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Saúde da mulher

Conheça o trabalho de entidade que atua há mais de 30 anos no combate ao câncer de mama

"Somos assistidas pelos voluntários do DedicAção nas consultas de quimioterapia, momento de fragilidade emocional, em que muitas vezes os pacientes se isolam. Esse apoio psicológico e orientação estão sendo fundamentais, além de também recebermos orientação sobre a importância do diagnóstico precoce tão importante para salvar vidas", Edilene de Jesus Silva Pereira, de 50 anos, técnica de enfermagem - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Neste domingo, quando foi lembrado o dia mundial do combate ao câncer, ações preventivas e de conscientização acerca da doença marcam a data em todo o planeta, chamando o público a se engajar. Expostos, os dados tocam o íntimo de cada um e despertam a vontade de ajudar. No entanto, nem sempre sabemos o que fazer.

Uma dica vem de uma iniciativa mineira, a Associação de Prevenção ao Câncer da Mulher (Asprecam), organização social (OS) sem fins lucrativos, fundada em 1984 por grupo encabeçado pelo médico mastologista e cirurgião plástico Thadeu Rezende Provenza. “Nossa proposta é fortalecer a atuação do sistema público de saúde por meio de programas de diagnóstico e tratamento precoces do câncer de mama na Região Metropolitana de BH e em Minas Gerais. Começamos o programa a partir da busca ativa de casos suspeitos e positivos na comunidade, buscando realizar o diagnóstico e tratamento nas unidades básicas de saúde (na capital, o Ambulatório de Mastologia do Hospital Maternidade Odete Valadares) e contando com o apoio de um grupo interdisciplinar que envolve assistência integral à mulher, tratando o câncer de mama do ponto de vista físico e psicossocial”, descreve.

De lá pra cá, a OS criou e implantou os programas DedicAção, Busca Ativa e Rede Pontos de Prevenção, além do Movimento Mamamiga pela Vida, cujo símbolo é um modelo do seio feminino que convida o público a fazer o autoexame e indica as principais alterações que podem ser percebidas ao toque. “O modelo didático simula a glândula mamária feminina e revela as quatro alterações mais frequentes que podem ser encontradas durante o autoexame, um modelo reconhecido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca)”, explica Provenza.

 

Dilma Campelo Rio Verde preside a OS - Foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press

MADRINHAS E PADRINHOS

Mas, como o público comum pode ajudar a causa? Uma das coordenadoras da OS, Danusa Dias Reis Coutinho, informa que pessoas físicas e jurídicas podem se envolver.

A adoção de um protótipo da mama para exposição em local público, por exemplo, é uma ação. “Nosso objetivo é mobilizar pessoas, organizações e empresas de todos os setores da economia, promovendo ações e capacitando profissionais de saúde, a sociedade civil e voluntários para a prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do câncer na mulher.”

Outra possibilidade é o voluntariado. Danusa explica que o projeto DedicAção reúne pessoas de ambos os sexos dispostas a levar carinho e qualidade de vida para mulheres diagnosticadas. “Após capacitação, os voluntários têm como atividades acompanhar as assistidas a consultas, dar orientação qualificada sobre a adaptação ao tratamento, indicar caminhos que facilitem o acesso aos benefícios sociais e jurídicos, além de dar acolhimento psicossocial e motivacional, em maior nível de proximidade, diferente ao efetivamente oferecido pelos agentes de saúde na atualidade. Dessa forma, a ação dos voluntários motiva as assistidas a se manterem confiantes para que possam cumprir todas as etapas do tratamento.”

O médico Thadeu Rezende Provenza - Foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A PressDiagnosticada com um câncer de mama grau 2 em dezembro de 2016, Edilene de Jesus Silva Pereira, de 50 anos, técnica de enfermagem, foi apadrinhada por dois voluntários do projeto. Casada e mãe de dois rapazes, conta que a presença feminina da madrinha foi fundamental para a troca de ideias e mensagens de esperança. “É uma fase muito difícil, em que muitas pacientes apresentam a tendência de isolamento.
Estava assim quando uma amiga me apresentou ao programa e logo fui apadrinhada. Digo que a partir dali foi amor à primeira vista pela Cláudia Maria Vasconcellos de Magalhães, pessoa que só me trouxe coisas boas, que me acompanhou o tempo todo e que mesmo hoje, finalizado o tratamento, está presente. A cura é uma questão de fé, mas digo que depois dessa experiência também farei o que puder para ajudar, assim como fui ajudada.”
- Foto:
Vale destacar que o voluntariado não implica experiência prévia ou atuação na área de saúde. Quem estiver disposto a dedicar quatro horas semanais ao programa ou a oferecer outro tipo de ajuda (inclusive doações) deve entrar em contato com a entidade. Exemplo vem de Dilma Maria Campelo Rio Verde, professora de português que conheceu a organização social em 2010, ano em que se tornou voluntária. “Conseguimos organizar uma boa equipe de voluntários que nos tem permitido realizar um trabalho social gratificante, que é alertar as mulheres para o autocuidado e a prevenção contra o câncer de mama, orientando-as a fazer regularmente o autoexame, o exame clínico orientado pelo médico e a mamografia.”

Informações
Sites: www.mamamiga.com.br e www.asprecam.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/mamamiga
Instagram: #mamamiga, #setoque
E-mail: contato@mamamiga.com.br


Conheça a ASPRECAM

» O que é: Organização Social (OS) sem fins lucrativos, criada em 1984 e certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip)

» Objetivos: Prestar serviços à saúde da mulher, com foco no câncer de mama, suscitando o desejo de valorização da vida por meio de cuidado com a saúde das mamas, incluindo ações de prevenção e de apoio a mulheres diagnosticadas com câncer de mama

Projetos

» Busca Ativa: objetiva ajudar a rede básica de saúde no diagnóstico precoce do câncer de mama; coletar dados e monitorar pacientes; mobilizar a sociedade por meio de eventos e divulgar informações em pontos diversos estimulando o autocuidado com a saúde da mama e a prevenção do câncer de mama.

» Rede Pontos de Prevenção: Rede criada em parceria com a Provenza Tecnologia, presente em 240 municípios mineiros, formada por empresas e ou colaboradores que patrocinam a implantação dos Pontos de Prevenção, equipamento constituído por um modelo didático Mamamiga que convida a mulher a simular o autoexame, aprender a detectar as possíveis principais alterações a serem encontradas, bem como receber orientações de como elas devem proceder diante das situações-problema.

» Movimento Mamamiga pela Vida: mote de programas e projetos em torno de produtos e tecnologias sociais que estimulam atitudes de autocuidado e prevenção do câncer na mulher e a promoção da saúde e da qualidade de vida.


» Dedicação: reúne voluntários dispostos a acompanhar mulheres diagnosticadas com câncer de mama em consultas, fornecendo orientação qualificada sobre a adaptação ao tratamento, indicando caminhos que facilitem acesso aos benefícios sociais e jurídicos, além de dar acolhimento psicossocial e motivacional.

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