Na segunda-feira , um batalhão de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos aguardava em frente ao Hospital St. Mary’s, no Centro de Londres, onde nasceu o terceiro herdeiro, o quinto na linha de sucessão ao trono da Inglaterra. Na saída da ala privada do hospital, o príncipe William com Catherine Middleton, de 36 anos, mostraram o recém-nascido e acenaram para a multidão que esperava, ansiosa, o mais novo membro da família real.
Mas quem roubou a cena e recebeu todos os holofotes foi a duquesa de Cambridge. Usando um vestido vermelho, toda maquiada e calçando salto alto, ninguém acreditava que ela teve o bebê naquele mesmo dia. Após cinco horas e 57 minutos do parto, Cate saiu do St. Mary’s sorridente. Segundos depois, a internet enlouqueceu com a imagem da rápida recuperação da duquesa. Em todo o mundo, e mais aqui no Brasil, milhares de pessoas ficaram espantadas e, questionaram em calorosos debates e memes nas redes sociais, quais seriam as reais chances disso acontecer com qualquer outra mulher?
as três vezes que a kate middleton nos provou que é possível parir e aparecer plena logo depois como se estivesse ido apenas tomar um chá da tarde #RoyalBaby pic.twitter.com/8CkCt4u4QA
%u2014 juli (@thracarys) 24 de abril de 2018
Kate Middleton dá a luz pela terceira vez e sai pleníssima do hospital né, tão bonita que nem parece que a criança saiu dela
%u2014 Geovana (@geovanascalha) 23 de abril de 2018
kate middleton acabou de ter o bebê e saiu do hospital toda plena como se nada tivesse acontecido, meta da vida
%u2014 delice (@starkwaynes) 23 de abril de 2018
eu tô chocada que kate middleton já tá saindo do hospital
%u2014 Adriana Fonseca (@_dri) 23 de abril de 2018
mas gente, o baby nasceu tem umas 5 horas só pic.twitter.com/YVmwHyUkVt
A pergunta que todo mundo fazia nos comentários do Facebook, Twitter ou no Instagram era: é normal uma recuperação pós-parto tão tranquila? Se tratando do Reino Unido, sim. Um estudo feito pela revista científica PLOS Medical Journal, o país apresenta altas taxas de parto normal e uma das internações mais curtas do mundo. Lá, a gestante pode voltar para casa seis horas após o nascimento do filho. Pacientes que não apresentam riscos e complicações, não passaram por cesarianas e optaram pelo parto normal, é bem comum por lá.
No Brasil, a realidade é outra. Dificilmente uma paciente conseguiria deixar o Hospital poucas horas após ter o filho, mesmo sendo parto normal. A Portaria nº 2.068/2016, do Ministério da Saúde, mães e bebês só poderão voltar para casa 24 horas após o nascimento. Pacientes com os filhos somente serão liberados após avaliação médica que constate as boas condições de saúde de que ambos.
O presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstretícia de Minas Gerais, Dr Carlos Henrique Mascarenhas Silva elogiou a atitute da família real ao realizar o parto em um hospital: "A escolha da duquesa Kate em optar em ter um filho no hospital, com todos os cuidados da equipe médica e de enfermeiros, mostra uma decisão mais que acertada. O perigo de ter um filho em casa, sem os cuidados necessários, serve de alerta. Kate Middleton é exemplo para o mundo inteiro". O médico ginecolosta ainda acrescenta: " Aqui no Brasil temos uma preocupação com o recém-nascido. Por isso, a espera de 24 horas para avaliar o quadro do bebê, antes que ele seja liberado. A recuperação da paciente em um parto vaginal ( parto normal) se mostra muito mais eficiente e deve ser incentivado. Em caso de risco de vida para a mãe e o filho, não podemos descartar a realização das cesarianas", finaliza Dr Carlos Henrique.
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, Confen, as mulheres atendidas pelo NHS (National Health System), sistema público inglês que inspirou o SUS no Brasil, normalmente têm o acompanhamento de enfermeiras obstétricas no parto normal de risco habitual (baixo risco). Após o nascimento, recebem visitas dos profissionais em casa, para avaliar aspectos como a amamentação e o estado geral de saúde da mãe e do bebê. Os países como os melhores indicadores de assistência materno-infantil têm em comum uma atuação qualificada das enfermeiras obstétricas. A assistência dessas profissionais durante o trabalho de parto está associada ao aumento dos índices de partos normais, redução das intervenções, das complicações e da mortalidade. No Brasil, 98% dos partos ocorrem em ambiente hospitalar, sendo 88% assistidos por médicos e mais de metade (57%) realizados através de cirurgia cesariana. Esta realidade está mudando. A atuação qualificada da enfermagem obstétrica é um dos pilares da Rede Cegonha, estabelecida pelo Ministério da Saúde, e seu credenciamento pelas operadores de planos de Saúde se tornou obrigatório em 2015.
Vale lembrar, que a tradição real de correr para mostrar ao mundo o herdeiro do trono já impressionou muito gente. Quando o primogênito George nasceu, em julho de 2013, o terceiro herdeiro na linha sucessória foi apresentado às câmeras 24 horas após seu nascimento. Já no parto de Charlotte, em 2015, Catherine Middleton também teve uma recuperação rápida. A duquesa estava com a criança no colo 10 horas após a chegada da princesa. Agora resta saber qual será o nome do bebê? Como manda a tradição, inúmeras apostas giram entorno dos prováveis nomes: Arthur, Albert ou Philip. Vamos aguardar.