serviços por meio de consultoria. A proposta da clínica da Apae de Sete Lagoas, é apoiar, além de outras Apaes, entidades filantrópicas que queiram implantar a cinoterapia. É preciso ter no mínimo 3 anos de idade para conseguir ingressar no projeto, além de ser diagnosticado com deficiência intelectual ou autismo (TEA - Transtorno do Espectro Autista). O critério principal para ter acesso ao tratamento é o paciente apresentar interesse pelo cão. Funcionando ao lado de uma equipe interdisciplinar (psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia), a cinoterapia acontece durante 12 horas semanais, sendo que cada usuário dispõe de 30 minutos por semana, em sessões individuais ou em grupo.

Estímulo

"O autismo, por exemplo, compromete muito a socialização. A cinoterapia tenta justamente incentivar a interação, estimular o sujeito de uma forma global", pontua Camila Timbó, fonoaudióloga participante do projeto na Apae há um ano e meio. Com processos para desenvolver a coordenação motora, a terapia por meio dos cães trabalha aspectos posturais, facilita as atividades da vida diária (saúde, lazer e educação), visa o auto cuidado e a independência (na hora de pentear o cabelo, escovar os dentes, se vestir, etc), colabora na comunicação, na autonomia, na capacidade de resolver problemas. A especialista conta que a cinoterapia também é uma ótima aliada no progresso das características comportamentais, como avanços na percepção de regras e limites, na atenção, na concentração, na amenização da ansiedade, além da internalização de novas tarefas. "Com o cão os resultados são rápidos. O animal deixa o paciente motivado no ambiente terapêutico, engajado em trabalhar suas aptidões", afirma Camila.

A psicóloga Mariana Reis faz parte da equipe da cinoterapia na Apae há cinco anos. Ela destaca que, com o cão, o olhar do paciente sobre a abordagem terapêutica se modifica. O contato com o animal, por si só, como o ato de acariciar, libera hormônios relacionados ao bem-estar e ao prazer, como a endorfima. "Com poucas semanas são observadas melhoras, um tempo que seria bem maior em atendimentos clínicos tradicionais. Um ponto importante da cinoterapia é a reabilitação para obter qualidade de vida", explica. Há dois meses no projeto, a terapeuta ocupacional Rejane Diniz salienta as mudanças na proatividade dos pacientes, além de outros benefícios que as terapias comuns obtêm em um intervalo muito mais longo. "O cão desperta a vontade de aprender novas atividades, tomar iniciativa, ficar independente", diz.

Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas
Com síndrome de Down, Igor Samuel Trindade Marques, de 7 anos, faz cinoterapia há três meses (foto: Liza Kamei/Setor de Comunicação/Apae Sete Lagoas)

Colaboradora na Apae desde o começo da cinoterapia, há 11 anos, a fisioterapeuta Júnia Cunha esclarece que a avaliação inicial se volta para as particularidades do paciente, de maneira personalizada, a fim de definir ações específicas, respeitando as necessidades de cada um. A busca é por favorecer as vivências diárias, o aprendizado, e os modos de ser criança, promovendo, também, os instantes de diversão. "O cão é um motivador. Brinca de basquete, futebol, boliche... Um grande diferencial do animal é incitar a interação entre as crianças, além de ser uma ponte entre os profissionais e os pacientes. A intenção é que eles fiquem bem em qualquer ambiente. Fazemos reuniões periódicas com as famílias, e elas nos relatam a evolução em vários aspectos", comemora.

Equilíbrio


Devido a um erro médico e complicações na gestação, a pequena Anna Teresa Antunes Silva foi acometida com atraso neuro psicomotor, paralisia cerebral e microcefalia, transtornos que afetaram, principalmente, as questões motoras. Aos 8 anos, participa da cinoterapia na Apae de Sete Lagoas há dois, depois de morar no interior do Rio de Janeiro, onde, um pouco antes, participara de sessões de equoterapia (terapia com cavalos). A mãe, Carla Antunes e Silva, celebra os progressos da filha com o tratamento. "Ela tem mais equilíbrio, mais concentração, está mais firme, mais tranquila, mais feliz, interage mais com os outros. É muito carinhosa, adora o cachorro. A cinoterapia melhorou seu quadro de saúde como um todo, tanto os traços intelectuais, quanto emocionais", salienta.

