A água é um elemento essencial para a sobrevivência do organismo humano. Podemos ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir líquidos pode ser fatal. Ela é o principal componente das nossas células e todas as reações químicas internas, como a digestão, absorção e excreção dependem dela. A água é responsável por transportar alimentos, oxigênio e sais minerais, além de ajudar a regular a temperatura do corpo, faz o intestino funcionar e está presente nas articulações, nos sistemas respiratório, digestório, cardiovascular e nervoso, na urina e na pele.
O corpo de um recém-nascido é composto por 90% de água. Na adolescência, esse índice cai para 70% e, na fase adulta, para 60%. Ao chegar à terceira idade, que começa aos 60 anos, o corpo humano tem pouco mais de 50% de água. “Isso faz parte do processo de envelhecimento. É natural que os idosos tenham menor reserva hídrica.
Para manter a hidratação e proteção do corpo, especialistas recomendam ingerir cerca de 2,5 litros de água diariamente. Porém, a necessidade de água pode variar de acordo com os alimentos ingeridos, condição de temperatura e umidade, durante exercícios físicos e de acordo com a faixa etária.
Segundo Fábio Campos, idosos não sentem tanta sede quanto um adulto ou uma criança, o que faz com que eles se desidratem mais facilmente. “Por isso, é de extrema importância que os cuidadores ou responsáveis fiquem de olho nos idosos, para saber se estão ingerindo água ao longo do dia, pois eles percebem menos a falta do líquido em seu corpo”, explica o especialista.
O médico ainda ressalta a vulnerabilidade que as pessoas mais velhas têm durante os dias quentes de verão. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. “Se não houver reposição adequada, a desidratação é certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo”, pontua Fabio.
Consequências
Outro problema que está ligado diretamente à desidratação dos idosos é que muitos deles reduzem o volume de água que consomem para limitar as idas ao banheiro.
Quando os idosos são dependentes, o papel dos cuidadores e dos profissionais de saúde é extremamente importante. É preciso controlar a quantidade de água ingerida tanto quanto o melhor horário ao longo do dia. Os idosos devem ser informados de que devem beber regularmente, em vez de beber uma grande quantidade de uma só vez, porque a distensão gástrica rapidamente diminui a sensação de sede.
“Para manter o corpo devidamente hidratado, o recomendável é ingerir a água pura. Mas como o paladar dos idosos costuma ser um pouco mais difícil, oferecer chás, água de coco e água com frutas para mudar o sabor também pode servir de opções na hora de ingerir líquidos diariamente. No caso dos idosos, os sucos de frutas não são recomendados, devido ao alto teor de açúcar”, orienta o professor da Ipemed.
Fique atento!
Confira algumas dicas para evitar que o idoso fique desidratado:
» Para manter o controle da ingestão diária de água para os idosos ao longo do dia, uma boa dica é deixar garrafinhas separadas para eles. Dessa forma, podemos acompanhar o quanto de água eles estão bebendo;
» Ofereça doses pequenas de água ao longo do dia. Os idosos perdem um pouco da capacidade de ingerir tanta água quanto os adultos;
» Observe a rotina de idas ao banheiro.
» A pele do idoso, assim como a mucosa, podem apresentar ressecamento no caso de desidratação, mesmo sem ele sentir sede;
» O horário ideal para ingerir água é ao longo do dia, no máximo até as 18h. Isso mantém o idoso hidratado, e evita o risco de ele se levantar no meio da noite para ir ao banheiro.
» Ofereça chás, água de coco, água saborizada para estimular a ingestão de líquidos, principalmente nos dias mais quentes. O paladar dos idosos costuma ficar mais exigente. Outras bebidas que não prejudiquem sua saúde podem fazer a diferença na hora de ingerir algo.
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares.