Como aliviar as dores constantes causadas pela endometriose?

Márcia Mendonça Carneiro, ginecologista do Biocor, explica que a endometriose constitui um dos principais agravos à saúde da mulher, causando dor pélvica e infertilidade e tem tratamento

07/08/2017 14:51
Biocor/Dvilgação
Márcia Mendonça Carneiro e Ivete de Ávila (foto: Biocor/Dvilgação)
A endometriose é uma doença benigna que se desenvolve quando o tecido de revestimento do útero (endométrio) cresce em outras regiões do organismo, como ovários, tubas uterinas, intestinos, bexiga e até mesmo pulmões. De acordo com Márcia Mendonça Carneiro, ginecologista do corpo clínico do Biocor Instituto, trata-se de uma doença crônica que exige cuidado contínuo em vista da melhora muitas vezes ser temporária, com retorno dos sintomas após interrupção do tratamento.

Ela explica que a endometriose constitui um dos principais agravos à saúde da mulher, causando dor pélvica e infertilidade. A doença atinge mulheres jovens, afetando aproximadamente 10% daquelas com idades entre 15 e 49 anos. “Embora seja uma doença benigna, compromete a qualidade de vida e pode levar a desgaste físico e mental das mulheres acometidas, especialmente porque são frequentes as falhas diagnósticas e o atraso entre o início dos sintomas até a confirmação da doença.”

Segundo a médica, acredita-se que múltiplas causas se combinem para produzir a doença, havendo interação de fatores mecânicos, genéticos, imunológicos, endócrinos e ambientais. “Infelizmente, o diagnóstico permanece um desafio para a medicina, pois os sintomas podem ser inespecíficos, o que leva ao atraso no diagnóstico entre cinco e 12 anos. Em 25% dos casos, a doença é silenciosa e não há qualquer sintoma. Na maioria das pacientes, porém, a endometriose apresenta sintomas que podem comprometer a qualidade de vida da mulher”, observa Márcia Carneiro, acrescentando que as queixas mais comuns nessas mulheres são dor pélvica e infertilidade.

Segundo Ivete de Ávila, coordenadora médica da equipe autônoma de ginecologia, a suspeita de endometriose surge durante a consulta médica, a partir da avaliação das queixas da paciente e do exame clínico-ginecológico. A especialista ressalta que o ginecologista deve valorizar os sintomas de cólica menstrual intensa, dores nas relações sexuais e todas as dores pélvicas e abdominais que ocorrem em torno da fase menstrual, como o desconforto para evacuação e distúrbios da micção.

Os exames de ultrassonografia e ressonância magnética colaboram muito para o diagnóstico de certos tipos de endometriose, como os cistos ovarianos e a forma profunda em intestino, vias urinárias e parede pélvica permitindo iniciar ações terapêuticas. “Ainda não temos um exame laboratorial, sanguíneo ou urinário capaz de diagnosticar a endometriose. A cirurgia laparoscópica confirma o diagnóstico quando se torna necessária uma intervenção cirúrgica para alívio das dores e para otimizar o tratamento da infertilidade.”
Embora nem toda mulher com endometriose seja infértil, a doença está presente em 20% a 50% das inférteis. Segundo Márcia Carneiro, não está cientificamente bem estabelecida a relação entre endometriose e infertilidade. “Felizmente, já estão disponíveis vários recursos tecnológicos de diagnóstico e tratamento para esses casais, desde terapias de baixa complexidade como possibilidade de congelamento de óvulos e programas de fertilização in vitro.”

Nos últimos anos, pesquisas têm apontado avanços promissores para o desenvolvimento de abordagens diagnósticas e terapêuticas. Segundo a médica,  a individualização do tratamento coordenado por equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso terapêutico.

O conhecimento médico atualizado e sistematizado é fundamental para assegurar tratamento adequado, com otimização dos recursos disponíveis no sistema de saúde público ou privado. Márcia Carneiro explica que, como  a doença pode atingir vários órgãos, é necessário que o tratamento envolva equipes multidisciplinares. 
“No Biocor Instituto, dispomos de todo o aparato de investigação e tratamento. O grupo de cirurgia multidisciplinar vem realizando procedimentos de alta complexidade por meio de cirurgia minimamente invasiva, videolaparoscopia, para tratamento de todas as formas da endometrioses”, afirma.


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