Nicole Kristian de Oliveira dos Santos, de 13 anos, está na Apae de Sete Lagoas há 8. Diagnosticada com autismo, ama a convivência na instituição. Sua mãe, Izabel Cristina Marques de Oliveira, lembra que ela aprendeu a falar com 3 anos, mas com pouco vocabulário. O trabalho com a cinoterapia, descreve Izabel, melhorou as formas da filha se expressar, na linguagem verbal e também corporal, além de progressos no comportamento.

"Era difícil entender o que a Nicole dizia, difícil sair com ela, era agressiva, batia em mim. Não se desenvolveu bem com as terapias convencionais, não conseguia ficar na sala com a psicóloga, chorava. Com a cinoterapia foi se acalmando, ficando menos agitada, até no sono fez diferença. O contato com o cão é muito proveitoso. Ela adora".

Para Jânia Carvalho, a cinoterapia faz com que a criança fique mais afetiva, mais propensa ao aprendizado na escola, mesmo que o caminho para a saúde seja trilhado passo a passo. Ela é mãe de Maria Carvalho Gonçalves, de 12 anos, portadora da síndrome de Down. Maria sempre teve limitações na fala, não conseguia completar frases, para citar apenas um aspecto. Depois de integrar um tratamento com cavalos, ela está na Apae de Sete Lagoas há 4 anos, agora sendo cuidada pela cinoterapia. Jânia conta que a filha teve uma enorme recuperação. "Ela já sabe ler, fez amigos, se desenvolveu socialmente. Além do acompanhamento com o animal, a equipe de profissionais também é fundamental. O trabalho na Apae é excelente", elogia.

Arthur Silva e Souza, de 10 anos, é autista e sofria com o obstáculo de não socializar com outras crianças, principalmente pela barreira da fala. "Até os 7 anos não falava nada. Agora já consegue formar frases, apesar de não ser tão nítido. Ele aprendeu que para ter algo que queira deve falar, não só apontar", diz sua mãe, Claudia Silva Barbosa. O garoto está há 2 anos na cinoterapia na APAE. Claudia cita a convivência com outras crianças uma das vantagens. "Arthur se tornou capaz de esperar sua vez, está menos ansioso, aprendeu a aceitar seus erros. As questões da sensibilidade também melhoraram, ele demonstra seus interesses, sem contar a interação com os outros", descreve. Claudia lembra ainda que Arthur não ficava à vontade com animais, incomodado pelo pêlo, pela baba, pelo som alto dos latidos, até por causa dos limites sensoriais. Depois do convívio com Aloha, perdeu completamente o medo, com o ganho de encarar o tratamento como uma atividade lúdica. "Ele não percebe que está em processo terapêutico. Acha que está brincando", compara.

SERVIÇO
APAE SETE LAGOAS
Avenida José Sérvulo Soalheiro, 894 - Bairro Esperança - Sete Lagoas - MG
Aberto de segunda-feira a sexta-feira, de 7h às 17h
Contatos: (31) 3773.6584, (31) 3774.2101 (31) 3774.2135 e 32106.2512 (Telemarketing)
www.apaesetelagoas.org.br

Presença que faz bem
Ter um animal de estimação em casa vai além do companheirismo e da lealdade. Os pets podem ajudar crianças e idosos na socialização e, em alguns casos, como recurso terapêutico

José Alberto Rodrigues*

Eles são os queridinhos dos brasileiros. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 44,3% dos 65 milhões de domicílios têm pelo menos um cachorro e 17,7% ao menos um gato dentro de casa. Atualmente, há cerca de 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos no país, sem contar o número de pássaros e outros pets. A preferência nacional por esses animais pode ser uma resposta aos estímulos e às experiências proporcionados por eles, como companheirismo, lealdade e felicidade.

