Aviões são tão sujos quanto os escritórios quando o assunto é proliferação de germes

Maioria dos micróbios encontrados vive na boca e na pele de humanos

por Estado de Minas 23/07/2018 16:40
Edgard Su/Reuters - 17/3/14
(foto: Edgard Su/Reuters - 17/3/14)

A transmissão de doenças é uma das preocupações de quem embarca em um avião. O ar reciclado, a proximidade com outras pessoas e a longa permanência em um local fechado parecem ser a combinação perfeita para espalhar germes. Porém, um estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia e da Universidade Emory (EUA) mostra que não é bem assim. Usando técnicas de sequenciamento genético, pesquisadores descobriram que as bactérias encontradas em bandejas, cintos e maçanetas de aeronaves são muito parecidas com as encontradas nos escritórios e nas casas.

“Os passageiros não devem se assustar com as histórias sensacionalistas sobre germes em avião. Eles devem entender que os micróbios estão em todos os lugares, e que um avião não é melhor nem pior do que um escritório, o metrô, uma casa ou uma sala de aula”, garantiu Vicki Stover Hertzberg, pesquisadora da Universidade Emory e uma das autoras do estudo, divulgado na revista Microbial Ecology.

Para a pesquisa, foram coletadas 229 amostras de 10 voos com quatro a cinco horas de duração. Considerando as condições incomuns - como uma mistura muito seca de ar reciclado -, os pesquisadores não sabiam o que esperar. “Havia razões para acreditar que as comunidades de bactérias nesse ambiente poderiam ser diferentes. Foi uma surpresa descobrir que elas são muito similares”, disse Howard Weiss, do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

Os micróbios mais encontrados são comuns na pele e na boca de humanos, além de algumas bactérias ambientais. Apesar dos resultados, Weiss recomenda cuidados ao voar. “Eu carrego uma garrafa de álcool em gel. São bons hábitos lavar as mãos, evitar tocar o rosto e tomar a vacina contra a gripe.”