Copa do Mundo é esporte, é nacionalismo, é festa, é socializar e é comemorar cada gol com amigos e até com desconhecidos em um bar ou em uma balada. Assim, ela se torna também oportunidade de conhecer novas pessoas – algumas podem até mudar a sua vida por completo.
Para alguns, o Mundial não é lembrado pelo placar, nem pelo gol decisivo, nem pela taça levantada, mas, sim, pelo amor. Eles estavam ali, no mesmo lugar, torcendo pela mesma seleção e, em alguns casos, até pelo adversário.
O fato é que a Copa não reúne só as nações. Nesse clima de festa e torcida, encontramos casais que mostraram que o campeonato pode ir muito além do futebol.
Logo nas primeiras palavras e trocas de olhares é possível compreender a cumplicidade que envolve a história da brasileira Luciana Cintra, de 37 anos, e do cubano Dasiel Hernandes, de 34. O casal mal imaginava que em uma das comemorações pós-jogo da Copa do Mundo começaria a viver uma história de amor.
Foi depois da partida do Brasil contra o Chile, em 28 de junho de 2014, que os dois trocaram as primeiras palavras.
A mulher faz questão de comentar cada detalhe. Para ela, a oportunidade de contar a história é mais uma prova de amor, presente depois de tanto tempo. O encontro dos dois foi um acaso. Apesar de não gostar de bares, as amigas da engenheira ambiental a convenceram a ir a um samba. “Quando chegamos ao lugar, sentamos ao lado de uma mesa cheia de homens.
A primeira conversa foi um mix de risadas com insegurança. Ele se enrolava no português e ela não conhecia nem uma palavra sequer em espanhol. “Como somos engenheiros, achamos um assunto em comum. Com isso, e um pouco mais de atenção, a conversa fluiu e nunca mais parou.” Bastaram algumas horas da comemoração para que os dois decidissem que, a partir daquele dia, assistiriam a todas as partidas de futebol juntos.
“Os jogos se tornaram algo muito especial para nós e a Copa virou a nossa marca registrada”, garante Luciana. Depois de alguns meses juntos, ela já era acolhida pela família de Dasiel, em Cuba, para onde vão pelo menos uma vez por ano.
CUMPLICIDADE
Na abertura da Copa da Rússia, mesmo no trabalho, o casal se falava a todo momento enquanto assistia ao evento pelo computador. “É sempre algo muito emocionante. Poder relembrar tudo isso reforça cada momento que vivemos juntos. A Copa me trouxe um amor para a vida toda”, emociona-se a engenheira. Dividir a paixão, hoje, é algo que os dois não fazem mais em dupla: Maria Eduarda, de 14, filha de Luciana, que acolheu com tanto carinho o padrasto, e o pequeno Rafael, filho do casal, com 1 ano, também comemoram em cada partida do evento.
O menino não pode ver uma bola que já abre um sorriso. E, quando o assunto são os placares dos jogos, a família lembra até detalhes sobre a cobrança de um pênalti. Na Copa deste ano, a farra não poderia ser melhor.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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