Além da companhia, crianças, jovens e adultos se beneficiam com a redução de ansiedade, desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras, socialização e fins terapêuticos. “No Brasil, os psicólogos sublinham a importância emocional da convivência com animais, não apenas no campo terapêutico, por exemplo, com os que sofrem de algum tipo de autismo, mas com todos os tipos de pessoas. Já no caso de pessoas adultas e idosos, contribui para o bem-estar psíquico, pela companhia, troca, cuidado e estímulos à prática de exercícios físicos, já que alguns pets demandam gasto energético, melhorando também sua saúde física”, afirma a veterinária Fabiana Reis.

De acordo com ela, cães e gatos são animais sociais que desenvolvem vínculos e são capazes de demonstrar e despertar afeto, além de afastar as tristezas, os medos e a solidão. “Alguns psicólogos dizem que os animais domésticos são figuras naturais do apego humano. De fato, sempre foi assim. A nossa ligação com os cães faz parte do nosso passado evolutivo, no qual os primeiros grupos sociais já incluíam algum cão. E, hoje, sabe-se quão adaptáveis são os animais que participaram desse processo evolutivo sendo cada vez mais capazes de fortalecer vínculos e convivência com humanos”, pontua.

AUMENTO DA IMUNIDADE

Não há dúvida sobre os benefícios dos animais de estimação para a saúde e o bem-estar dos seres humanos. Essa mútua relação de afetividade mudou completamente a rotina da estudante Jéssica Carvalho, que sempre teve os felinos presentes em casa. “Esse amor começou desde nova, nasci e minha mãe já tinha gatos, ela ensinou a mim e aos meus irmãos a gostar e a cuidar dos animais. Quando nasci, adquiri asma, bronquite e rinite, mas tive convívio com eles e criei imunidade”, recorda a estudante.

Essa experiência familiar a levou a cuidar dos animais e a oferecer um recomeço para um pet abandonado. “Tenho oito gatos, todos adotados. Sophia tem 11 anos e é mãe da Sabrina, que tem 9. Miw tem 7 e foi encontrado na chuva em frente a um pet shop, ainda filhote, e hoje é o xodó da família. Graziele encontrei quando voltava de um curso, tem 2 anos e meio e encanta a todos, pois consegue abrir a geladeira com a pata”, conta a estudante, que, além deles, tem o Jinx, de 2, Gael e Valentina, ambos com 10 meses, e Lisa, com 6 meses.

Os animais têm a capacidade de expressar seu amor. Embora de maneiras diferentes, o afeto e o companheirismo são perceptíveis. “Sempre conscientizando as pessoas sobre a importância da adoção, esterilização e cuidados, ensinei amigos e meu namorado a entender e a criar uma relação de amor com os pets. A importância deles em minha vida é muito grande, virei protetora e ativista da causa animal, além de me tornar vegetariana. Muita das vezes, quando fico chateada, eles me fazem companhia, e sempre estão calmos e transmitem essa tranquilidade”, destaca.

RELACIONAMENTO

Allan Mathias/Divulgação
A professora de pilates e fisioterapeuta Lívia Godoi Costa com os filhos Davi e Matheus e o cachorro Lutero: companheiro de todos os momentos (foto: Allan Mathias/Divulgação)

A professora de pilates e fisioterapeuta Lívia Godoi Costa conta que sempre teve um animal de estimação em casa, e que em um momento de sua vida chegou a adquirir um trauma com pets devido à morte de dois bichanos. “Sou muito intensa, quando amo algo ou alguém, amo mesmo. Passaram-se quase 10 anos da última perda que tive, mas aí apareceu o Lutero e me apaixonei de novo”, recorda.

Lutero trouxe alegria em momentos importantes na vida da fisioterapeuta e o cão é um verdadeiro companheiro para ela e seus dois filhos, Davi e Matheus. “Sempre falo que tenho três filhos. Sinto segurança nele, além da relação de amizade comigo e com meus filhos. Durmo melhor quando sei que ele está ali. É muito amor envolvido. Brincamos, passeamos, deito e rolo. Ele é meu companheiro”, conta.

