Ex-colunista do 'Jornal Estado de Minas' lança livro nesta segunda

Zulmira S. T. Furbino reúne em 'Das Minas' uma coletânea de crônicas que escreveu ao longo de três anos para o caderno 'Bem Viver'

por Estado de Minas 05/12/2016 11:00
Fred Bottrel / EM / D.A Press
"Primeiro, as crônicas precisaram ser escritas; depois de escolhidas e compiladas, precisaram ser publicadas em livro porque é deste mal que padece quem escreve" - Zulmira Furbino (foto: Fred Bottrel / EM / D.A Press)
A experiência como colunista do Bem Viver foi o primeiro passo para a jornalista Zulmira S. T. Furbino se descobrir como escritora do cotidiano. No dia 5, segunda-feira, a partir das 19h, ela lança seu primeiro livro de crônicas, Das Minas, no café do Cine Brasil, na Praça Sete (Rua Carijós, 258). Repórter especializada na área econômica por 20 anos, Zulmira decidiu dar uma guinada na carreira quando percebeu que era hora de deixar os números e estatísticas para escrever sobre a vida: “Simples assim”, tal como o nome da coluna que ela assinava no Estado de Minas.

Mas por que alguém resolve escrever? A jornalista tem uma resposta inusitada para essa pergunta. “Precisei escrever para ser. Caçula, numa família de 19 irmãos, foi na literatura que encontrei a forma de ir inventando e consolidando minha identidade. Escrevendo, nasci muitas vezes até desabrochar”, conta.

Desse desejo de transformação, nasceu a autora das mais de 150 crônicas publicadas no Bem Viver durante os três anos em que ela assinou a coluna Simples Assim. Selecionando 36 delas, Zulmira dá forma ao livro Das Minas.

Essa autora, que se define como escrevinhadora, sintetiza: “Primeiro, as crônicas precisaram ser escritas; depois de escolhidas e compiladas, precisaram ser publicadas em livro porque é deste mal que padece quem escreve: diluir a imensidão que invade a alma por enxergar a vida poeticamente”. E cita Drummond, das Minas: “Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto, ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.”

Zulmira S. T. Furbino acredita que a escrita é uma tarefa difícil, que aparta o escrevinhador do mundo real, mas que, ao mesmo tempo, devolve a esse mundo um quê das delicadezas perdidas ao longo do caminho. “Escrever é irritante, é triste”, diz. Mas complementa afirmando que, paradoxalmente – por vício ou ofício –, está sempre correndo atrás das palavras.

O livro tem quarta capa, orelha e prefácio assinados, respectivamente, pelos escritores mineiros Leila Ferreira, Carlos Herculano Lopes e Cris Guerra. Leila afirma que Zulmira S. T. Furbino alia, como jornalista, a capacidade crítica da observadora a um olhar poético que encontra beleza nas coisas miúdas, naquilo que parece trivial. “Sua simplicidade nos desarma e nos torna cúmplices: embarcamos nas suas histórias, nos aproximamos de seus personagens, nos permitimos sentir a leveza que é sua marca – e seu estilo. Resumindo? Ler Zulmira Furbino faz bem.”

“Em meio à nova geração de cronistas, vinda de uma escola que em Minas encontrou sua casa, Zulmira S. T. Furbino divide com o leitor sentimentos, sutilezas para enxergar o outro, e um olhar atento sobre as coisas simples, muitas vezes pouco percebidas na pressa comum dos nossos dias”, escreve Carlos Herculano.