A nota do serviço de saúde americano não nega, no entanto, a prevenção contra doenças da gengiva – como inchaço e sangramentos – com uso da linha higiênica. Apesar disso, o presidente do Conselho Regional de Odontologia, Luciano Eloi Santos, vê a retirada da recomendação como um desserviço. “Estudos que investigam o surgimento da cárie interdental apontam que o problema pode ser prevenido com uso do fio. Ele remove ou desorganiza a placa bacteriana, que tanto pode evoluir para a cárie, corroendo o esmalte dos dentes, quanto se mineralizar e formar o tártaro, responsável por inflamações na gengiva e doenças periodontais.”
O dentista diz ainda que é comum na experiência clínica se deparar com pacientes com cáries entre os dentes, o que, segundo ele, pode ser prevenido com o uso do fio dental.
Independentemente da postura norte-americana, especialistas em odontologia mantêm, em consultórios de Minas, incentivo à prática. É o que faz o odontopediatra Júlio Carlos Noronha, dentista há 40 anos, que também estranha a retirada da recomendação. “O fio dental é uma forma eficiente de desorganizar a placa bacteriana, que causa a cárie. Além disso, deixa o ambiente entre os dentes livre para a penetração do flúor, seja da água fluoretada que a pessoa ingere seja no momento da escovação”, afirma. .