Além disso, o cachorro da família contribui para o crescimento do filho mais novo, que tem problemas de interação social e comportamental. Com a chegada do Lutero, ele apresentou uma melhora significativa. “Ele conversa com o cão, fala dele pra todo mundo, desenha e o menciona nas orações, como se fosse um membro da família mesmo. O Lutero o ajudou a vencer alguns medos e sua insegurança. Criou-se um laço de afetividade, confiança e segurança muito forte e isso o ajuda no crescimento e aprendizado. Nosso cão sem dúvidas melhora o nosso dia”, conta.

De acordo com Fabiana Reis, esse convívio mútuo entre donos e pets fortalece a qualidade de vida e o processo de crescimento de todos os envolvidos nessa relação. “Ter esse contato com bichanos ajuda na redução do cortisol, contribuindo para o alívio do estresse, e reduz a pressão arterial, já que a sensação de bem-estar também diminui a adrenalina. Além de estimular a secreção de serotonina e dopamina, hormônios responsáveis pela sensação de prazer e alegria”, pontua a veterinária.

Leandro Couri/EM/D.A Press
A professora de inglês Rafaela Barreto e o namorado, Thiago Fernandes, com seus cães Zig Fredo, Laila e Chico: amor incondicional pelos pets (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A professora de inglês Rafaela Barreto descobriu um amor que nunca tinha sentido quando começou a cuidar da pequena Laila. “Minha irmã ganhou a cachorrinha, mas com o tempo ela me escolheu para ser sua dona. Fomos nos conectando e fui descobrindo que eu tinha um amor completamente altruísta. Ela me ensinou o que era amar, revelou-me sobre um amor incondicional que desconhecia. Ela é como se fosse minha filha”, conta.

Porém, o destino deu mais uma prova desse amor por animais e de sua perseverança. “Encontrei o Chico em péssimo estado, dei a ele esse nome porque pedi muito para São Francisco olhar por ele, e com o tratamento ele foi se curando. Meu outro cachorro, o Zig Fredo, também foi resgatado das ruas. Não consigo ver um animal sofrendo, eu sentia a dor deles e acabei resgatando. Hoje, já melhores, moram na casa do meu namorado, e é um amor que não sei explicar.”

*Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram

Os queridinhos
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Editoria de Arte/CB/D.A Press
(foto: Editoria de Arte/CB/D.A Press)
Amar é cuidar
Confira dicas e cuidados necessários para melhor convívio e qualidade de vida do seu pet:

» Se o apartamento é pequeno e com pouco espaço para movimentação, o ideal é levar o pet para passear 30 minutos, de duas a três vezes por dia, para que possa se exercitar

» É importante colocar telas nas janelas e varanda do apartamento. As telas evitam acidentes, já que os gatos são, por instinto, caçadores, e por isso estão sempre atentos aos movimentos ao redor

» Sempre que possível leve o pet para passear e dê brinquedos para eles se divertirem. Assim, você estimulará o físico e psicológico do animal, prevenindo doenças causadas por estresse e obesidade

» A castração é superimportante quando não se quer filhotes e para a prevenção de doenças, como as das vias urinárias e câncer

» Verifique a pele e o pelo do animal, observando se não há carrapatos. Eles sugam o sangue dos bichinhos e provocam algumas doenças que podem até matar. Lembre-se de mantê-los sempre limpos

» É importante manter as vacinas em dia para evitar doenças, bem como vermifugar o pet

» Manter a alimentação do animal saudável com ração de boa qualidade. Lembrar de manter água fresca e limpa. Não dê alimentos de humanos para o seu cachorro e gato, como chocolate, doces, massas ou frituras. Consulte um veterinário sobre a alimentação ideal para cada fase da vida do animal

» Mantenha os pets protegidos da chuva e do sol. E também não deixe que saiam sozinhos pela rua, evitando atropelamento, brigas, envenenamento e filhotes indesejados