Magia ainda é prática diária de transformação para muitas pessoas

Missão de quem atua no ramo é desmistificar o conceito da magia que foi deturpado por charlatões

por Lucas Negrisoli * 02/07/2018 07:00
Reprodução/Flickr
(foto: Reprodução/Flickr)

Está muito enganado quem pensa que a magia sobrevive apenas entre contos fantásticos e livros de história – para muitos, ela é ainda uma prática diária. É com esse pensamento que a estudante de psicologia e magista Flávia Moreira, “Gaia Lobo”, desenvolveu o centro holístico Nação Arco-Íris, no Bairro São Gabriel, em Belo Horizonte. “A clínica Nação Arco-Íris nasceu de uma hipótese e foi tomando forma até, literalmente, se materializar em espaço físico”, explica Flávia. A ideia do espaço, de acordo com ela, é integrar o desenvolvimento humano em atividades que vão desde a meditação e a medicina alternativa até o autoconhecimento e a alimentação. “É, a princípio, clínica de atendimentos holísticos, por assim dizer, que visa cuidar integralmente das pessoas”, conta. A Nação Arco-Íris oferece aulas de ioga, consulta com oráculos, estudos bíblicos, tratamentos homeopáticos e oficinas das mais diversas. “Se magia é o poder de causar mudanças de acordo com a vontade, que possamos orientar, da melhor maneira possível, as pessoas a direcionar suas vontades para mudanças que afetem positivamente a realidade delas e do todo”, afirma Flávia.

“Magia não é algo fácil de se definir”, alerta a estudante. Para ela, que está envolvida no meio mágico desde os 9 anos, quando conheceu um terreiro de umbanda, a magia é ato intencional, que causa mudança no mundo. “É um ato que ocorre em um plano e que é capaz de afetar outros planos. Isso envolve uma pessoa manipulando um conjunto de fatores responsáveis pela interconexão entre esses planos”, explica. Para Flávia, a magia e a ciência estão conectadas desde o princípio. “O que vemos hoje nas escolas e faculdades foi, por muito tempo, o que chamavam de magia em épocas passadas; os magos eram filósofos, engenheiros, físicos, médicos, matemáticos e químicos”, afirma. Para ela, o elo entre os dois tipos de conhecimento, científico e mágico, está na busca da verdade. “Somos buscadores da verdade. Magia é, simplesmente, a ciência e a arte por meio da qual o homem atinge certos níveis de consciência e percepção de si mesmo e do universo em que tem seu ser”, concluí.

REPERCUSSÃO

Arquivo Pessoal
"A nossa principal missão é desmistificar o conceito de magia que há tanto tempo foi deturpado por charlatões interessados em ganhar dinheiro" - Flávia Moreira, estudante de psicologia, magista e idealizadora da clínica Nação (foto: Arquivo Pessoal)
“Com a inauguração, as pessoas também têm sido muito receptivas”, explica. Ela conta, também, que há certa decepção de algumas pessoas que vão esperando “seres fantásticos e coisas abstratas”. “Claro que, para muitos, é um universo completamente novo e isso atrai curiosos que se interessam em seres fantásticos e coisas abstratas. Mas, quando chegam, veem que não é nada disso”, pontua. “A magia também é uma ciência e todo mundo faz magia o tempo todo, só não dá esse nome”, pondera. Para ela, o espaço é, também, local de desmistificação das práticas. “A nossa principal missão é desmistificar o conceito de magia que há tanto tempo foi deturpado por charlatões interessados em ganhar dinheiro.” Questionada sobre possíveis ataques ou atos de intolerância quanto à prática mágica, Flávia diz que não houve qualquer movimento de censura ou crítica. “É engraçado, porque o local onde a Nação Arco-Íris hoje funciona foi palco de igreja evangélica por muitos anos”, conta Flávia, que afirma que “quando eles souberam o que ocorreria no antigo espaço deles, demonstraram incrível empatia”. Além da boa relação com os antigos donos do espaço, a magista afirma que várias pessoas já procuraram a Nação Arco-Íris e que o empreendimento é um sucesso. “Acredito que devido à nossa gama de ferramentas e pelo modo como abrangemos todas as crenças e religiões, usufruindo do melhor que cada uma tem para contribuir”, explica. Ela conta, também, que, por não ter religião ou crença específica, a Nação Arco-Íris vem contemplando pessoas de diversos credos. “Não somos igreja e não temos religião, não acreditamos que é preciso escolher um Deus ou um dogma para falar sobre espiritualidade e não somos ameaça aos conservadores, uma vez que você pode ser evangélico e frequentar nosso espaço para estudos bíblicos e dar, qualquer que seja, a sua opinião”, afirma. “Além do mais, nosso espaço é colorido e intimista, não aparentando ameaça aos mais conservadores”, brinca.

Nação Arco-íris:
9.7110-1397
Rua Loreto, 130 - São Gabriel

*Estagiário sob a supervisão de Elizabeth Colares